sexta-feira, 15 de maio de 2015
IMAGINAÇÃO
Imaginemos o que motivava C.Gulbenkian a suspender o contrato com o seu Médico dito de Família, constituída por um só membro, nos dias em que estava doente. Só lhe pagava vencimento, nos dias em que não tinha qualquer doença.
Não é preciso grande furor imaginativo, para atingir o alcance da ideia prática e útil, deste benemérito de Portugal.
É que se invertermos a situação, podemos garantir, com uma margem de erro de 000,1%, que não teria saúde em nenhum dos dias, que Deus dá ao Mundo, porque haveria, sempre, a possibilidade de lhe transformar o viver, num inferno, com a invenção de doenças e de terapêuticas, as mais modernas e/ou inovadoras, com a vantagem de não ter dificuldades de liquidez, para pagá-las.
Imaginemos que o nosso governo só pagava aos bombeiros e outros apaga-fogos, nos dias em que não ardesse floresta;
Imaginemos que as estatísticas das USF, essa "maravilha" criada pelo famigerado Correia de Campos e o seu séquito de lucradores, em 2006, com os vários ajustamentos sucessivos, para agilizar os lucros dos eleitos felizardos (todos sabem quem são, mas a auditoria do TC evidencia-os), eram remuneradas pelo menor número de consultas e de doentes assistidos e consumos de terapêuticas e meios auxiliares de diagnósticos certos ou errados, mais baixos, ou seja: quanto menos doentes "inventassem", além dos que já existem, maior seria o seu salário!
E se em vez de estarem a pretender indexar um número predestinado de pessoas sãs a um Médico dito da Família, os contratos fossem feitos por números de consultas efectuadas em doentes?
Imaginem a enormidade de benefícios!
Estou seguro que se feria grandemente a capacidade imaginosa dos "inventores de doenças", mas a alegria de viver teria outro valor e sentido.
E os nossos impostos deixavam de sustentar uma fauna prejudicial ao bem-comum.
Ó vós, que me lêdes, fazei um exercício imaginativo de ver a problemática, esta das USF, pelo lado oposto e procurai desfrutar as vantagens e os inconvenientes, do exercício.
Até purificavam a alma dos empoladores de estatísticas de actos e não-actos, que enevoam o ambiente com números, ainda mais abstractos do que são realmente, porque retratam uma ficção, ainda mais tristonha.
Com amizade,
José Azevedo
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