terça-feira, 23 de abril de 2013

MAIS DO MESMO O MESMO É!


MAIS DO MESMO É O MESMO
Já dissemos, incontáveis vezes, nesta terra de Santa Maria, que o SNS está ferido de medicomania, porque a partir duma certa altura, começou a desenvolver-se nos Cuidados Primários, a tendência para hipervalência da consulta médica, ao ponto de transformar os Cuidados de Saúde Primários num mega consultório, eucaliptando tudo que estivesse à volta; como faz o eucalipto com a restante vegetação, assim fizeram os médicos com as consultas no Centro de Saúde.
Os Enfermeiros ficaram a assistir e a olhar para este fenómeno mais tempo do que seria de esperar e, sobretudo desejar, sem imporem o seu ritmo a capacidade total.
Os autarcas e candidatos já se afadigam a forçarem o NS a aprovar mais USF, outra confusão, oriunda nos sem médico de família mas que os riquíssimos incentivos transformaram em moda e numa necessidade premente, que está longe de o ser, sobretudo, quando alguém olhar a sério para esta excrescência, qual verruga “usfe”.
A experiência demonstra os antigos SAP serviam para funcionar como meio de angariar mais utentes para as urgências em todos os utentes que não fossem para consulta e ou tratamento do Enfermeiro.
Parece, pela decisão do governo, que os serviços de urgências começavam a sentir a escassez de clientes e por essa razão fundamental há que pôr o alfobre ou viveiro a funcionar.
Às vezes, com tanta perversidade que nos rodeia, até chegamos a pensar se não será mais um esquema para medicalizar, ainda mais o SNS acrescentando-lhe mais um mega ficando, nesta versão proposta um mega-mega-consultório médico e uma mini-mini-assistência primária, onde a prevenção das doenças tarda, em impor-se e da promoção da saúde nem falar, tal o perigo que representa para a o mega-mega-consultório.
Para dar mais realismo às manobras que já foram habilidosamente feitas com os salários e horários dos médicos, ora são 35 horas se4manais, ora são 40 horas semanais a vencerem horas extraordinárias que não são ou fingem que não são.
Neste esquema inventar consultas e utentes é uma necessidade, para continuar a garantir alguma utilidade prática a tantos médicos.
Como os Enfermeiros não são empregadas de consultório, será abusivo perguntar que também vai haver consultas de Enfermagem, em paralelo, ou os médicos ficam sós a abastecer o povo carente de mais, ainda mais consultas médicas, a raiz que alimenta os desperdícios dos exames complementares, que quando chegam já muito poços se lembram para que foram requisitados e mais coisas do género.
Mais consultas, não, Sr. Ministro.
O Povo já tem consultas que cheguem para ajudarem a completar os objectivos das USF/B.
Quando é que se inverte a tendência e se começa a perceber que quanto menos Médicos tiver o SNS e menos trabalharem melhor é para a saúde do Povo.
Aqui, há uns anos, um patrão de fábrica, a treinar para empresário do tipo dos dos Hospitais E.P.E. pensou em mandar o Enfermeiro embora, porque não fazia nada.
Apelámos para o seu bom senso e mandámo-lo pensar o que seria da fábrica se o Enfermeiro tivesse muito que fazer. De certeza que paravam as máquinas de produção…
Tem razão reconheceu o tirocinante de empresário. Deixa-se este exemplo para experimentar a sensibilidade dos agentes aos vários níveis do SNS.
De qualquer maneira, aumentar o número de consultas médicas não é a melhor estratégia de gastar dinheiro do erário público.
Podíamos dar muitos outros argumentos de promoção de necessidade de consultas, etc, etc.. Mas para bom entendedor meia palavra basta!

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