segunda-feira, 19 de maio de 2014

D'O REINO DO CAOS - ALGARVE



Para conseguir a publicação da portaria da Direcção de Enfermagem para poder amarrar os Enfermeiros com funções de gestão ficou preso na ratoeira que o Ministério da Saúde lhe armou como se pode ler no ponto 9. Estabilidade do Acordo.
Mas nós no SE, não estamos vinculados a essa estabilidade.

O que está a acontecer com as SUB (Serviços de Urgências Básicas), em Loulé, Albufeira e Vila real de santo António é somente vergonhoso, a requerer a demissão compulsiva dos (i)responsáveis pela situação de falta de pessoal Enfermeiro.
Vejamos um exemplo:
Loulé devia ter 16 Enfermeiros, no mínimo. Mas dos 9 existentes uma Enfermeira está de licença de parto e outra de férias. O saldo e de 7, portanto 40 % dos mínimos.

Como é facilmente imaginável os riscos para os profissionais e doentes são uma ameaça permanente que só o esforço sobre-humano dos Enfermeiros tem evitado.
Mas os Enfermeiros são homens normais e não super-homens, por isso os erros humanos espreitam em cada acto.
Quem os assume?
Em que medida?
Não é verdade que os licenciados em Enfermagem estejam isentos de culpas próprias porque são auto responsáveis pelos seus actos como qualquer licenciado.
A culpa com dolo é do próprio. A idiotice da complementaridade da enfermagem, que outros criaram, é uma fraude e não isenta culpas dolosas dos Enfermeiros.
Uma das causas de culpa dolosa é o Enfermeiro não se fazer substituir após o turno de trabalho.
Por isso o Enfermeiro deve abandonar o local de trabalho após o cumprimento de cada turno, sob pena de estar a potenciar um crime para si e para os doentes a quem presta cuidados.
Não é por acaso que o REPE (DL 161/96 vertido para o DL 104/ 98 determina o direito à substituição, assim como a Convenção da OIT nº 149 - Decreto 80/81.

Anexa-se o art. 11.º do REPE, aprovado pelo Dec.-Lei n.º 161/96, de 04/09, na redacção dada pelo art. 5.º do Dec.-Lei n.º 104/98, de 21/04.


Dispõe aquele art. 11.º: “2 - Constituem ainda direitos dos enfermeiros: … b) Serem substituídos após cumprimento da sua jornada de trabalho…”

direito a ser substituído após a jornada cumprida< clique

Isto quer dizer que se zarparem após o turno cumprido ninguém os pode punir, pois estamos a falar do código deontológico dos Enfermeiros, que seria o único a impor-lhes que ficassem, até serem substituídos.
Ora, se o código deontológico interrompe os deveres para os transformar em direitos, é porque reconhece o "dever" que o Enfermeiro tem, como ser humano, de reconhecer e aceitar humilde mente as suas limitações e exigir ser substituído na hora, em que termina a sua jornada de trabalho. Por isso os deveres se transformam em direito.



Cidadãos protestam contra falta de profissionais nas urgências de Loulé
Cidadãos contestam falta de médicos em serviços de urgência básica
A falta de médicos, enfermeiros e administrativos nos Serviços de Urgência Básica de Loulé (SUB) continua a motivar preocupações, tendo a persistência do problema levado um grupo de cidadãos a convocar uma marcha de protesto na cidade.

Em comunicado, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses referiu que durante a noite de hoje para terça-feira aquele SUB não vai ter enfermeiros a trabalhar, apesar de por lei estar estipulado um mínimo de três por turno.

Desde o início de maio que os enfermeiros têm vindo a denunciar a falta de profissionais para garantir o funcionamento regular nas SUB de Vila Real de Santo António, Loulé e Albufeira.

Na base do problema está um desentendimento entre a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve e o Centro Hospitalar Algarvio (CHA) sobre a responsabilidade da gestão das SUB.

Perante a persistência da situação, o Movimento de Cidadãos em Defesa da Saúde de Loulé decidiu organizar uma marcha de protesto e um cordão humano para o próximo dia 28 de maio, pelas 18:30, com início junto à câmara municipal e fim no Centro de Saúde de Loulé.

Em declarações à Lusa, Ana Martins, uma das organizadoras da marcha, disse que se pretende que seja definido quem é a entidade responsável pela gestão dos serviços de urgência básica de Loulé.

A par desta questão, o movimento de cidadãos reivindica o recrutamento dos profissionais necessários para garantir o atendimento adequado dos utentes e garantir que não existam faltas de material.

Ana Martins vincou que além de a falta de enfermeiros dificultar ou impedir o atendimento adequado dos cidadãos que se deslocam àquele serviço de saúde público, por vezes impede a saída da ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV).

Em comunicado, o Sindicato dos Enfermeiros aponta que também a SUB de Albufeira enfrenta dificuldades e que na noite de 19 de maio esteve sem auxiliar, o que impediu alguns tratamentos e pequenas cirurgias.

De acordo com a ARS/Algarve, é o Centro Hospitalar do Algarve que "obrigatoriamente tem de assegurar a prestação de serviços e atendimento 24 horas por dia nos SUB de Vila Real de Santo António, Loulé e Albufeira, à semelhança do que acontece no SUB de Lagos", embora aquela administração possa ajudar à resolução do problema.

Após a denúncia da situação vivida nas SUB no início deste mês, o presidente do conselho de administração do CHA, Pedro Nunes, explicou à Lusa que durante a fusão dos hospitais de Faro e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, o CHA ficou responsável pela SUB de Lagos, mas que as restantes SUB continuaram a ser geridas pela ARSA.

Pedro Nunes disse que a anterior direção da ARSA demonstrou vontade de que aqueles serviços fossem assumidos pelo CHA e que o conselho de administração daquele centro hospitalar está disponível desde que à transferência de responsabilidade corresponda também a respetiva transferência orçamental.

Segundo o responsável, há quase dois anos o CHA assinou um protocolo de seis meses com a ARS/Algarve, que não foi renovado, em que se comprometia a ajudar na gestão das SUB de Vila Real de Santo António, Loulé e Albufeira até que fosse encontrada solução para a transferência.

“Nós começámos a ajudar a ARSA a encontrar quadros médicos para os SUB, mas ajudar é uma coisa, responsabilizar-se é outra”, concluiu.

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