segunda-feira, 12 de agosto de 2013

DEFICE DE INTELIGÊNCIA OU LOBIES INSTALADOS, CÁ?

Portugal forma enfermeiros e Grã-Bretanha aproveita

  • Áudio Letícia Amorim falou com o sindicato dos enfermeiros
Desinvestimento britânico na formação coincide com um claro aproveitamento de mão-de-obra estrangeira em Inglaterra, com os portugueses no topo das preferências.
12-08-2013 6:47 por Letícia Amorim, em Londres
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O número de enfermeiros estrangeiros registados em Inglaterra quase duplicou desde 2008. Nos mesmos sete anos, caíram 18% as vagas de cursos de enfermagem na Grã-Bretanha.

“O número de vagas para estes cursos no Reino Unido tem vindo a ser reduzido, primeiro, por razões financeiras – numa tentativa de poupar dinheiro. E é três anos depois desses cortes que se começa a sentir o impacto, quando os empregadores se perguntam como podem preencher esse vazio. Passou a ser prática comum recrutarem no estrangeiro”, explica à RenascençaHoward Catton, do sindicato dos enfermeiros.

Entre 2008 e 2012, quase 1.300 novos enfermeiros portugueses registaram-se no Reino Unido, segundo a entidade britânica responsável pelo registo dos enfermeiros e parteiros – Nursing and Midwifery Council. São mais profissionais em quatro anos do que os que tinham chegado de Portugal antes da vaga de emigração.

Portugal está no pódio dos países que fornecem enfermeiros, depois da Roménia e da Espanha.

“Ouvimos dizer que a contribuição destes profissionais é muito bem vista e que eles são tidos em alta consideração e são respeitados", refere o mesmo sindicalista do Royal College of Nursing.

Mas porque trabalhar no sistema nacional de saúde não é o mesmo do que trabalhar para empresas privadas, que prestam esses cuidados, Howard Catton deixa um conselho para todos os que pensam em emigrar para o Reino Unido.

“Para algumas pessoas a trabalhar nos privados, os salários são mais baixos do que no sistema público. Também as outras condições, os termos dos contratos podem ser menos vantajosos. Avisamos sempre as pessoas para se aconselharem. Aqui no Royal College of Nursing prestamos esse serviço às pessoas, sobre os contratos e os termos desses contratos", afirma.

Até ao último ano, registavam-se mais de 2.300 enfermeiros portugueses no Reino Unido.

As autoridades britânicas justificam o desinvestimento na formação com um quadro de recessão.


Ordem dos Enfermeiros fala em “desarticulação de políticas” Em Portugal, a Ordem dos Enfermeiros reage aos números britânicos considerando que vêm confirmar o desaproveitamento nacional de todo o investimento na formação de enfermeiros: 350 milhões de euros é o total apurado pela Ordem.

O vice-presidente, Bruno Noronha, diz que a questão já foi apresentada ao Governo
português, mas falta estratégia do executivo.

“Já expusemos o problema ao Ministério da Saúde, ao Ministério agora do Emprego e ao próprio Ministério dos Negócios Estrageiros e não vimos que houvesse uma estratégia, nem percebemos que houvesse preocupação em relação ao fenómeno. O que sentimos é que há uma grande desarticulação entre políticas, porque, por um lado, o número de enfermeiros necessários nas instituições de saúde em Portugal está a decrescer, mas da parte do Ministério do Ensino Superior continua a haver autorização para abrir as vagas”, afirma.

“Este ano, vai haver aumento de vagas para os cursos de enfermagem. Formam-se mais pessoas que ou vão para o desemprego ou vão fazer alguma coisa para a qual não se formaram ou então emigram”, conclui.

NB: Até parece a propósito ou de encomenda.
É preciso garantir a empregabilidade total aos Médicos, por isso se importam das Cubas atlânticas, Colômbias e se manifestam nos CS, com "falta?" de Médicos, para não darem oportunidade aos Enfermeiros de ocuparem o lugar que os Médicos lhe usurparam nos CS, precisamente.
Isto a Troika não vê...
Entretanto a FNAM joga e dá cartas e combina com Médico Secretário de Estado.

Portugal perdeu 350 milhões de euros com emigração de enfermeiros

Exportam-se enfermeiros de qualidade a custo zero
"Estes países estão a receber mão-de-obra qualificada, na qual não tiveram de investir nada na sua formação", diz o vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros. Reino Unido é o principal destino. "Oferecemos de mão beijada a alguns países da Europa um milhão e quatrocentos mil euros", diz coordenador do curso no Porto.
17-07-2013 6:56 por Marília Freitas
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Pelo menos cinco mil jovens enfermeiros saíram do país à procura de trabalho nos últimos três anos e meio. Durante o mesmo período, o Estado investiu mais de 350 milhões de euros na formação desses profissionais, que agora estão a ser exportados para hospitais estrangeiros, a custo zero. ‬

Os dados são da Ordem dos Enfermeiros, com base no número de profissionais que pediram a Declaração das Directivas Comunitárias, documento necessário para exercer a profissão na União Europeia.‪‪ Os números são apenas relativos à emigração para outros países da UE, uma vez que a Ordem não tem maneira de contar a saída de profissionais para fora do espaço europeu.‬‬ ‬

‪O Reino Unido é o principal destino. "Estes países estão a receber mão-de-obra qualificada e na qual não tiveram de investir nada na sua formação", afirma o vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros, Bruno Noronha.

"Os portugueses investiram através dos seus impostos, num activo de futuro que nunca vão ter, porque quando está apto para trabalhar emigra", sustenta.‬

‪E o investimento feito pelo Estado português na formação dos profissionais de enfermagem é grande. Desde o primeiro ciclo até ao final da licenciatura, cada aluno custou mais de 66 mil euros.

‪"Estamos a investir, com o dinheiro dos nossos impostos, em formação de alta qualidade que oferecemos a outros países que supostamente terão mais possibilidades do que nós para fazer essa formação", lamenta ‪o coordenador da Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem do Porto, Luís Carvalho.

"Se nós dissermos que cada estudante custa 20 mil euros e que, dos que terminaram o curso em Julho do ano passado, emigraram à volta de 70, estamos a dizer que oferecemos de mão beijada a alguns países da Europa um milhão e quatrocentos mil euros. E este é o dado da nossa escola", acrescenta.‬

‪Mas é a emigração que permite que as estatísticas de empregabilidade na área ainda sejam positivas. "Os dados que temos apontam para uma empregabilidade de 50% dos estudantes. Cerca de 50% destes que estão a trabalhar, estão no estrangeiro, sobretudo em Inglaterra e França", afirma Luís Carvalho.‬
  • Esta notícia vê-se logo que vem de uma pessoa de esquerda. Esse Senhor Vice-Presidente, esquece-se dos milhões que são mandados poe esses Emigrantes para cá. Poderão não ser todos, mas virá muito dinheirinho para cá. Eu também estive emigrado na última década e sei bemcomo funcionam as coisas.
  • » AP, Canada, 18-07-2013 23:05
    Antes eramos, pedreiros, trolhas, agricultores, almocreves etc, etc .etc. Agora sao diplomados: engenheiros, doctores, contables, etc, etc, a coisa vai linda, a continuar nesta linha vai ter suçesso e dos grandes. Fica os politicos, vigaristas,ladroes,bandidos etc, etc, até arrepia, coitado de Portugal que tambem era meu, mas de longe com muita pena vejo como anda a ser tratado, volta Antonio para teres mao nisto. desgraça so da vontade de chorar a pensar nos velhinhos e meninos da minha aldeia serrana no sopé da Estrela, de longe com saudades.
  • » joao casanova, chaves, 18-07-2013 21:40
    Dantes, quando determinadas profissões eram excedentárias, as escolas fechavam durante um ano, não havendo inscrições e assim se ia racionalizando o mercado de trabalho e ao mesmo tempo diminuía-se a despesa durante esse tempo. Hoje com o lóbi do ensino a todos os níveis, continua-se a dar formação, gastando as divisas do estado naquilo que nunca vai ser absorvido.
  • » Observador, Setúbal, 17-07-2013 22:51
    O pior é quando o Reino Unido fechar a torneira; o que já está a acontecer em várias profissões... A única solução vai ser ficarem em Portugal, o que vai levar a uma oferta enorme, que associada a uma cada vez menor procura vai levar a ordenados meramente simbólicos ou ao desemprego. Pode haver falta de enfermeiros, médicos, etc., mas o principal problema é que não há dinheiro para lhes pagar e de acordo com o modelo económico atual, a austeridade é a palavra chave e como tal a situação vai se agravar a cada dia que passa. Educação, saúde, estado social e todas as suas implicações são privilégios de países ricos, que possuem um nível de industrialização suficiente para suportar esses serviços. Os médicos ainda se safam, devido ao lobby que criaram que lhes permitiu impedir a criação de faculdades privadas e devido a terem impedido o aumento do número de vagas na licenciatura e especialidades, o que se tem vindo a acentuar para tentarem manter os seus vencimentos. A privatização do setor da saúde, assim como de muitos outros vai tirar quase completamente o poder negocial aos médicos e principalmente enfermeiros. Apenas uma pequena parte da população vai ter dinheiro para aceder a cuidados de saúde e o setor privado não vai absorver todos os médicos e muito menos os enfermeiros e por essa razão os ordenados dos médicos vão cair a pique.
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  • » Ricardo, 4535, 17-07-2013 21:40
    Num país em que os bombeiros andam a fazer o lugar de enfermeiros e médicos...parece que se está nos confins de África ou da Ásia....só não vêm de carroça ou na companhia de um feiticeiro..........como é que os enfermeiros terão trabalho...........quando se chama o INEM = Instituto Nacional de Emergência Médica ...está-se a chamar - a maioria das vezes - o INEM ((INEB = Suporte básico de vida = instituto nacional de emergência de bombeiros...e como eles gostam de apitar...., que tiraram um cursituzito de pronto socorro e lá aparecem eles com sua fatiota avermelhada, apetrechados como quem vai para um safari))...........porque não fazem os sindicatos e respectivas Ordens = A dos médicos e enfermeiros, uma greve para impedir que existam bombeiros nas viaturas de socorro a doentes ou sinistrados !!!!!!...a maioria das vezes, quando é prestado o socorro a alguém, não aparece a VMER ou INEM (( viaturas do instituto nacional de emergência médica, mas com profissionais = médico e enfermeiro, com formação na área de urgência .......mas sim os bombeiros ......e como eles gostam de aparecer na televisão, depois de alguma mulher parir numa ambulância......quando a pista expulsa o recém nascido....que se proíba os bombeiros de assistirem todo e qualquer sinistrado ou doente......unam-se enfermeiros, porque senão estarão tramados pelos LOBBIES.........cmps
  • » Daniela, Lisboa, 17-07-2013 20:05
    Sou estudante de enfermagem e quem me dera acabar o curso e arranjar um bom emprego em Portugal, no entanto, não vejo isso a acontecer. Nos hospitais vemos enfermeiros a irem para a reforma e acham que contratam mais para os substituírem? Claro que não! Em vez disso duplicam ou triplicam o trabalho dos enfermeiros que lá ficam. Se eu escolhi tirar este curso é porque é isto que quero fazer na vida e se não arranjar emprego cá em Portugal é mesmo do que óbvio que vou para fora à procura de trabalho e salários melhores! Já para não falar de que, infelizmente, neste país os enfermeiros são tratados como lixo e, apesar de eu ser suspeita para falar, acho que é uma profissão com imenso valor!
  • » Marco, Viseu, 17-07-2013 15:13
    Depois de 7 anos a trabalhar no Algarve, tomei a decisão de emigrar, conjuntamente com a minha esposa. Ao atingirmos um nível de vida bem diferente do que usufruíamos em Portugal e, consequentemente, ao adquirirmos novas experiências profissionais bem mais valorizadas, quem poderá pensar que o nosso sonho é voltar a Portugal?! Lamento esta notícia, da qual também fazemos parte, mas com este (des)governo dos últimos 20 anos, Portugal passa a ser local de férias (e nem sempre!).
  • » Tiago Almeida, Lisboa, 17-07-2013 11:23
    É bem feita! Quando oferecerem condições boas a profissionais treinados isto deixa de acontecer. Até lá acho muito bem, vão-se embora e façam-se à vida que este é país de trabalhadores pobres e ladrões ricos. Não devem nada a um país que nada oferece.
  • » Duarte Rocha, Porto, 17-07-2013 11:15
    1º Sem sombra de duvida é muito mau que os Portugueses tenham que emigrar para poder concretizar as suas expectativas profissionais e pessoais. 2º Não concordo com a opinião do bastonário dos enfermeiros porque: Se o mercado de trabalho Português e o estado da economia Portuguesa não permitem criar postos de trabalho para os enfermeiros que se formam que solução se pode propor? Reduzir o numero de vagas no ensino para a capacidade de absorção destes profissionais e vedar a essas pessoas a possibilidade de se formarem na área profissional que desejam? e depois sujeitar essas mesmas pessoas a emigrar mas sem formação que lhes permitam ter melhores oportunidades fora de Portugal? 3º não posso concordar com a forma tendenciosa como as contas são apresentadas nesta noticia: *se não se formassem em enfermagem e se formassem noutra área estas pessoas não iriam completar o ensino obrigatório? então porque se fala no custo da formação desde o 1º ciclo!, depois pelo facto de não trabalharem em Portugal o investimento não se perdeu porque as pessoas continuam a possuir os conhecimentos e podem muito bem (muitos deles) vir a utiliza-lo (enriquecido por experiências vividas noutros países) mais tarde em Portugal
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