MÉDICOS FISCALIZAM
HOSPITAIS PRIVADOS
[Inspeções vão começar em breve e
serão especialmente focadas nos atendimentos nas urgências.
O aviso será feito de
véspera, por cortesia. Os hospitais privados vão ser palco de visitas dos
responsáveis da Ordem dos Médicos, desde logo, do próprio Bastonário.
As inspeções serão
realizadas nos moldes das
ações levadas a cabo no SNS e, também, como na rede pública, pretendem fazer um
levantamento, sobre as condições da prestação de cuidados.
Sem adiantar por onde
vai começar, o Bastonário, Miguel Guimarães afirma, apenas, que as urgências são um dos focos
principais. No caso, as condições concretas em que os doentes são tratados, por
exemplo, se há ou não
especialistas, em presença física e de que áreas médicas. (colorido é nosso).
Miguel Guimarães revela
que a Ordem dos Médicos não tem problemas referenciados nas unidades privadas,
contudo “há questões
relativas ao Serviço de Urgências”. Segundo o Bastonário, muitos
hospitais, incluindo alguns dos maiores, publicitam o atendimento a doentes
urgentes, mas com médicos
de chamada, isto é; sem estarem no hospital.
Para o Bastonário, este
expediente não é benéfico para a qualidade da assistência e é necessário saber,
onde existe, alertar e informar a população.] (fonte – Semanário Expresso de 29/09/2018 – última
página).
COMENTÁRIO NOSSO:
A minha
querida Tia Dúvida da Conceição, Enfermeira dos pés à cabeça, mandou-me ler
este texto e dizer o que pensava, com receio do contágio, à nossa Ordem dos
Enfermeiros, cuja função é igual: assim como duas gotas de água. (que me
perdoem os “idolatromédicos”).
A primeira
reação foi: sendo o Dr. Miguel Guimarães um homem bom e sábio, quem seria a b…
que lhe pôs este texto para ele
assinar, sem ler?
Depois,
veio-se-me à cabeça a cena do DR Sarmento em Amesterdão da Holanda, que, numa das ações de
formação patrocinada por um laboratório fornecedor de sabão líquido, ao mudar
de página, no computador da exposição, por sinal, de fabrico holandês, partiu uma clavícula.
Chamado o
112, lá do sítio, menos amarelo que o nosso, foi levado ao Serviço de Urgências,
onde não esperou para ser atendido por um Enfermeiro, que, de acordo com as boas práticas, como soe
dizer-se, o radiografou, reduziu o S clavicular à posição normal e enfaixou.
Quando o Enfermeiro ia assinar a alta é que foram
elas…
O DR.
Sarmento exclamou, perante o silêncio reinante: «Daqui não saio, daqui ninguém me tira SEM SER VISTO E "ALTADO" POR UM MÉDICO».
Pacientemente, o Enfermeiro e, para satisfazer a vítima, informou-se de onde vinha e lá falou
com o comité organizador do evento, para que mandassem um Médico de lei e das clavículas
partidas a mudar folhas, no computador, em eventos formativos.
Lá veio um Médico, que passou uma pç… ao DR. Sarmento e lembrou, perguntando:
- Foi mal
atendido? (Não)
- Sabia que, está na Holanda, e não, em Portugal? (Sim)
Perante as
respostas ”não”, na 1ª pergunta e “sim”, na 2ª, do DR.
Sarmento, o Enfermeiro de serviço manteve o (OR) (Olho da Rua), na ficha de alta
e o DR. Sarmento, lá veio de braço atado, ao ombro, para Portugal, escandalizado, por no país das tulipas, que,
habitualmente, ocupa o 1º ou 2º lugares na classificação (ou ranking) internacional da
assistência; ser atendido por um Enfermeiro, nas Urgências, mas pior ainda, por
a alta ser dado pelo Enfermeiro, que fez o serviço, por sinal, bem feito.
Quando me
apresentava este episódio como um troféu vergonhoso da sua vida, respondi-lhe:
E teve
sorte, porque se fosse na
Austrália, era bem capaz de nem ter de esperar pelo Médico, que está de chamada, visto que NÃO HÁ
MÉDICOS EM PRESENÇA FÍSICA NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA; só há Enfermeiros, que determinam a presença do Médico, somente, quando a urgência ultrapassa os limites enfermeiros!
Se têm
dúvidas, perguntem ao DR. Costa Maia,
o que viu e como, na Austrália, nos Serviços de Urgências, da capital
do país e fora dela…, quando
foi, em missão, à procura de elementos para o batismo do “EMERGENSISTA”, que fazia a sua
aparição , em Portugal original. «Só vi Enfermeiros, nas urgências por onde passei, em Sidney e Melbourne, disse ele»!
Finalmente, sendo o papel da Ordem vigiar
os comportamentos fora das “leges artis”
dos seus Membros, não parece
correto a OM atuar nas instituições, públicas ou privadas, que não têm
infrações ao “leges artis”, porque
não há ação, ou seja; não há artista, no local.
Quando os Enfermeiros, em Portugal, imitarem os da
Holanda e ou, da Austrália e exigirem o reconhecimento do primeiro
embate com as situações de urgência, vamos mesmo cair nos
especialistas, e não só, de chamada.
No poupar é que está o ganho!
Quem pôs
este papel infeliz para o Sr. Bastonário OM assinar, deve ter sido um sindicalista(?), que
quer aumentar os locais de emprego para os Médicos Especialistas (são todos), e
ele, o Sr. Bastonário, assinou
um disparate destes, só atenuado pelo chavão do AVISO À POPULAÇÃO, (o politicamente correto), já
que não temos delatores ou
câmaras de vigilância das más práticas.
Não é verdade que a 1ª hora dos atendimentos de
urgências é feita pelos Enfermeiros?
Então por que esperam, ó senhores reformadores do
SNS, no alargamento, até à supressão de espaços mortos, com presenças desnecessárias, se não mesmo
inúteis e perturbadoras?!
Porque não pertencemos ao grupo dos
I.U. da COMPLEMENTARIDADE, advogamos esta prática corret...íssima dos hospitais privados, na
esperança de serem copiados pelos públicos.
E vós, REFORMADORES DA COISA, em quem depositam
infundadas esperanças; se não sois capazes de ver a essência destas diferenças
substantivas, reformai-vos vós, para que o SNS se possa reformar, por inércia.
José Azevedo