À HORA DO FECHO DESTA EDIÇÃO, QUE NÃO TEM HORA DE FECHAR,
fizemos algumas perguntas à ingenuidade da porta-voz do PS, acerca deste assunto.
1 - Então os Médicos não estão já, a tempo inteiro, no setor público do SNS?
2 - Exclusividade médica quer dizer para o PS que cada hora vale 2?
3 - Sabendo-se que com os atuais Médicos exclusivos, porque já os há, como sempre houve, eles não sabem o significado de EXCLUSIVIDADE, SERÁ QUE VÃO USAR PULSEIRAS ELETRÓNICAS, para os manterem nos serviços públicos, onde já deviam estar a tempo inteiro efetivo?
Será que sabem quantos desses acumuladores na privada estão em tempo parcial, no serviço público?
Será que Joana Marques Vidal também inclui estes aspetos na sua denúncia da captura do Estado pelos grupos da corrução ativa?
4 - Será que o PS ainda pensa aumentar a fatia dos 87% da massa salarial total do Ministério da Saúde, que os Médicos já consomem, sendo pouco mais de 12% do total dos trabalhadores do Ministério, embora mais do que os necessários num sistema racional?
5 - Será que nesta proposta o PS pensa que o Povo vai continuar dependente da escandalosa e ofensiva medicalização do SNS?
Desculpamos sinceramente a porta-voz, porque ingenuamente desconhece a malta com quem lida.
Mas recomendamos ao PS que deve estar atento à nossa REVOLUÇÃO SERENA para mudar radicalmente a organização do SNS, mormente a sua excessiva MEDICALIZAÇÃO, que vamos reduzir à sua real dimensão.
Os Enfermeiros imigrantes são um bom contributo para a libertação do Povo e também dos Enfermeiros destes abusos do poder ilegítimo da Classe Médica.
Sem isso não há sustentabilidade do SNS que nos valha, porque os ditos estão, sempre, muito à frente de qualquer investimento, na área, que nem deixam pousar.
Se precisarem de ajuda para racionalizar o SNS, libertando-o dos excessos bestas, contem com a nossa ajuda gratuita, em BENEFÍCIO do BEM MAIOR.
Expresso 29.06.2019 pag 07
[Adalberto Campos Fernandes escreveu:
"Dedicação Exclusiva
Seria importante que as diferentes forças políticas tomassem uma posição
clara sobre um conjunto de elementos que condicionam a opção por este regime de
trabalho, dos profissionais de saúde, no SNS. O mais importante será não ceder
à tentação do impulso sem analisar com profundidade medidas que terão,
inevitavelmente, impacto nas próximas décadas e, sobretudo, nas próximas
gerações. Algumas questões relevantes que deveriam ser debatidas:
- Qual a avaliação comparativa do desempenho do SNS antes e depois da alteração
do regime (em 2009)?
- A dedicação exclusiva deveria ser opcional ou obrigatória?
- No caso de ser obrigatória como se acautelaria o risco de saída de
profissionais qualificados em especialidades carenciadas no SNS para o setor
privado?
- No caso de ser opcional como se acautelaria o risco de desequilíbrio das
equipas?
- A dedicação exclusiva deveria ser aplicada apenas aos médicos ou a todos
os profissionais que trabalham no SNS?
- A dedicação exclusiva deveria ter efeitos imediatos e globais ou ser
aplicada apenas aos novos contratos (introduzindo uma forte discriminação entre
profissionais)?
- A dedicação exclusiva deveria anular a possibilidade da existência de
fórmulas inovadoras de organização e remuneração (como por exemplo os Centros
de Responsabilidade Integrada nos Hospitais)?
- Como deveria ser aplicada a dedicação exclusiva no contexto dos Hospitais
Universitários e Centros Académicos Clínicos?
- Nos Cuidados de Saúde Primários as USF Modelo B que já funcionam em
termos inovadores (organização, desempenho e incentivos) a dedicação exclusiva
passaria a ser obrigatória?
Nota Adicional:
Os encargos totais com Recursos Humanos no SNS representam hoje cerca de
3,8 mil milhões de euros. Neste contexto, a aplicação deste regime à totalidade
dos profissionais do SNS representaria um encargo anual adicional de 1,5 mil
milhões de euros (15% do valor total consignado à saúde no OE). Este valor não
teria em conta as indispensáveis atualizações por valorização salarial e
progressão de carreira, o acréscimo de novas contratações bem como a desejável
redução do recurso a prestações de serviços externas por incorporação
alternativa de recursos próprios de profissionais no SNS.
Ficamos a aguardar, com o maior interesse, as propostas dos diferentes
partidos políticos.
O sucesso das políticas públicas esta cada vez mais dependente de uma visão
esclarecida e galvanizadora. Por outro lado, o seu fracasso está, quase sempre,
ligado ao “tacticismo” errático e à falta de desígnio. Esta é uma questão que
vale a pena trabalhar em conjunto no parlamento e fora dele."]
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