terça-feira, 19 de novembro de 2019
A EPISTEME OU PARADIGMA ULTRAPASSADO
EPISTEME ULTRAPASSADA<CLICAR>
(Episteme é o paradigma mediante o qual se estruturam os múltiplos saberes científicos que, por esta razão compartilham determinadas formas ou caraterísticas)
Os Médicosrejeitam a proletarização, ao contrário do que a Ministra está a tentar fazer com os Enfermeiros.
Porquê?
Porque ainda estão a raciocinar como profissão autónoma de uso liberal logo não subordinada a qualquer poder que não seja o da sua Ordem Profissional.
Tentaram construir-lhe carreiras profissionais, que praticamente só funcionam parcialmente nos internatos, enquanto precisam das das classificações dos mandantes que os supervisam.
Conseguida a aprovação nos internatos a mentalidade da autonomia impõe-se.
É assim que ao lado da pública mora a privada e quanto mais próximas melhor para não perder tempo.
Entregue o SNS aos Médicos e a administradores de mediocridade comprovada e servil, salvo raras e honrosas exceções disfarçadas, ninguém tem capacidade para alterar neste contexto o paradigma reinante, mesmo que ultrapassado, fazendo a mesma figura do D. Quixote, que atuava de acordo com o paradigma da ANALOGIA, quando vigorava o da CIÊNCIA.
Também os Médicos estão a atuar no paradigma ou episteme da ASSISTÊNCIA (o da leirinha e da vaquinha em que se vão os anéis e ficam os dedos), quando o que vigora é a episteme da SEGURANÇA SOCIAL.
Com estes mandantes estar a tentar fazer alterações na sua atuação é o mesmo que estimular a sus resistência para que as coisas fiquem ainda piores.
Eles serão incapazes de alterar o modo de atuação.
Quanto mais mexem mais se alarga o fosso entre os hospitais públicos e os privados (114 privados, 111 públicos, atualmente).
E os Enfermeiros que seriam muito úteis nesta mudança t^`em estado a ser cuidadosamente decapitados.
E quando não desaparecem as cabeças pensantes, são substituídas por ilustres e comprovados I.U.
Nao se apercebem que estão a ser condicionados pelo que se deixam condicionar pacificamente, porque isto de reagir contra o paradigma pensante não é tarefa fácil: é como nada contra a corrente.
É como diz Aldous Huxley: «a medicina avançou tanto que ninguém está são».
E Jörg Blech continua:«No início do século xx, um médico chamado Knock foi o encarregado de tirar da cabeça das pessoas a ideia de saúde. Este rancês criou um mundo onde só havia doentes: "Toda a pessoa sã é um doente que ignora que o é"».
«É fácil inventar novas doenças e novos tratamentos», constata o British Medical Journal «Muitos processos normais - o nascimento, o envelhecimento, a sexualidade, a infelicidade e a morte - podem ser medicados».
O aumento de diagnósticos nos paises industrializados assumiu proporções grotescas. Os médicos dizem ter encontrado cerca de 30000 epidemias, sindromes, pertutbações e doenças no Homo sapiens.
Mas para cada doença há um comprimido. E cada vez com maior frequência, para cada novo comprimido há também uma nova doença. Em inglês o fenómeno já tem nome «disease mongering», tráfico de doenças.
Com esta maneira de pensar, deixá-los mexer é estragar mais.
Ou não ouvem notícias nem lêem jornais e revistas da especialidade!?
José Azevedo
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