sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Ó LINDA, EU BEM TE ENTENDO

[DOMINGO, JANEIRO 18


Embuste político



caos instalado nas urgências hospitalares é, tão só, a face visível do descalabro a que foi conduzido o Serviço Nacional de Saúde nos últimos três anos e meio. Uma ausência total de política de saúde cinicamente disfarçada por um dos maiores exercícios de propaganda falaciosa cujo único objectivo foi sempre a ocultação de uma confrangedora incompetência técnica e política sem limites.
Infelizmente, neste período alguns dos “peões de brega” que, no terreno, foram acolitando este desastroso percurso procuram agora fazer esquecer, com o seu silêncio, os epítetos de elogioso endeusamento desta política irresponsável e amoral. Alguns deles, descoraram mesmo a condição de médicos para, no fulgor do exercício de funções de gestão, fazerem sua a doutrina do racionamento e dos cortes a eito tendo mesmo exultado na maratona dos campeonatos orçamentais apenas e só para agradar à tutela e entrarem no registo da “moda” criada pelos ideólogos deste governo.
Uma política inconsequente, falsa e hipócrita que procurou inculcar na população a ideia de desperdício sistémico e da existência de “classes profissionais fraudulentas”. Na verdade a única, a verdadeira fraude esteve sempre na política inventada em cima da ideia de que o SNS seria salvo através de uma castigadora purga tornando-o progressivamente exangue nos seus recursos.
O cúmulo do topete viria no final do ano passado com a rábula proclamatória da salvação do SNSno exacto momento da inauguração, no norte do país, de mais um verdadeiro mastodonte hospitalar privado destinado a extorquir ainda mais dos poucos recursos disponíveis ao SNS. 
A crise terrível nas urgências põs finalmente fim ao maior embuste político dos últimos anos abrindo espaço à compreensão dos malabarismos que a propaganda foi tecendo a cada momento.
A saúde que foi, ao longo deste tempo, o abono de família deste (des)governo irá ser, ironicamente, no momento do julgamento eleitoral o seu verdugo político. 

Olinda]

É verdade que as coisas na saúde não andam bem.
Mas o Ministro só é culpado, assim como os Secretários de Estado de não envolverem mais os Enfermeiros, que tenham currículo adequado, nas políticas da saúde.
É verdade que  este ataque aos Enfermeiros, nas administrações, de que têm vindo a ser excluídos (ver o tema quem os (in)dignifica, neste blogue) foi feito por Correia de Campos, ex-MES e, hoje, PS. É tão defensor das USF, que até, queria implantá-las nos Hospitais, como diz em mais um livro que escreveu. Sabendo o que são os vários tipos de USF, que criou para filhos e enteados, sabe-se o que esta peça pensa do SNS.
É verdade que os Médicos politiqueiros são os desiludidos da medicina, que se empregam nas politiquices e o resultado está à vista.
A verdade é que devia ouvir mais os Enfermeiros e menos o tal famigerado Correia de Campos, que está bem longe de ser um perito em saúde, como o demonstram as leis que fez.
Quando fala nos 3 anos e meio quer dizer o actual governo, mas o actual ministro tem como principal conselheiro Correia de Campos.
É verdade que se ouvisse mais quem sabe da coisa não fazia tanta burrice, cujos principais responsáveis lhe estão a sacudir as culpas para cima. Ele só sabe de números, e um número, é, também ele.
É verdade que não são os Médicos os queixosos, pois 90% da política, ou falta dela, do SNS, é da responsabilidade da Classe Médica e de quem lhe paga as intervenções na comunicação social, que alienam o Povo das verdadeiras causas das coisas, que acontecem.
É verdade que quem há-de cantar vitória vão ser os Enfermeiros, quando houver quem os valorize mais e mais bem. A grande culpa do Ministro é não querer ouvir as verdades do SNS, por isso nunca falou com os Sindicatos dos Enfermeiros.
O Sá Carneiro, que Deus haja, nunca escolhia nenhum ministro que não fosse sócio do Sindicato da sua área de trabalho.
Porquê?
Agora, escolhem-se inimigos dos Sindicatos, cinzentões por dentro e por fora e, depois, até são acusados por aqueles a quem deixam fazer tudo o que querem: "ó ai ó linda!"
Com amizade,
José Azevedo

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