sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

URGÊNCIAS E NÃO SÓ; COMO AS ENFERMEIRAS AUSTRALIANAS RESOLVERAM, AINDA, O PROBLEMA DA FALTA DE CAMAS E LUGAR PARA ELAS

A AUSTRÁLIA COLONIZADA PELA INGLATERRA, RECEBEU MUITOS DOS ILUSTRES MÉDICOS QUE NÃO AGUENTARAM A LEGISLAÇÃO DURA DO SNS INGLÊS E EMIGRARAM, PARA A AUSTRÁLIA, PARA A ÁFRICA DO SUL, SOBRETUDO.

Esta circunstância determinou o elevado nível de assistência sanitária destes dois paises.
Entretanto, os problemas com falta de camas e de camas nos corredores e impasses nas urgências, foram moendo a paciência dos Enfermeiros.
A dose de paciência disponível esgotou-se.
Foi decretada uma greve pelos Enfermeiros, para assumirem o seu papel e responsabilidade:
1 - Não entra nem sai nenhum doente num hospital sem o consentimento do Enfermeiro chefe;
2 - Não entra nenhum doente, no hospital que não tenha cama disponível, em local próprio.

Mais tarde, os peritos concluíram que, nas urgências, só deviam estar Enfermeiros e os Médicos, que sabem de medicina, assumem o compromisso de comparecer, nas urgências, no período de tempo que o Enfermeiro sugerir, de acordo com o estado do doente.
Toda a tramitação processual está protocolada, para funcionar, só com os Enfermeiros.
E, quando estes acabarem a receção e estabilização do estado do doente, é que entra o Médico, disponível para ser chamado.
O Dr. Costa Maia, insigne transplantador de fígados, foi fazer esse estudo, localmente, na Austrália, por incumbência do Conselho de Administração do HSJoão, de que fiz parte, contra a vontade do famigerado Correia de Campos, ministro, e transmitiu as suas conclusões e surpresas ao CA, que lhe encomendou este estudo.
Estava a fazer a sua aparição o "EMERGENCISTA", método que foi caindo no esquecimento, porque conscientemente, não é esse o caminho, pois o problema não é receber com uma qualquer estratégia; o problema é a capacidade de resolver com sabedoria adequada, o problema do sinistrado. Para receber bem, lá estão os Enfermeiros. Para resolver bem, estão os Médicos que sabem como tratar a área atingida.
Também a 1ª hora, de chegada às urgências, em Portugal, é da ocupação e responsabilidade, quase exclusiva, dos Enfermeiros e, só depois de concluído o 1º embate, é que entra o Médico, em ação, se for caso disso.
Simplesmente, os Enfermeiros não têm sabido impor os seus métodos e utilidades práticas, faturando em seu proveito e da Profissão tudo isso, e o resultado é, por todos os bons observadores, conhecido, que, até sabem o que quer dizer mais do mesmo.
É evidente que o Médico é necessário, nas urgências, mas para fazer o que, exclusivamente, não pode ser feito por outros.
Agora o passo seguinte é saber qual o perfil do Médico capaz, em cada circunstância, que não encoste os sinistrados aos artifícios da "Medicina Defensiva", que joga à defesa do maçarico, feito médico, de bata e engana dois ao ombro, muitas vezes a falar uma língua, que nem o próprio entende.
O que é preciso é captar, para as urgências Médicos com conhecimentos teórico-práticos, que sejam responsáveis pelo que fazem e não precisem de se esconder na "Medicina Defensiva", porque não são responsáveis, nem sábios.
Deixem de brincar aos "cowboys". Para isto, já temos o António da vaca voadora, que brinca, como ninguém, com coisas sérias.

Com amizade,
José Azevedo



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