Hospitais operam menos casos de cancro
 Nuno  Fox    Os hospitais do Serviço Nacional de  Saúde fizeram no ano passado menos 291 operações do que em 2011
Nuno  Fox    Os hospitais do Serviço Nacional de  Saúde fizeram no ano passado menos 291 operações do que em 2011  
Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) fizeram no ano  passado menos 291 operações ao cancro do que em 2011. É a primeira redução na  atividade cirúrgica oncológica, uma das mais importantes armas contra a doença,  desde que foi criado o sistema de gestão de inscritos para cirurgia em 2006. 
A conclusão é da Direção-Geral da Saúde (DGS), que ainda não  tem explicação para este facto. Há, porém, a suspeita de que os doentes estão  com mais dificuldades em chegar ao médico.
"A diferença na atividade cirúrgica é muito pequena mas  preocupa-nos, porque há um aumento dos tempos de espera, portanto, os doentes  estão a acumular-se. E a cirurgia é a arma mais determinante no tratamento",  alerta o responsável pelo relatório e diretor do Programa Nacional para as  Doenças Oncológicas da DGS, Nuno Miranda. O especialista da DGS e antigo diretor  clínico do IPO de Lisboa é cauteloso: "Temos de perceber se esta redução é real,  porque há explicações benévolas." Mas, mesmo assim, admite que "há menos doentes  com transporte gratuito, a gasolina está mais cara e as dificuldades económicas  são maiores". Por isso, avisa: "Vamos pagar isto com diagnósticos tardios."
Apesar das dificuldades, a análise da DGS tem vários pontos  positivos. "Assistiu-se a uma modernização significativa, há mais capacidade de  resposta e um conhecimento real da situação e nota-se um esforço notável no  sentido de padronizar procedimentos", lê-se. 
O Expresso questionou o Ministério da Saúde sobre o documento  da DGS, mas não obteve resposta.
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