Eram os 18 dias do Mês de Maio e o JN preparou-nos para o Fim de Semana, com a novidade de que aos 5 medicamentos o limitador dispara, desde que o idoso seja dos mais velhos: [ARS Norte não quer que idosos tomem mais do que 5 medicamentos].
[A ARSN recomendou aos médicos que adoptem uma prescrição média de 5 medicamentos por utente com mais de 75 anos.
O Ministério da Saúde diz que se trata de um indicador de contratualização regional, que está previsto desde Novembro de 2002, mas que terá sido apenas seguido pela ARS Norte].
Em declarações à Rádio Renascença o Vice Presidente da ARSN, Médico Rui Cernadas explicou que o objectivo é diminuir o risco de um consumo excessivo de medicamentos junto dos velhos (vulgo idosos), insistindo que dar mais medicamentos a quem tem mais de 75 anos não corresponde, necessariamente, a um melhor tratamento.
Estamos (ele) a falar de indivíduos com mais de 75 anos, que, de forma crónica regular, tomam 5 ou mais medicamentos.
Não estamos a falar de um idoso (dos velhos) que tem diabetes, hipertensão e insuficiência cardíaca e que, por uma questão de uma gripe, pontualmente vai ter que fazer um antibiótico (mas não está contra indicado o antibiótico, nas gripes, por não atacarem os virus que as provocam? Já há gripes provocadas por bactérias?), ou um analgésico, explicou.
Em causa está um indicador regional, pelo qual os médicos podem ser avaliados].
Esta prosa não deixou de provocar uma pontinha de curiosidade, partindo da premissa essencial de que velho é o que já não é novo e que já percorreu 75 anos ou mais.
Qual o critério de limitar o consumo aos 5 e não aos 3 medicamento, dado que 3 é o número perfeito e, até, há quem diga que foi a conta que Deus fez, pois até são 3 em 1 (na Santíssima Trindade, por exemplo).
Mas se não há critério medidor aferido, como é que se consegue saber que um velho que, além de ter mais de 75 anos, não é cardíaco, não é diabético nem hipertenso, então para que toma tantos medicamentos?
Não será um desses hipocondríacos saudáveis, que Médico inventa e alimenta, para cumprir as metas contratualizadas nas USF tipo B?
Se é um indicador regional válido, ao ponto de avaliar o trabalho dos Médicos, através dele, por que não se transforma em nacional?
Ou será que os velhos, a Norte, são mais velhos e despesistas ou outra coisa?
Se "dar medicamentos a quem tem mais de 75 anos não corresponde necessariamente, a um melhor tratamento..."
Então como se justificam 5 ou mais de 5 medicamentos, num só velho, visto que, como diz o Dr. Cernadas, dar-lhe medicamentos não corresponde necessariamente, a um melhor tratamento.
Até podemos concordar, relativamente, com ele. Mas se há dados científicos, como é costume dizer-se, quando a medicina se põe a universalizar o indivíduo (único e irrepetível), que aos mesmos estímulos reage de maneira diferente, INDIVIDUAL, que impede de auditar, (outra ocupação da actualidade), as causas que levam Médicos a receitarem mais de 5 medicamentos a cada um dos velhos, que são cada dia mais velhos?
Finalmente, acabam por nos dar razão: o que a população precisa não é de soluções das que os Médicos conhecem e propõem, tais como a de fazer pesquisa de Sida em velhas de 82 anos e TAC ou Ressonâncias a moribundos, além de, claro está: excesso de medicamentos e, convém adicionar-lhes aqueles e outros exames complementares de diagnóstico duma doença mais que definida e classificada: A VELHICE, QUE SE AGRAVA EM CADA DIA QUE PASSA com ou sem tratamento medicamentoso!?
Por aqui se pode avaliar o duplo crime que se está a cometer:
O despesismo que se faz, com coisas inúteis, para alimentar o cartel da molécula;
A não contratação de Enfermeiros, nas quantidades necessárias e, de há muito, estimadas, que são os técnicos que podem proporcionar, aos velhos, os cuidados de que necessitam, infinitamente, mais úteis e menos dispendiosos!
Se é assim;
Se há um conhecimento tão aperfeiçoado da inutilidade dos excesso de medicamentos, por que só dispara o limitador aos 5 e não dispara aos 1 ou 2?
Se os crónicos de que se está a falar não beneficiam com a medicação, então estamos em presença dos tais "hipocondríacos saudáveis", essa maravilhosa criação dos "Inventores de Doenças", esses infatigáveis obreiros da desgraça!
Assim vai o mundo da nossa saúde, entregue negligentemente aos Médicos, que tudo comandam e decidem e abafam, segundo a sua lógica, que, de há muito, vimos denunciando.
É compensador este prémio de consolação, ao saber-se que nos dão razão!
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