[Actualmente o tratamento de feridas recorrendo a vacuoterapia é cada vez mais frequente.
Para diminuir o período de internamento destes doentes é essencial que a continuidade do tratamento seja assegurado pelos cuidados de saúde primários [CSP] (evitando prolongamento do internamento nas unidades hospitalares e diminuindo o número de deslocações dos utentes às unidades hospitalares.
1ª questão:
É possível a realização desta técnica nos cuidados de saúde primários?
O hospital está disponível para dar formação aos enfermeiros dos cuidados de saúde primários e para fornecer o material necessário para o tratamento.O acompanhamento do doente será feito no âmbito da consulta externa com consultas médicas e de enfermagem programadas para avaliação de evolução da ferida.]
A resposta é sim.
Mas se a resposta é sim, por que não há articulação na continuidade de cuidados entre os dois níveis: cuidados primários e cuidados diferenciados?
Porque a entidade ideal para a continuidade de cuidados é o Enfermeiro.
Mas para que essa continuidade se dê, se concretize é preciso criar as condições necessárias ao seu natural desenvolvimento.
O primeiro obstáculo é o Médico, por estranho que pareça.
Não é por acaso que se perverteu o processo para cuidados continuados, criando mais um elo na cadeia, interrompendo a cadeia hospital habitat do convalescente.
Os Enfermeiros perdem ainda muito tempo em mais casos do que seria desejável por perto do Médico, desperdiçando um tempo precioso para os utentes.
Por manifesta incompetência de quem gere os CSP, de cuja administração dos serviços, os Enfermeiros foram praticamente afastados, a começar pela própria sede das ARSs, uma das maiores asnices que os nossos governantes cometeram, e continuam a demonstrar, por consentimento, nos sucessivos governos, fazendo girar um serviço, quase exclusivamente enfermeiro, pelo Médico e em função dele, quando presta um único acto, a consulta, quando presta, porque não se arrasta nem alapado nas cadeiras de gabinetes impróprios e desadequados com a sua formação, tão dispendiosa ao erário público.
Isto passa-se no ACES de Espinho-Gaia, onde estão a desmantelar as UCC (e vão 2, ao que nos informaram) para distribuir os Enfermeiros pelo apoio aos consultórios Médicos, onde nem perto deviam passar, a não ser para socorrer alguma emergência...
Claro está que tudo se passa com o consentimento e aprovação da ERA e não era e possivelmente com o contributo do Médico vogal do Conselho Directivo da ARS N.
Que falta faz um Enfermeiro vogal que estupidamente abateram ao conjunto do Conselho substituindo-o por um assessor, sem qualquer capacidade de acção nestas circunstâncias que o sector Médico abandalha; sim é o termo menos ofensivo, porque os que mais se adequam à situação são piores.
Quando será que os ministros e Secretários de Estado deste Governo, começam a confiar nas capacidades dos Enfermeiros e deixam de se comprometer, pelo menos passivamente, com a engrenagem que onera estrondosamente, sem resultados práticos, a prestação de cuidados medicamentosos e exames complementares da doença da moda: o diagnóstico, atrofiando os cuidados de Enfermeiros, que tirem mais cedo os doentes dos hospitais e lhes proporcionem cuidados necessários e adequados no seu habitat natural, a preços razoáveis.
Com o anterior primeiro ministro já se sabe qual foi a compensação, de que ninguém fala: foi contratado pela Octapharma, para promover a venda de plasma à América Latina e retardar o aproveitamento do plasma que resulta das colheitas de sangue, em Portugal, e é lixado, porque vai parar ao lixo, para não interromper o exclusivo, que alguém celebrou com o tal Octapharma.
Será que não vêem ou não querem ver estas coisas de não gastar racionalmente os nossos parcos recursos.
Quanto custarão ao nosso Estado o silenciamento destas aberrações.
Uma sugestão prática será a de conseguir "stripetizar" a soma que o Octapharma paga ao dito cujo e ser o Estado, a título de mérito "sui generis".
Aconselho a leitura de Matthias Rath, neste blogue, para se documentarem, sobre as forças do bem e as forças do mal.
Seria muito útil e prova de bom governo dos recursos disponíveis que estes cartéis, com uma lógica especial fossem sendo substituídos por alternativas enfermeiras como já foram noutros países.
Não pensem que deixaremos de dizer isto em cada caso que evidenciar à má governação para os alimentar.
Fazemos estas denúncias não por prazer mas por dever de correcção de erros espantosamente evidentes, mas que a doutoria elitista solidária consente!
Com amizade
José Azevedo
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