INFORMAÇÃO DO SE - SINDICATO DOS ENFERMEIROS
São muitos os Enfermeiros, sócios e não sócios, que se nos dirigem, a pedirem opinião, acerca da greve de Enfermeiros dos próximos dias 24 e 25 de Setembro, mas já não são tantos como nas greves anteriores, o que significa, que podem estar a desinteressar-se, entendemos nós.
1 - Somos um Sindicato de Enfermeiros, centenário, com grandes responsabilidades na legislação boa, relativa a Enfermeiros a partir de 26 de Abril de 1974.
2 - Estranhamos, no mínimo, que haja um Sindicato de Enfermeiros, que não reconheça o valor e utilidade da nossa presença, nas lutas e negociações!
3 - Ao pretender fazer tudo sozinho, não sendo o único representante dos Enfermeiros, embora o quisesse ser, deixa-nos a certeza certa que, estas greves, não são para resolver problemas dos Enfermeiros, muitos deles protagonizados por essa estrutura sindical, mas sim; para testar a capacidade de mobilização dos Enfermeiros, como resposta às formas de luta decretadas. Ora, todas as lutas, que levarem um Cêntimo, que seja, do bolso dos Enfermeiros, devem ser evitadas, dados os seus magríssimos salários. Há outras formas de luta, sem diminuírem os rendimentos dos Enfermeiros.
4 - O volumoso leque de assuntos, que servem de chamamento, para a greve, é, só por si, indicador seguro que davam para preencher, no mínimo, 10 pré-avisos de greve e respectivos motivos. É uma enumeração dos nossos males e não a reclamação de soluções, para eles, como é costume fazer-se nas greves.
5 - Não somos contra as greves, pois organizamos e executamos, em Portugal, a maior de sempre, não só na Enfermagem, como nas outras Classes, numa época em que nem sequer havia lei para a regular (que o testemunhe o Sr. Ministro dos Estrangeiros, Dr. Rui Machete, então, dos Assuntos Sociais). Mas, dado serem a última forma de luta, impõe-se que sejam usadas, com fins bem determinados, fundadores da injustiça, que atacam, em concreto, ponto por ponto, e com a participação de todos os interessados, sejam quais forem as suas tendências e devoções, pois o exclusivo, não existe nos mortais.
6 - Estamos disponíveis para colaborar em greves, que se destinem a resolver problemas graves, que estão a afectar a Classe de Enfermagem.
7 - E não excluímos a hipótese de ajudarmos a exorcizar os espíritos do mal, que estão a desviar os nossos colegas do seu verdadeiro caminho, que justifica a sua razão de ser sindicato.
8 - Finalmente, temos de calar o Ministro da Saúde, que, como qualquer observador normal, disse com inteira oportunidade "os Enfermeiros estão a banalizar as greves", que é, ainda pior, e mais ofensivo, do que dizer: "Os Enfermeiros são mesmo estúpidos..."!
9 - Se os nossos Colegas abdicarem de quererem fazer tudo sozinhos, convencidos duma força e capacidade, que, já demonstraram, que não têm, nem nunca vão ter e usarem o sinergismo de outras forças, onde incluímos a nossa mais valia, então pode valer a pena lutar a este nível.
Se assim não for, é tempo e dinheiro gastos inutilmente, em sonhos de idealistas baratos.
Infelizmente, não é a nossa opinião: são os factos concretos, que só os não vê quem não quer ver ou não pode ver, por razões óbvias.
Com amizade,
Lisboa, 13 de Setembro de 2014,
José Azevedo
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