SEXTA-FEIRA, AGOSTO 15
No fio da navalha ...
“Enfermeiros e médicos fazem greve conjunta no Algarve”… link.
A greve marcada para o dia 22 de Agosto é, para já, restrita ao Algarve. No resto do País continuam manifestações do mal-estar no SNS à volta de problemas com cortes orçamentais, ausência de investimento, virar de costas à inovação e amputação de recursos humanos. Um encadeamento de factos propício para o desencadear de uma ‘grande tempestade.
Nos últimos tempos têm existido muitas outras manifestações de enfermeiros que não obtiveram grande impacto mediático. De realçar a ‘questão da exaustão’ (não só profissional mas também cívica) que mereceu um comentário (em Braga!) verdadeiramente escabroso e inqualificável de Paulo Macedo. Deveria estar a lembrar-se da canseira das suas acumulações onde para além de vice-presidente do CA do BCP, foi membro do Conselho de Supervisão do Bank Millenium (Polónia), do Conselho de Supervisão da Euronext, do Instituto Superior de Economia e Gestão ou ISEG Lisboa - School of Economics and Management, para só falar dos cargos mais visíveis.
Na verdade, faltou ao Ministro, divagar sobre o ‘perigo de exaustão’ decorrente de uma agendada e cansativa catadupa de manifestações e greves que se prevêem e se avizinham .
O ‘alarme’ deveria – para o MS - decorrer da avaliação de uma mutação qualitativa em curso. Começa a desenhar-se, com a greve do Algarve, um novo ambiente envolvente, com características endémicas, que ultrapassa sectores profissionais específicos para envolver todos os profissionais de saúde que trabalham no SNS e não admitem a destruição deste serviço público.
Perante isto, o Ministro da Saúde, deambula pelo País e declara-se “satisfeito” com algumas parcerias público-privadas (no caso vertente Braga). Aí ‘desvalorizou’ todo o tipo de ‘incumprimentos’ como a coisa mais natural do Mundo.
É enternecedora esta mutação. Há cerca de 1 ano (Maio 2013) a ARS-Norte e o SIM clamavam pelo IGAS para ‘inspeccionar’ o Hospital de Braga e verificar inconformidades na execução do contrato de parceria do Grupo Mello com o Estado e avaliar da qualidade assistencial e de formação. Passado pouco mais de um ano vemos que toda a ‘agitação’ terá sido um rebate falso. Tudo parece satisfazer ou está em vias de...
Na sua função reguladora destas parcerias público-privadas, o MS, quando em confronto com um grande grupo económico e financeiro, constata que nada permanece muito tempo no fio da navalha .
Onde e quando ouvimos uma entidade supervisora dizer ‘isto’?
E-Pá!
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