sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
POUCA VERGONHA NA SAÚDE CONTINUA
A ARSN foi retocada, à pressa e mal, pela calada da noite.
Sendo a área dos CSP, essencialmente de Enfermagem, é muito estranho que, nos muitos vogais, do Conselho de Administração, não haja lugar de vogal, para um Enfermeiro, não surdo-mudo, que não bula com o esquema instalado, mas que seja mais valia, no sistema.
Como a essência correcta dos CSP são os serviços de Enfermeiro, com a promoção da saúde e a prevenção da doença, nunca a criação de hipocondríacos saudáveis, é espantosa, asnática, a pouca vergonha de marginalizar os Enfermeiros, ou de lhes dar um magro lugar de assessor, que só funciona, quando e como lhe condicionam a emissão de opiniões, a preceito, continua a fazer o seu curso marginal e afluente.
Esta é a prova mais evidente das distorções de quem nos governa, numa perspectiva alienada da realidade.
Porque os Enfermeiros/as são gente boa e prestável, ainda vão aguentando as burrices de administração de coisas que os seus autores não entendem, nem precisam de entender, por enquanto. Mas falta alma e interesse e responsabilidade nessa participação, cada vez mais desmotivada, Enfermeira.
Aproxima-se a passos demasiado largos e rápidos, a caótica dos serviços, de que a recente gripezita foi um belo exemplo.
Senhores poderosos, não andem rápidos em comprometer os Enfermeiros, na prestação da assistência sanitária e na administração dos serviços, que prestam essa assistência e a caótica generaliza-se, porque o desprezo, que têm tributado aos Enfermeiros, começa a dar generosos frutos.
À medida que têm vindo a afastar os Enfermeiros da administração, as coisas pioram e o caos instala-se.
O problema não é os Médicos auto-elegerem-se omnipotentes:
É haver quem, com responsabilidade, os acredite e quem se convença que sabem muito de saúde;
Que não há quem saiba mais do que eles em organização e colheita de rendimentos imprevistos, para quem anda nas nuvens.
Por exemplo; esta coisa das USF é uma das poucas vergonhas, com que os governantes nos entristecem, ao colocarem-na no centro das suas preferências, porque não sabem nada do que se passa, para as organizar, em matéria de atropelos de tudo e todos, para conseguirem resultados nada superiores aos obtidos pelos não Usficos. Há métodos mais inteligentes, eficazes e melhor relação custo-benefício.
Com um pouco de imaginação, basta perspectivar o que seria pôr os Médicos a trabalharem "per capite", nos seus consultórios, com ou sem incentivos, mas não estarem a tentar imitar os Enfermeiros, metendo-se a fazer mal o que não sabem, por falta de preparação e apetência; que é prevenir as doenças.
Ora se nós preveníssemos as doenças, até ao impensável, para que seriam precisos os Médicos?
Percebem isto?
Claro que triagem terá de ser feita entre doentes e não doentes pelos Enfermeiros e não minimizá-los dizendo que têm competências para isto e para aquilo; até para fazer bem, que é evitar as doenças e ou tratá-las, quando surgem.
Modernamente, já não é preciso formar uma USF para expulsar Enfermeiras de gabarito e ficarem com as suas e os seus Enfermeiros/as. (Eu sei que isto fere, mas alguém tem de levar a ferida, até ao são, até sangrar, para cicatrizar mais depressa, tirando-lhe o podre ou necrosado).
Tentem, por um momento, colocar-se na pessoa das Colegas, que arredam, sabe-se cá porquê, do seu posto de trabalho?
E não são só os Enfermeiros; também outros Profissionais, nomeadamente Médicos, sofrem as mesmas investidas.
Tirai-me, ó poderosos da República, as causas destas coisas, para ter pensamentos e aspirações mais realistas e de menor contacto com tanta e tal pouca vergonha, de que se devem arrepender, se tiverem possibilidades disso...
Com amizade,
José Azevedo
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