Do latim, raiz da lusofonia, vem-nos a palavra "latro, onis" que dá o nosso ladrão, bem português.
Passou pelas fases de ladro, porque em gramática histórica o [t] abranda-se [d].
Encontramos esta palavra a adjectivar o piolho [piolho ladro].
Mas não se deve confundir feira da "ladra" pois essa quer dizer que fica do "lado" do Tejo, porque vem de "latus - eris", que dá látera - lá[d]era - ladra.
Posto isto, vamos à verdadeira razão deste comentário, inocente q.b.p.: no CHSJ vai ser dada caça aos ladrões, que roubam património que possam transportar nas suas bolsas ou mochilas.
Depois, apalpadeira ou apalpadeiro, peritos em meter as mãos, actuam em conformidade, se o indigitado suspeito se submeter, espontaneamente, ao tratamento das manápulas do perito. Se oferecerem resistência, podem ser apalpados pelas autoridades (PSP).
Como se detecta um suspeito:
Ou sofre a acção duma denúncia de quem lhe quer bem ou mal, ou ambas;
Ou os novos funcionários, contratados para o efeito, (apalpar) fazem uma espécie de operações Stop, em dia e hora a combinar com a gerência da coisa e, obviamente, sem que alguém se aperceba do evento. Tal como a polícia faz com o radares detectores de velocidade que identifica previamente 80% das localizações, também os detectores de gamanço serão previamente anunciados, em 90% dos dias de apalpanço. Os restantes 10% serão em dias, locais e horas segredas.
De fora ficam os roubos maiores, como aquele que foi feito ao direito à greve dos nossos associados, já em 2006 e que prestaram cuidados mínimos e que a directora Enfermeira e quem lhe dá cobertura, continuam sem saber quem prestou serviços mínimos. Por isso não paga apesar da promessa do Presidente do CA dizer que pagava. São cerca de 26 mil euros que eles estão a roubar, cinicamente, aos grevistas, de então.
Perguntam-nos se tal regulamento é legal?
Claro que todos os regulamentos são legais desde que não violem as leis que os possibilitam.
Neste caso, está a protecção do património, que é um dever do CA do CHSJ, pelos meios que entender estabelecer.
A utilidade prática é diversa.
Imaginem que querem ver uma pessoa com que antipatizam ou de quem querem vingar-se (e a vingança é manjar de deuses); basta colocarem na bolsa ou bolso ou mochila do suspeito e denunciá-lo como suspeito ao grupo dos apalpadores e lá está a pessoa em apuros.
Depois, é só espreitar dum canto a cara do suspeito à saída do esconderijo onde se faz esse "apalpanço" ou revista às bolsas.
A revista a viaturas e eventuais lançamentos de janelas, ficam para depois.
Efeitos práticos?
Muito poucos. E é legítimo supor o que será mais dispendioso o pessoal que vai fiscalizar os pequenos furtos, ou a sustentação da máquina que os detecta.
Uma sã administração da coisa pública, controla isto na origem; não dá tanto nas vistas, se esse for o objectivo para mostrar serviço, mas é mais eficaz.
É bom lembrar que o Hospital dispões de câmaras de vigilância e outros meios de detecção destas anomalias.
Mas a vida é assim: há quem pense diferente de nós, com idêntica legitimidade.
O sistema é sujo mas tem toda a legitimidade para ser imposto.
O pior mal está a montante, ou seja; haver alguém que sinta a necessidade de montar um esquema destes, retirando a necessidade de montar empresa em tempo de crise, claro está.
Há quem goste disto e gostos não se discutem; mas convém recordar que há quem os tenha deteriorados.
NB: São peças como esta que tornam este blogue uma tentação e uma atracção sempre renovadas.
Como se diz, lá mais acima, vejam quantas potencialidades e quantos buracos abertos por este método, tipo flauta, para criarem problemas aos amigos e inimigos.
É só puxar pela imaginação.
Mesmo que o dito cujo não leve nada do alheio, nem por isso um telefonema anónimo, de preferência para ser mais rapidamente atendido e sem crítica, deixará de lhe proporcionar um bom espectáculo pela atrapalhação que vai ter ao ser apalpado/a.
Mas se lhe meterem um objecto, em qualquer bolso ou bolsa, então a denúncia ainda é mais eficaz.
Este regulamento do apalpanço é uma peça de arte do insólito a não perder.
Perguntam-nos se isto é ilegal...
Quando pararmos de rir respondemos.
No meio desta cena, há uma certeza: é um bom tónico para o humor, pois rir faz bem à saúde de cada um e, por extensão, à saúde em geral, do que ao património diz respeito de tão bem entregue e preservado, que está.
20 valores!
Sem comentários:
Enviar um comentário