Pelas vias normais de comunicação, com os Associados do SE, chegam-nos os mais diversos e imaginosos tipos de violação, aos horários dos Enfermeiros, como também, os mais grosseiros.
Em vez de ajudarem a atenuar os efeitos da ilegalidade da passagem das 35 para as 40 horas, enquanto não vem a decisão do Tribunal, que se se cumprir a lei, só pode ser a de repor as 35 horas, porque, nos Enfermeiros, o "interesse público" funciona ao contrário: fazer turnos de trabalho curtos e espaços de descanso longos.
Desta vez, vamos dar dois exemplos de horários viciados, para blocos operatórios:
1 - Horários de 7 horas diárias e um turno de 5 horas ao Sábado, para aumentarem os ganhos dos Médicos, nos SIGIC, com a redução a zero da magra percentagem, que cabe aos Enfermeiros, que pode ir até 14%, mas que não passa dos 7 ou 7,5%;
2 - A 2ª violação é: 4 turnos de 7 horas = 28 horas, + 1 turno de 12 horas, que completa as 40 horas. Esta é outra forma de explorar, gratuitamente, os Enfermeiros, em SIGIC.
Onde estão aqui as violações à lei dos horários do Enfermeiro?
A resposta é fácil; se o artigo 56º do DL 437/91 de 8 de Novembro manda fazer 5 turnos de trabalho e 2 folgas, que têm de ser seguidas e de dias completos, para poderem estar ausentes do serviço, 48 horas de recuperação de energias psico-físicas, a situação exposta em [1], viola a lei,nas folgas e, escandalosamente, proporciona verter a magra côdea, que dão aos Enfermeiros, nos que já levam a grande, a maior fatia do bolo.
O caso posto em [2] comete outro tipo de crime mais grave, quanto a consequências, nas pessoas dos Enfermeiros e dos Doentes: dos Enfermeiros, porque atenta contra a sua sua saúde física e mental;
na pessoa dos Doentes, porque estão indefesos e dependentes de Enfermeiros cansados, também eles indefesos, contra a humana natureza de que são feitos: "errar é humano".
E, depois do erro cometido, não há que responsabilizar os executores directos, os Enfermeiros, mas sim quem fracciona horários de 12 horas para estarem fechados numa sala, onde os gases anestésicos, em suspensão inevitável, na sala, têm um efeito demolidor nos fígados de quem está na sala, efeito que o cansaço e a duração de turno de 12 horas potenciam.
Qual a cartilha por onde lêem estes gestores de recursos humanos, humanos?
Desconhecemo-la!
Vamos actuar junto da IGAS, para corrigir estas ilegalidades, actuando; legalmente, disciplinarmente sobre os Conselhos de Administração, que as autorizam e dos Executores Enfermeiros que colaboram sem protesto. Pelo contrário, alguns demonstram um gozo sádico, que os afasta dos colegas, cuja execução do turno de trabalho, lhes devia merecer mais respeito e tratamento de seres humanos, que são, pois não são eles os causadores das desgraças desses gestores, para além da responsabilidade dos próprios da sua, também crítica situação. O inimigo comum é a horda de administradores, que invade diariamente, as instituições do SNS, perfeitamente inúteis e que só complicam.
Compreendemos a necessidade de criar postos de trabalho, mas com razoabilidade, o´senhores Governantes, se quiserem ganhar o direito a voltarem à terra de onde nasceram...
Com amizade e preocupação,
José Azevedo
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