terça-feira, 5 de janeiro de 2016

PLANOS DE CONTINGÊNCIA E OS HORÁRIOS DOS ENFERMEIROS

Politicamente é correcto empurrar a "carneirada" para os sítios, onde seja mais visível, que são, obviamente;  as urgências dos hospitais da área. E quanto mais centrais, mais a coisa rende.
Aumentam-se as camas de reserva, para retirar os mais doentes das vistas do público curioso.

Mas ao aumento de camas não está indexado o racional e natural aumento de Enfermeiros.
E as chefias, depois; as direcções de Enfermagem, antes, estão, umas e outras a desrespeitar o merecido e necessário repouso dos Enfermeiros, seus colegas, com direitos inerentes à função.
Daqui se informam os interessados que os Enfermeiros não são legalmente obrigados a alterar a sua escala de 4 semanas, previamente elaborada de comum acordo, entre quem faz a escala e quem a executa (art.º 56º , 1, 2, 3 ... do DL 437/91 de 8 de Novembro).
Os Enfermeiros não podem ser punidos se disserem não aos abusos de não lhes assegurarem as duas folgas seguidas, após 5 turnos de trablho. E só 5. (5 turnos de 8 horas e 2 folgas consecutivas; é a Lei).
Cederem a pressões das chefias, nas alterações extemporâneas das escalas, é a a principal razão de tão baixos salários e tanto desrespeito pela vida, além serviço, dos Enfermeiros.
"Tanto tens tanto vales; nada tens, nada vales", provérbio popular a condizer.
Estamos a estudar a forma de decretar uma greve de rigor absoluto, no cumprimento das escalas de serviço.
Enquanto não conseguirmos o regresso às 35 horas semanis de serviço, em que estamos a trabalhar empenhadamente, temos de impor rigor extremo, contra os abusos, que se cometiam, já com as 35 horas semanais.
Como é possível haver a safadeza de sobrecarregarem os Enfermeiros, com horas extraordinárias, em dias com direito a suplementos, como são as regras do DL 62/79 de 30 de Março, para sábados, domingos, noites e feriados, pagando-as como se fossem extraordinárias, mas em dias normais, e no turno da manhã. Quem assim procede não tem moral; é reles, mas dos maiores e piores.
Gente de bem não procede assim.
Ladrões tríplices; que não tendo honra nem vergonha, vão ser os responsáveis por obrigarem este Sindicato dos Enfermeiros - SE a recorrer a formas de luta, que podem ir das mais subtis, até à greve.

É nosso dever dignificar a Enfermagem e essa dignificação começa no respeito pelos seus direitos.
Exijam, Enfermeiros Directores, das Administrações de que fazem parte, os recursos necessários, para cobrirem decente e legalmente, as horas necessárias, em função do número de doentes.
Abandonem, duma vez por todas, o modelo do ciclista, que pedala para baixo e verga a cabeça, para cima. Levantai a cabeça, para cima, a fim de serdes merecedores do respeito que a categoria contém.

Com amizade e muita preocupação gerada pelos abusos crescentes,
José Azevedo

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