META 5 – SPT 2000 [5]
[Eliminar determinadas
doenças]
{Até ao ano 2000, deveria ser eliminada a
ocorrência, na Região, de sarampo autóctone, de poliomielite, de tétano
neonatal, de rubéola congénita, de difteria, de sífilis congénita e de
paludismo autóctone.
Deve
ser possível atingir esta Meta por meio de um sistema bem organizado de
Cuidados de Saúde Primários que assegure uma vigilância epidemiológica eficaz,
uma cobertura suficiente da vacinação, medidas de controlo do paludismo,
educação para a saúde relativa aos riscos da sífilis, bem como a triagem e, em
caso de necessidade, o tratamento das grávidas.}
[Formulação do
Problema]
Os dados que se possuem acerca das doenças indicadas no
enunciado da Meta, embora incompletos, dão uma ideia do problema que essas
doenças representam para a Região, assim, durante o período de 1976 a 1980,
foram declarados anualmente mais de 100 casos de sarampo por 1000 habitantes,
com um total de cerca 800 mortes, bem como mais de 900 caos de difteria e 700
casos de poliomielite.
Nos últimos 5 anos, foram declaradas mais de 4500 mortes por
tétano, das quais cerca de 15% no primeiro ano de vida. Por fim, se o número de
casos declarados de paludismo diminuiu de mais de 115.000, em 1977, para cerca
de3 35.000, em 1980, registou-se em 1982 uma subida para mais de 50.000 casos.
[Soluções Propostas]
Dispõe-se, hoje, em dia, da tecnologia necessária para
elaborar, com base nos CSP, programas sistemáticos de cuidados de saúde
primários, programas sistemáticos e eficazes de vigilância da vacinação que
permitem eliminar o sarampo, a poliomielite, o tétano neonatal, a difteria e a
rubéola congénita. É necessário, em especial, incluir a vacinação relativa às
doenças incluídas no âmbito do Programa Alargado de Imunização, contra as quais
as vacinas actualmente disponíveis não são aindade tal qualidade que permitam
atingir uma erradicação completa (tuberculose, tosse convulsa). Além disso,
estas acções devem ser integradas em programas de vacinação mais alargados, que
cubram também problemas como a administração de vacina anti-hepatite B a certos
grupos populacionais. Dentro desta matéria, impõe-se trabalhar intensamente na
investigação (com o auxílio de novas técnicas de laboratório baseadas na recombinação
do ADN, etc.) para aperfeiçoar vacinas e torna-las mais satisfatórias sob os
pontos de vista da qualidade, da inocuidade, do custo e da facilidade de
manipulação.
A eliminação do paludismo autóctone é realizável por meio de um
programa enérgico que recorra a uma vasta gama de métodos de luta, aplicáveis no
quadro dum sistema correctamente organizado de CSP. Tal programa deverá
conjugar uma apertada vigilância epidemiológica com medidas de ordenamento do
ambiente, destinadas a reduzir as fontesd de larvas, bem como o recurso a
aspersões de insecticidas para destruir os mosquitos adultos e à administração
de medicamentos para prevenir e curar as infecções. Pode-se também esperar que
os trabalhos actualmente levados a cabo para aperfeiçoar uma vacina
antipalúdica consigam uma abordagem nova mais simples de todo o problema.
Finalmente, no que se refere à sífilis congénita, é possível eliminá-la por
acções sistemáticas de educação para a saúde, de diagnóstico precoce e de
tratamento das grávidas, todas elas levadas a cabo no quadro de um sistema de
cuidados de saúde primários.
[Dar mais anos à vida]
Este subcapítulo trata em primeiro lugar de um problema
geral, a esperança de vida que é uma expressão composta de todas as outras
mortalidades. A seguir enunciam-se as metas para a redução de seis formas
principais de mortalidade, uma delas ligada à idade (mortalidade infantil) e as
outras 5 consideradas sob o ponto de
vista etiológico (por um lado, a mortalidade materna e, por outro, a
mortalidade devida às doenças cardiovasculares, ao cancro, aos acidentes e aos
suicídios).
NB – Como comentário breve, acrescente-se que
este é mais um passo para alertar os Enfermeiros do quanto têm desperdiçado as
oportunidades de terem um papel mais interventivo nas valências actualizadas,
ou em potência, nos CSP.
Por culpa duma elevada dose de ingenuidade, que começa na
escola, apoiam-se demasiado nos Médicos para realizarem as suas atribuições
naturais, segundo o direito consuetudinário, que é, no fundo, no fundo; o mesmo
que dá aquela impediência atrevida e infundada
ao Médico, porque está habituado a tomar decisões e a mandar.
Mas, e que culpa têm os Enfermeiros desta “distorção psicológica dos Médicos”, em
geral?
São os principais culpados, além daquela, por outra “distorção psicológica dos
Enfermeiros”, também generalizada que alimenta a mania dos
Médicos, que é cultivarem um elevado grau de obediência
cega, não reflexiva, não crítica, que os Enfermeiros praticam.
É por causa desta obediência cega, que deve mudar
progressivamente, e, em passo acelerado, que o Mestre dos Mestres da Ordem dos
Médicos distribui aos Enfermeiros, justamente nos CS, [onde nem sequer devia
haver Médicos fixos], o papel de “porteiros”. E
é bem feito!
Basta aplicarem a sabedoria prática desse ilustre pensador,
que é o “Tino de Rans” , o qual, nas
suas sínteses empíricas, mas prenhes de sabedoria, conclui: {Se o meu chefe
der uma ordem e eu, Tino, não a cumprir, o meu chefe não manda em mim, Tino de
Rans.}
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