Lá dizia o outro que uma imagem vale por milhares de palavras. Vejam esta desgraça.
Como é possível sacrificar tanto os Enfermeiros num Hospital onde está o suprassumo da barbatana.
Estamos a falar do Hospital de São João, de um serviço escolhido ao acaso, com vários meses de escala de serviço, para não se pensar que é uma casualidade: é uma prática corrente e impune.
Claro que a culpa não é directa do Sr. António Ferreira; a maior culpa é da enfermeira que finge ser directora e de quem a lá pôs e de quem a apoia. Os seus mentores são conhecidos e não lhes vamos fazer publicidade gratuita. Nós temos outras curvas para os ver desaparecer pela tangencial, que é o ponto onde a força centrífuga anula a centrípeta.
Se quiserem verificar quem dá férias aos Enfermeiros verão que são os próprios Enfermeiros que dão as férias uns aos outros. O SF demonstra que essa é a razão do seu crescimento.
Vejam a penúltima coluna [SI], que quer dizer Saldo Inicial de horas em débito, aos Enfermeiros e a última coluna, ambas da direita da escala [SF], que quer dizer Saldo Final e reparem quantas centenas de horas, que chegam a ultrapassar as 300, estão a dever aos Enfermeiros; a cada Enfermeiro!
Deviam respeitá-los um pouquinho mais, sobretudo os próprios colegas, com responsabilidades de direcção e chefia; sobretudo esses, que não têm sequer capacidade de ver como é que os outros sectores resolvem os problemas sem terem um tão elevado passivo de horas não pagas, que resultaram, por sua vez, de sobrecargas, acima dos limites de segurança, quer para os Enfermeiros, quer para os doentes.
Quando tomam uns banhos de vergonha e honra, pela profissão e pelos colegas?
Vejam se encontram uma percentagem decente de Enfermeiros com DS (Descanso Semanal) seguido de DC (Descanso Complementar), pois a lei diz que os Enfermeiros devem estar 48 horas consecutivas afastados do Hospital para recuperarem energia psicofísica.
Aqui, começa a azelhice na elaboração das escalas de serviço, seguindo a lei do menor esforço, como se a quem elabora as escalas e as homologa fosse proibido usarem a massa cinzenta que naturalmente possam ter para pensarem as variadas soluções possíveis, no respeito pela lei dos horários e da elaboração das escalas.
Se, quando fui Enfermeiro Director daquele HSJ os adeptos da terra queimada não brincassem com os colegas e os seus legítimos interesses, como muitas vezes lhes disse, pois que não era a mim que prejudicavam, podiam ter ficado com uns horários mais racionais e menos cansativos.
Podiam ao menos ter ficado com as cópias para não sacrificarem tanto os colegas.
O art. 56º do DL 437/91 e as suas alíneas têm todas as regras legais para elaborar escalas de serviço:
Por exemplo:
Uma olhadela sobre o ponto 3.2 da CN/18/92 esclarece que o descanso semanal nunca pode ser inferior a 48 horas consecutivas.
Resumindo:
Vamos conceber uma forma de entregar estas transgressões de horários ao tribunal criminal pois é de autênticos crimes que se trata, praticados nos Enfermeiros e, através destes, nos utilizadores dos seus serviços, os Doentes.
Já verificamos que, apesar de os Hospitais terem aumentado 14,3% os seus quadros de Enfermeiros;
não obstante os Enfermeiros terem sido espoliados 14,3% nos seus vencimentos, ninguém está a sentir os efeitos do abuso dos horários legais (as 35 horas semanais) e a sobrecarga é muito maior do que seria de esperar, porque as carências de efectivos Enfermeiros, não cessam; crescem.
Os Enfermeiros precisam de centrar as suas atenções sobre o que estamos a fazer, pois é para seu exclusivo interesse e início de recuperação do que já perderam; e é muito.
Se não sabem fazer horários mais compatíveis com a resistência física e psíquica dos Enfermeiros, venham até nós, porque eu ensino-os e de graça, mas cuidem-se porque podem ter responder perante o tribunal criminal.
Com amizade
José Azevedo
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