quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ORDEM DOS MÉDICOS DENUNCIA

Ordem denuncia substituição de prescrições de medicamentos nas farmácias

17 de Setembro, 2013
A Ordem dos Médicos denunciou hoje "mais um caso" de substituição de prescrições de medicamentos nas farmácias e apelou para a alteração das regras para a fixação do preço dos genéricos para evitar diferenças.Num anúncio publicado hoje no Correio da Manhã, a Ordem dos Médicos (OM) adianta que um médico prescreveu a um doente no dia 18 de Julho dois medicamentos: o Atorvastatina (do Laboratório Azevedos) e Perindopril + Indapamida 4 (do laboratório Ciclum), que custam 4,54 euros e 5,70 euros, respectivamente.
De acordo com a OM, a receita foi bloqueada pelo médico com a excepção c) em ambos os medicamentos, a justificação legal para permitir ao doente manter as mesmas marcas em medicação crónica, evitando confusões, e para ter direito à medicação mais barata.
Contudo, a farmácia "alterou para marcas mais caras", cujos preços variavam entre os 4,54 e 11,45 euros no caso do atorvastina e entre os 5,70 e os 12,55 euros quanto ao Perindopril + Indapamida.
"A diferença dos medicamentos mais caros dispensados pela farmácia constitui um encargo adicional para o doente de cerca de mais 14 euros/mês. Para os doentes que tomam mais de dois medicamentos por mês o prejuízo é muito superior", refere a OM no comunicado.
Por isso, a OM apela "à alteração das regras para a fixação do preço dos genéricos, evitando diferenças brutais de preços, e à correcção da legislação que permite às farmácias enganar os doentes, dispensando medicamentos mais caros do que os prescritos pelo médico".
A OM adianta ainda que este caso, um exemplo de milhares de ocorrências diárias que chegam à Ordem, já foi comunicado ao Infarmed.
Na semana passada o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, apelou aos médicos para denunciarem todos os casos onde a actividade médica ou a relação médico/doente seja alvo de perturbações.
Nessa altura o bastonário fez saber que iria tornar públicos casos de substituições de prescrições de medicamentos nas farmácias.
"Como não é fácil fazer passar a nossa mensagem, iremos publicá-la na comunicação social em forma de anúncio, de forma completa e perceptível", avançou.
José Manuel Silva sublinha que é fulcral os médicos notificarem a Ordem com situações concretas abusivas das farmácias, já que não se pode aceitar que as prescrições possam ser alteradas.
"Nós não procuramos o negócio quando fazemos uma prescrição. Está nas nossas mãos defender a dignidade da profissão, da prescrição médica e o direito dos doentes à melhor medicação, mais barata e manutenção das mesmas marcas prescritas", defendeu.
O bastonário lembrou que em alguns casos os doentes acabam numa urgência médica por sobredosagem, porque tomam duas ou três marcas com o mesmo princípio activo.
Lusa/SOL

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