[Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…
E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim! (é a vida, digo eu)
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…
sofra tormentos, enfim! (é a vida, digo eu)
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.]
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.]
Augusto Gil - Balada de Neve
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