segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

ESTÓRIAS DA HISTÓRIA





NOTA NECESSÁRIA:

Revejo, com saudade, estes relatos de lutas passadas e exemplares.
Vejo que há algumas lacunas, na promoção dos ex-auxiliares de enfermagem, porque o Sindicato dos Enfermeiros Sul e Ilhas, nunca participou muito decididamente, nessa promoção.
Nem se lembra quem foi o presidente da Comissão Nacional dos Cursos de Promoção, nem de quem ajudou a fazer a redação final da portaria 107/75 de 17 de fevereiro.
Certamente que Albertina, Barceló e Emídio podem recordar-lho.
Depois, não foi por a tabela do Sindicato de Norte ser o dobro da do Sindicato do Sul, que motivou a reação oportuna e assertiva do representante do Norte, o tal Azevedo.
Foi assim:
Barceló, que trabalhava com esse Azevedo, na circunstância, na tal CNCP, a que presidia, abeirou-se do palco e disse ao tal Azevedo;
- Eh pá, já leste o comunicado nº 5 ?;
- Não, não li;
- Toma lá e lê o que dizem de ti.
«O Azevedo, esse habilidoso defensor do SNED....» Era desta forma que o comunicado, que não foi distribuido ao Azevedo, o insultava, porque dizer que um dos maiores, se não o maior atacante do sindicato elitista SNED, capitaniado por Ana Sara Brito, da mesma escola de Maria José Viana, e aprovado por Marcelo Curto, Ministro do Trabalho, era, no fundo um habilidoso defensor, do dito SNED, constituia uma ofensa muito grave, e não ficava por aí, dizia mais coisas e foi distribuído aos presentes, numa reunião dos 4 sindicatos, onde o Sindicato do Norte era um dos participantes.
Que respeito a Maria José Viana, que assinava o comunicado, tinha por nós, só porque a nossa proposta continha uma tabela remuneratória, que era o dobro da dela e iria dar muitas dores de cabeça (o dobro, também), ao Camarada Vasco Gonçalves, Primeiro Ministro, com quem Maria José Viana falava diretamente, pela linha vermelha.
É uma pena que Maria José Viana se lembre do alarme, que lancei na sala, que abandonei, com mais de metade dos presentes, que me apoiaram e não se lembre do comunicado nº5, que me não foi distribuído e que Barceló me deixou ler, cuja leitura é que desencadeou a minha revolta.
Relacionado com este ato, está o apoio que José Pacheco me deu ao pedir a convocatória duma AG do Sindicato, que reuniu no D.ªEstefânia, para pedir a demissão da direção de que fazia parte.
E o António Pacheco, o outro Pacheco, propôs:
Por que não demitimos todos os outros?
E assim foi.
Demitidos, foi o António Pacheco que ficou a comandar o Sindicato dos Enfermeiros da Zona Sul e Ilhas.
Foi graças a ele e muitos MDP e PCP (não alinhados nem obedientes), que foi possível a realização da greve a cujo Comité Nacional tive a honra de presidir.
José Pacheco, Azevedo e Gamboa, formavam o trio de ataque aos assaltantes das direções das escolas de enfermagem, nas históricas Asembleias do INSA/DEE.
Que o digam o Zé Gabriel, psicólogo e a bibliotecária, que foram os assaltantes que degradaram a Calousto Gulbenkiam.
Esta relação explica a reação de José Pacheco, grande homem e grande Enfermeiro, que infelizmente, morreu novo.
Se Maria José Viana de Almeida tivesse guardado o citado comunicado nº 5º e o reproduzisse, pois que foi a causa imediata da reação Azevedo, a coisa ficava mais clara. Sim, porque, verdadeiramente assustado, só ficou o Gamito mais novo, quando saltei da plateia, para o palco, para lhe tirar o microfone da mão, a fim de esclarecer, com a verdade, o que aquele embusteiro dizia, quando já nem era enfermeiro, e fugiu, como bancário, para a Suiça e vinha armar-se em herói de circunstância. Esse, sim, assustou-se.
Não obstante, como as suas memórias estão subordinadas à rubrica OPINIÃO, não se trata da verdade histórica, mas da opinião, que Maria José Viana tem, sobre os casos focados, compreende-se.
Sabe-se, por experiência, que o tempo apaga da memória muita coisa. Ora, não sendo a relação da Maria José nada parecida com o de José Azevedo, nas movimentações Enfermeiras da época, é humano e natural que certos pormenores se esbatam. Eu, ainda lembro o que lhe disse, assim como aos Colegas da mesa, que abandonei, após a leitura do comunicado nº 5, escrito para desviar as atenções da nossa proposta, que era o dobro, em dinheiro, da do Sul e, até venceu, na greve de 1976, no ano seguinte, portanto.
Agradece-se este contributo e como se agradeceria a eventual publicação do referido comunicado nº 5, que irritou de tal maneira o Azevedo, que até a assistência ficou "cheia de medo", diz Maria José Viana.
Pessoalmente, só dei conta que centenas de Enfermeiros abandonaram a sala e disseram bem alto:
«Azevedo, vai em frente, tens todo o nosso apoio.»
Agradecemos ao SEP esta oportunidade de recordar dados e, sobretudo nomes, tão importantes para a Enfermagem de hoje, como o sucesso da greve de 1976.
Muito obrigado!

José Azevedo


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