No Marco de Canavezes há uma Enfermeira Chefe, que pela Lei 12-A/2008 e pelo DL 248/2009 tem direito a ver respeitadas as suas funções e lugar de quadro, mesmo que isso não encaixe muito bem no "medicocentrismo" imposto ao SNS, pela Classe Médica, a mandante genuína, porque Médico está habituado a mandar.
Não é caso único, onde põem um coordenador Enfermeiro (normalmente de filiação sindical SEP, como temos vindo a dizer, acerca da carreira unicategorial, que conceberam os SEP: já que não podem ser todos chefes, numa óptica comunista; acabe-se com os chefes e respectivas funções; já que não podem ser todos especialistas, acabe-se com as especialidades; já que nem todos podem cumprir com as exigências da carreira, porqe a militância partidária é exigente e não deixa tempo para especializações, acabe-se com a carreira, para os controleiros poderem controlar os Enfermeiros, que não são comunistas, mesmo sem especialidades o que só facilita o tira e põe), o que agrada ao SEP e à coordenadora Médica de UCSP, que, até gosta de mandar, nas Enfermeiras, que dizem que os seus doentes são os da Médica X ou Z e não os das 300 a 400 famílias que não ultrapassem, na totalidade, as 900 Almas, que dão bem mais trabalho à Enfermeira que os 1500 Clientes de cada Médica.
Por este sinal poderiam constatar, mesmo sem ajudas sindicais perversas, que os Clientes de uma Médica, nunca poderiam, nem podem, ser os de uma Enfermeira, porque o trabalho que Enfermeira tem de realizar, num só Cliente, é muitas vezes tão demorado e mais difícil do que toda a consulta médica de um dia.
Aqui, está outro sinal, e este ainda mais preocupante; é tentar ver a Enfermeira, através da Médica, (medicocentrismo) esquecendo que a Enfermeira nem é "empregada de consultório", nem tem somente, o eventual e pouco significativo apoio, à consulta da Médica, que no seu consultório privado, faz a consulta sozinha.
A Enfermeira tem muito mais a fazer, na prestação dos cuidados aos Clientes do que isso e para além disso. Estão a ver o "medicocentrismo" omnipresente, em tudo e todos, mesmo quando, a acção do Médico, nem sequer é a mais importante e necessária.
Eu sei que há pessoas, de um e de outro lado, que não gostan de ler e ouvir isto: uns, porque nunca se deram ao trabalho de analisarem, com a profundidade requerida, as causas destas coisas; outros, porque preferem fingir que não entendem, porque isso contraria o seu estatuto e é melhor assobiar para o lado.
Mas, alguém tem de levar a ferida, até ao tecido são, para que ela cicatrize, de baixo para cima.
Certo!?
Correcto!?
Com amizade e esperança
José Azevedo
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