Exmo. Sr. Presidente do CD da ARSN I.P.
Solicitamos a V.E. há tempo mais que
suficiente reunião urgente, tempo que não especificamos para não envergonhar alguém,
a fim de abordarmos problemas de Enfermeiros, nos ACES, pessoalmente, dado o
melindre de alguns assuntos, que não queremos trazer para a ágora, de momento,
assuntos, que não dignificam os autores; são uma vergonha.
Por razões de agenda, de V.E. ou da
importância, que o assunto lhe merece, ou ambas, não tivemos, ainda, resposta
positiva, não obstante a urgência de soluções disciplinares, mais ou menos
gravosas, que referimos.
Por exemplo, citemos um dos de menor
gravidade, mas do maior descaramento:
1 - Numa Unidade de um CS havia 3
Médicos, 2 dos quais se aposentaram, ficando o 3º a dar(?) cobertura médica, à
US, que conta com 3.600 Utentes.
Como este, habitualmente, solicita à empregada do seu consultório
privado, por recusa do pessoal administrativo da US, para telefonar às pessoas
inscritas, na sua consulta médica do dia, para comparecerem às 8 horas, todos;
Como sai habitualmente, às 10 horas,
reduzindo a 2 horas o seu horário de 7 horas, ou seja; 10 horas semanais, das
35, que constam do seu horário e remuneração, sem que se conheçam limitações
justificadas, as Enfermeiras foram pondo questões de falta de Médico, para
resolver problemas, que elas podem resolver, mas que, por falta de organização
interna, entendem (mal), que não são da sua competência.
2 - Numa outra USF nominal, visto que
apenas existe a ideia de USF, foram colocadas 2 Enfermeiras, que integram a
ideia de USF, retiradas a uma 3ª US, no limite da zona de abrangência, do ACES.
3 - Qualquer racional mediano, adquiriria duas Enfermeiras para a 3ª US de, onde, retiraram (privilégios do processo
falido de USF) as referidas 2 Enfermeiras, para integrarem a ideia de USF, na
US 2ª.
4 - Porém, por uma estratégia de
"gato escondido com rabo de fora", a Diretora Executiva do ACES, em
causa, que, até certo ponto, esteve de acordo com os reparos das
Enfermeiras, depois duma visita do Médico transgressor das normas de horários e
salários, mudou a direção das suas atitudes, "de acordo com orientações
do CD da ARS Norte", disse e escreveu ela, está a pensar destacar uma
das Enfermeiras da 1ª US, onde o Médico só trabalha 2 horas, em vez de 7 horas
diárias do contrato e vai destacá-la para a 3ª US, nos limites do Conselho,
onde o ACES se insere.
5 - Dissemos que é rabo de gato mal
escondido, porque:
5.1 - Se a razão aconselha que se
contratem 2 Enfermeiras para a 3ª US, pois que estranhas por estranhas ao
ambiente, tanto se dá que seja uma Enfermeira ida da US 1ª (a do Médico em
questão), como vinda do exterior, pois será sempre alheia ao conhecimentos dos
Utentes da US 3ª;
5.2 - Mas, de forma pouco pensada, ao
retirar uma Enfermeira da US 1ª, que conta com 3.600 Utentes, terá de ser
contratada uma 2ª e uma 3ª Enfermeiras, visto que 1.200 Utentes por Enfermeira,
em ambiente rural, já é um número de grande sobrecarga, pois assisti-los
convenientemente de acordo com as suas necessidades, não é o mesmo de
estar sentada numa secretária a passar cartas de recomendação para Médicos, ou
receitas do "Vade mecum", para farmácias; é preciso assistir
dentro e fora da US os Utentes. Claro que se o papel das Enfermeiras
fosse o de empregadas de consultório médico, como muitos I.U. pensam, até
podiam ter o mesmo número, que tem cada Médico, contudo as diferenças são
substantivas e não irracionais;
5.3 - Todavia, já não é somente o
processo nojento da Enfermeira retirada hipoteticamente, a uma ambiente, que
conhece e onde é conhecida: é aumentar desinteligentemente, o desrespeito dos
Clientes da US 1ª e somá-los aos da 3ª para satisfazer a ideia de USF, na US
2ª.
5.4 - Percebe-se, rabo de gato, que se
trata dum castigo indireto ao cuidado que as Enfermeiras da US 1ª iam tendo, de
informarem a Diretora Executiva de ACES das medidas, que tinham de tomar, no
encaminhamento correto, aliás, dos Clientes, para onde devem ir procurar a
assistência que ultrapassa as possibilidades da US. 1ª.
5.5 - Porque estas atitudes, perturbam o
esquema cleptómano do único Médico, que seguindo o método do esparregado,
consegue espremer 7 horas e reduzi-las a 2.
6 - Quem estiver de acordo direto ou
indireto com a impunidade deste transgressor, vitimando zelosas cumpridoras,
envergonha-nos.
7 - Como não é caso único, com ligeiras
cambiantes, é comum a muitas outras situações, não o nomeamos, por enquanto,
até o denunciarmos publicamente, quando tornarmos mais pública a nossa defesa
da perspectiva correta dos CSP, entregues aos Enfermeiros, e só. E já nos falta
pouco tempo.
Por isso é de V.E. a responsabilidade do
que de mau está a acontecer, porque a Diretora Executiva refere a orientação da
ARS Norte.
Tomamos a liberdade de dar conhecimento
às entidades que dele devem tomar as devidas notas e atitudes.
Os Enfermeiros merecem mais respeito, de
todos, mesmo daqueles que ignoram ou fingem ignorar o seu estatuto e papel, no
SNS.
Com os melhores cumprimentos,
Presidente da Direção do Sindicato dos
Enfermeiros - SE,
José Azevedo
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