O volume de facturas, a solicitar aos fornecedores está a entrar a um ritmo tal, no início deste 2º acto da Comédia, que até assusta.
Os contentores desviados das obras mortas, eis que surgem com o amianto cancerígeno das velhas consultas externas, naturalmente climatizadas, pois que são frias, no inverno e quentes, no verão, musseques construídos com o dinheiro (2 milhões e oitocentos mil contos) que Costa Freire atribuiu ao Hospital, sendo Ministra da Saúde Leonor Beleza, cujo ministério já é histórico.
Costa Freire, Secretário de Estado, porque, em 1988 atribuiu milhões e milhões de contos aos hospitais, o que recebeu, somente 88 mil contos, foi o de Valongo, foi preso, por suspeita de roubo.
Mas se distribuiu tanto dinheiro e foi classificado de ladrão, para quem roubou?
Para atribuir grossas verbas aos Hospitais?
De onde, retirou ele essas verbas?
Dos negócios daqueles que se viram lesados, com estes desvios e o acusaram de ladrão?
Em lógica pura, é bem possível, pois de onde se retira e não se põe, falta...
No seu julgamento tive a honra de ser sua testemunha e de poder dizer ao Meritíssimo Juiz, que era de ladrões destes que a Saúde precisava.
Citei os 13 milhões de contos atribuídos ao Hospital Geral de Santo António, (além das duas verbas, já referidas), que serviram de base ao início do novo Hospital a que alguém chamou "a pérola do anel". Opiniões...
Depois, sofreu várias derrapagens, nos orçamentos, sempre provisórios, para não contrariar a regra.
Ao subir o pano do palco, deste 2º acto, ficamos a saber que o Governo prometeu rever a situação, daí, provavelmente a estratégia das facturas. Mas não me compete saber se são verdadeiras. Só sei que são muitas, muitas facturas.
Não ficávamos desagradados, ficamos até muito gratos, se juntasse ao monte, os 30 mil euros, que nos deve, desde 2006.
Reunido o Conselho e os conselheiros, deliberaram:
1 - Avaliaram favoravelmente as mesmas soluções (propostas por eles);
2 - Aguardam a concretização das mesmas por parte do Governo, nos prazos definidos pela Tutela a maioria dos quais decorre, até 15 de Julho;
3 - Manifestam total confiança no seu Conselho de Administração, nomeadamente na concretização das medidas propostas. (diz o actor principal, no poscénio)
Assim sendo, nas próximas semanas, as Chefias do Hospital de São João vão avaliar a palavra do Governo.
4 - Há 2 tipos de abordagens;
4.1 Um é de carácter conjuntural, que tem a ver com situações mais emergentes, nomeadamente no serviço de urgência com a contratação de profissionais e manutenção de equipamentos.
4.2 outro de carácter estrutural ?
Por que não aproveitar a crise para retirar os Médicos em presença física do serviço de urgências, permitindo-lhes dormir em casa, analisando matematicamente, por exemplo, a rentabilidade do trabalho nocturno, dos Médicos de urgência.
Por que não aproveita a crise para reformar o sistema com o método australiano ou holandês?
E não se aceitam de que os métodos referidos são ineficazes?
Os nossos inteligenttsios estão a exportar a custo zero os Enfermeiros que são a solução destes desperdicios de ter Médicos a dormir, porque podem ser chamados para mandarem esperar pelo sol da manhã, entregando os emergentes aos cuidados dos Enfermeiros...
Vão lá ver.
Eu próprio fui lá, Enfermeiro Chefe durante 11 anos e sei do que falo.
Vá lá, sejam razoáveis e avaliem:
Os riscos para os Emergentes de os Médicos estarem por chamada e, entregues, entretanto, aos cuidados dos Enfermeiros.
Em que é que esta proposta se assemelha à realidade, contabilizando o rendimento de cada Médico, numa noite; que situações resolve que não possam ser resolvidas de manhã.
Há quem diga que o quarto se justifica porque precisa de estar ao trabalho na manhã.
E é verdade pela pior, pois num dia, fazem a urgência, as consultas, as cirurgias: condensam 3 em 1.
Será que só têm faca para cortar nos Enfermeiros, até o essencial?
Estou cá a pensar que o MS vai fazer uma investigação séria ao CHSJ, para saber quem são os que mamam na teta: desde os Gamas aos Albuquerques, passando pelos Brancos, os Cinzentos e os Pretos, os só filhos e os só pais, sem esquecer os de geração espontânea.
Outra sugestão de pesquisa é; que raio de sistema de administração é aquele, em que há 66 directores de serviço?
Que serviço?
Ora, se cada director desses tiver uma muleta de apoio para neutralizar a administração dos serviços de Enfermagem, nas ausências do director, não vão eles, os obedientes chefes Enfermeiros, furar os esquemas, serão e são mesmo, mais 66 subdirectores. E se a estes, juntarmos as muletas dos subdirectores serão mais 60 ou 70.
S.M.O. Esta é a pior maneira de rentabilizar as enormes potencialidades médicas, desperdiçando esse potencial técnico, onde são únicos, em análises de contas e descontas e outras minudências, que encarecem a assistência com muitos espaços mortos e impróprios, não obstante os cursilhos dados na OM, sobre administração, ministrados por "professores" peritos em administração, de discutível valia gnosiológica, com o único objectivo de exacerbar, ainda mais, a já de si egocentrice médica, que valem por si e pelos outros, onde se esforçam por incluir os Enfermeiros, tendência que contrariamos, logicamente.
Que diferenciações poderá haver de serviço para serviço, que exigem a ocupação de 66 directores, num só hospital?
Não serão titulos de fachada, à mexicana, onde o exército tem 15.000 soldados para 50.000 generais!
Os ingénuos que acreditam que através de UAG e USF e afins resolvem mais bem os problemas de administração dos serviços de saúde, mais não fizeram do que «entregar o ouro ao bandido».
Este provérbio ajusta-se 100% à situação de que os 66+1 são, simplesmente um exemplo concreto.
É muito bem feito e ainda merece mais, o Ministro de Saúde, que deve estar a lembrar-se, dos avisos oportunos, que lhe fizemos, em visita informal, já que não tem tempo disponível, para receber os Enfermeiros, que trata ou permite que tratem como coisas e a quem os médicos não o deixam, sequer ouvir. Sirva de exemplo o nosso amigo José Silva de Pombal...
Podíamos dar uma risada de escárnio, pois não nos faltam motivos, não fossem as consequências que estão a fustigar os Enfermeiros, com esta má administração dos serviços de saúde, onde os números só são importantes, se apoiados na qualidade real e imprescindível, (não a fabricada em laboratório de propaganda), que se estima.
Sabemos os riscos que os Governantes correm, como infelizmente, avisou o ex-director (mais um) do Goelas-de-Pau, na Assembleia da República, quando se dirigiu ao Primeiro Ministro, para não passar pelo serviço de psiquiatria, onde lhe podiam atribuir o estatuto de inimputável. Isto é ciência... em que muitos, dos que não sabem o que é ciência, acreditam. Parece-nos mais; gato escondido com rabo de fora...
O Ministro da Saúde, ainda não conseguiu descobrir que o único grupo, que tem competência para corrigir os erros e despautérios médicos é o Enfermeiro, porque, por sistema, antes de executar o que Médico prescreve, único elo que liga estes dois, tem de analisar se está tudo certo.
Só o Enfermeiro pode anular um desses ameaços a que qualquer cidadão está sujeito, ministro ou não.
O Ministro da Saúde não deve saber que o Hospital de São João funciona por si, tal a competência dos profissionais, que integram o seu quadro de pessoal. De pouco lhe serve este Conselho de Administração, mais as centenas de directores, que se anulam pelo tamanho.
Se acreditasse nos nossos conselhos, até podia fazer a experiência, de os deixar cair, já que não teve a argúcia de os demitir, como fez Correia de Campos, ao Conselho de Administração do mesmo HSJ, que tinha sido nomeado há um ano e um dia, pelo governo do PSD, quando Jorge Sampaio teve a desfaçatez democrática e descomprometida(?) de demitir uma Assembleia da República, com maioria absoluta: estranha democracia!
Estranhos democratas!
Agora pode meditar nas vantagens e desvantagens dos neutros partidários.
É duro, é cru, mas é sincero e oportuno, mais uma vez.
Aguardamos, com impaciência, o 3º acto, desta cómédia.
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