sexta-feira, 28 de junho de 2013

O CENTRALISMO MONOCÓRDICO

 
NB:Aqui está um belo exemplo do centralismo monocórdico da GESTÃO DA SAÚDE, num único grupo profissional, o Médico, condiciona os interesses do público e o interesse do bem comum, que deve ser o maior de todos, às perspectivas desse grupo sobre uma matéria que lhe diz muito pouco.
Com efeito, as camas "quentes" que são as dos grandes meios hospitalares, são dispendiosas, têm muito pouco de acção Médica, mas têm muito com a acção Enfermeira. É só olhar com olhos de análise estatística, à florence Nightingale, também precursora da estatística.
 
Ora veujamos:
Os doentes permanecem mais tempo nos hospitais de 5 estrelas, os Centrais, porque não têm garantidos, no seu bairro, os cuidados de Enfermagem adequados à sua situação de doença e convalescença.
Porque é assim, devia ser criada a possibilidade:
 
1 - De os Enfermeiros criarem condições, no bairro dos convalescentes, mais ou menos crónicos, para se instalarem, em leitos domésticos (camas frias) ou de instuições públicas ou privadas, esses doentes que continuam a precisar de cuidados de Enfermagem, que só os Enfermeiros sabem determinar e ministrar;
 
2 - Reduzir o apoio Médico aos mínimos necessários. Como complementares da acção, não têm de interferir na gestão dessas unidades, que tanto podem ser na casa dos doentes, como em pequenas unidades de bairro, destinadas a cuidados que continuem a acção dos grandes hospitais.
 
Louva-se a piedosa intenção do Senhor Secretário Adjunto da Saúde , Dr. Médico, Leal da Costa de aumentar em 800 as camas de continuidade de cuidados. Dizemos continuidade de cuidados para reafirmar, uma vez mais que, entre os cuidados anteriores, os dos grandes hospitais, os das camas quentes e os outros, fora dessas camas, não pode haver soluções de continuidade, por isso lá devem estar os Enfermeiros a garantir a sua continuidade.
 
Mas, não conseguimos imaginar, não sendo de todo carenciados dessa capacidade de imaginar e sonhar, com dias melhores, como é que o Senhor Secretário de Estado consegue criar este meio de 800 camas, se o grupo que nomeou nem sequer tem disponibilidade mental para assimilar essa ideia de continuidade de Cuidados de Enfermagem?
É porque o primeiro e erro monumental; do grupo criado para resolver esta problemática, não faz parte nenhum Enfermeiro, quando devia ser totalmente constituído por Enfermeiros, pois é da criação de condições de garantia dos CUIDADOS DE ENFERMAGEM que se trata, embora para renovar receitas ou mudar terapêuticas, seja necessária, à distância, a colaboração do Médico.
 
Se isto não é brincar com coisas sérias, então digam o que é, para nós registarmos...
 
Pior do que tudo isto é: os próprios Enfermeiros não intuirem que isto é só com eles e não cuidadrem de se preparar para resolver, por si, esta capacidade de atender condignamente as pessoas que sofrem e esperam e de3sesperam por quem não vem, nem tem que vir.
 
Aqui está mais um exemplo de tentar entregar o "rabecão", ao sapateiro, que não o sabe tocar, nem a isso é obrigado.
 
Se fizessemos uma pergunta, que até pode ser classificada de muito estúpida, quem é que garante que há, entre os Médicos dos Grandes Hospitais, o interesse suficiente para dar alta a doentes que recuperam da doença, noutras paragens?
 
E a 2ª pergunta, não menos classificável de tão ou mais estúpida que a anterior é; quem é que duvida que a redução de doentes nesses grandes hospitais, que até podem mingar, pode determinar a mobilidade "forçada" de Médicos centralizadores de cuidados?
 
Como dizia Cícero, nas suas célebres catilinárias, dirigidas ao Senado Romano:
[Até quando ousas Catilina, abusar da nossa paciência] e inteligência, digo eu... 
 
Senhores Governantes do Ministério da Saúde, aproveitem a inteligênca e capacidade Enfermeira e não aumentem ficticiamente aquela dose de estupidez natural que todo o ser vivo contém!
 

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