Depressa e bem não há ninguém.
Há uns teóricos apriorísticos que reduzem o provérbio a: [depressa e bem há pouco quem], mas esse génios são raros e nós estamos a falar de pessoas normais e humanas; que se cansam e com esse cansaço aumentam a possibilidade de irem reduzindo os movimentos e lenteiam-nos progressivamente.
Mas este não é o único risco. O maior e mais perigoso é a possibilidade de errar, subir na razão directamente proporcional, ao cansaço; quanto mais cansaço mais rápida é a possibilidade de erro!
O outro problema, muito mais gravoso, reside no objecto de trabalho dos Enfermeiros, que não é reciclável, porque é pessoa humana, cuja vida está nas mãos de quem tem de reduzir ao mínimo a hipótese de erro.
Há uns mecanismos legais que servem como prémio de consolação; a responsabilidade civil e criminal do agente que provoca dano irreparável, na vida das pessoas, que podem ir desde a morte às incapacidade físicas temporárias ou permanentes.
O respeito pela pessoa implica manter e criar condições, quando não existam, que reduzam ao mínimo a capacidade de errar.
Os furiosos "troikianos", que só sabem ler números e mal, como as circunstâncias vão demonstrando, não sabem que já desde 1977 que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) elaborou uma directiva que o nosso Estado aprovou, para consumo interno, que limitava o número de horas semanais e propunha duas folgas seguidas entre duas semanas de trabalho.
Estas recomendações vindas duma OIT tão experiente e avisada nestas matérias laborais, devia fazer pensar um pouco mais os governantes e administradores, quando fazem regras para a Enfermagem.
O problema é que esta vertente da problemática está a agravar-se de dia para dia o que está a tornar cada vez menos seguros os cuidados de Enfermagem.
Sempre que nos consultam aconselhamos os interessados em respeitarem os seus limites de actuação com segurança e ao mínimo sintoma de desgaste, parem e recuperem energia.
Não se esqueçam que a jornada contínua dá cerca de 10 minutos de repouso em cada hora, quer de dia quer de noite.
Não hesitem em utilizá-los.
Provavelmente ao vosso lado têm outros profissionais em trabalho extraordinário a dormir em cama feita e quarto escuro e silencioso.
E não são executores de terapêuticas e outras necessidades; muitas vezes limitam-se a pensar e, se pensarem mal é porque sabem que há Enfermeiros a corrigirem esses erros de pensamento.
Colegas,
Respeitem-se e façam-se respeitar, enquanto é tempo;
Respeitem a vida dos doentes;
Respeitem, impondo a vossa responsabilidade profissional.
Estamos a assistir a tentativas irreflectidas de imposições de sacríficios e esforços imprudentes com programações de horários, em que os Enfermeiros já vão reagindo.
Há autênticas violações à lei dos horários de que iremos dando exemplos concretos autenticamente asnáticos e perigosos.
Estejam atentos às nossas instruções legais e humanas.
As contrações de despesa não são uniformes nos efeitos ou consequências...
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