quinta-feira, 24 de setembro de 2015

USF - O INFERNO PARA MUITOS ENFERMEIROS, e não só


Se os políticos, que falam na implantação de mais USF tivessem a mínima noção do que a modalidade representa, para os Enfermeiros e muitos clientes, (e também para médicos), nem permitiam que lhes falassem nelas, quanto mais elegerem-nas como mote de campanha, com o objectivo ingénuo e ignaro de melhorar a qualidade dos cuidados de saúde.
Se fizessem a mínima ideia do que é o ambiente, que fica, entre o grupo dos profissionais das USF e os que são marginalizados, pela instalação desse grupo, não falavam em USF, jamais.
E não é a quantidade dos marginalizados; é a qualidade e o requinte de malvadez e desprezo com sadismo, até, com que tratam os colegas, que marginalizaram.
Como costumam referir-se aos mais desprotegidos, enquanto um dos seus propósitos de campanha, se um dia conseguem eliminar os desprotegidos, têm uma boa oportunidade de adotarem os novos desprotegidos: os Enfermeiros, que a instalação do grupo USF, espezinha.

Nem sequer descobrem que a principal preocupação das USF, não é a qualidade da assistência a prestar aos sem médico de família, mas sim o preenchimento da lista dos ID contratualizados, com o perfeccionismo de já se fazerem assistências domiciliárias, vulgo domicílios, pelo telefone. O que é preciso é preencher a quadrícula, para não perder os incentivos.

Mas como quem regista estas coisas anómalas é tão cumplicie, como quem as pratica, não há fugas para os analistas. E as estatísticas como muitas outras, só provam que estão erradas.
Já imaginaram o que é um Enfermeiro ao lado do outro a fazer as mesmas coisas, ou mais, a ganharem metade do vencimento?

O esquema USF é tão perverso e mentiroso, que devia merecer mais respeito a quem o pronuncia, pelos que dele são vítimas.
 Nasceu para dar assistência aos que não tivessem médico ou Enfermeiro de família.
Onde é que já vai a matriz?
E o mais curioso é que, cada vez há mais clientes, sem médico de família, para emoldurar as propostas dos políticos, em campanhas.
Quando acaba esta farsa?

Com a ganância nem se preocuparam em constituir as USF com os trabalhadores necessários às várias atividades, que nelas se desenvolvem, deixando a limpeza do chão e material, entregue aos Médicos e a condução das viaturas, do serviço e em serviço, aos Enfermeiros, só para dar 2 exemplos da metodologia subjacente.

Se pretendem organizar e reformar a Assistência Primária, façam-no tendo os Enfermeiros, no centro das operações. Os moldes das USF e do sorvedouro de Médicos, em vez de resolverem esta problemática, complicam-na.
Era tão fácil usar o método holandês, alugando as instalações - consultórios, a médicos avençados a quem os Enfermeiros enviariam os clientes doentes, que nunca mais haveria clientes sem Médico. Claro que também não haveria o argumento para politico encher a boca, com a criação de mais USF, que ninguém sabe como são, realmente.
É aqui, que nós, portugueses, somos um caso infinito, que todos sabem, onde começa, mas ninguém consegue dizer, onde acaba.
Com amizade,
José Azevedo

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