Tem sido um sucesso a
distribuição dos pinos que anunciam o luto da Classe.
Aqueles que pensavam que era
fácil dominar, espezinhando os Enfermeiros, hão-de arrepender-se de ter ido por
aí, pois é esse tratamento que está a adubar a revolta que se agiganta, lenta
mas progressivamente.
E a história vai repetir-se,
garante-nos a estrela que nos orienta.
Em 1976 foi feita, pelos
Enfermeiros, a maior greve de sempre, em Portugal, numa situação que se
aproximava da atual, mas menos perversa, porque não tinha tanta maldade
subjacente.
Mas a questão de fundo era a
mesma; o vento suão que sopram, seca e queima tudo, por onde passa.
Contentavam-se e contentam-se com pouco, porque defendem a teoria do “vale mais
pouco do que nada”, teoria dos vencidos da vida. Estipulavam para a Enfermagem
uma tabela salarial de miséria; a começar em 2.500$00 e a acabar em 5.000$00.
Eis que sopra a nortada
vivificadora com a proposta dos 5.000 a 10.000$00. E foi esta a que venceu. “A história repete-se” diriam os defensores
da teoria do “materialismo histórico”.
Primeiramente, alimentaram a
ideia de fazer duas mesas negociais, como defendeu o causídico que lhes dá as
ordens, no pressuposto do dividir para reinar no reino do “vale mais pouco do
que nada”; os arautos pregoeiros da ideia dizem que se fossem únicos… se o
vento suão soprasse com o exclusivo… não teriam a incomodidade renovadora da
nortada.
Depois, reduziram a carreira de
Enfermagem a uma única categoria, para que o alarve comilão se viesse gabar de
que, quanto aos Enfermeiros, “já os
comi!”.
As chefias de Enfermagem deixaram
de ser necessárias, porque uma carreira de uma só categoria não tem direito a
chefias próprias, coisa que esses ignorantes, em Enfermeiro, (que nunca
exerceram), ou coisa pior demonstram desconhecer, ao destruírem a nossa
carreira, como consta dos projetos que escrevem para quem os quiser ler.
Não é por acaso que o … da Silva,
que capitaneia a OM vocifera que nos Cuidados Primários não interessam especialidades nos Enfermeiros, porque
estes passam a ser liderados pelos Médicos (especialistas em generalidades). Cá
está um bom exemplo de “quando os
extremos se tocam”.
O … do Couto (o pantufinhas, como o eixo do mal lhe
chama) comunga da ideia de “quanto mais USF melhor”, para não desafinar, no coro
do Pisco, o Reformador dos CSP, e clama que: “é para andar com calma, devagar, não vá o animal acordar”, por isso
usa as pantufas em vez das matracas, o que faz falta é… completar a frase, em
homenagem ao Zeca.
Mas há sempre uma Oliveira, que
desponta no horizonte, para untar a coisa, com o seu óleo precioso. Lá diz no
Diário de Coimbra de 7 de Março que, ela e os restantes presidentes de
regional, que integram, por inerência, a nacional, exigem, em nome da qualidade
e da necessidade, uma Direção de Enfermagem, para os ACES. Ou leu o nosso
protesto (da FENSE), no projeto asqueroso que nos foi presente, para simulacro
de direção de Enfermagem, nos CSP, ou conseguiu perceber o que outros não
percebem, ou então, fingem admiravelmente, que não percebem: a subordinação da
direção de Enfermagem à direção clínica, começando pelos CSP, onde o
concentrado profissional é menor.
Foi em Coimbra que reuniram as
cortes da Ordem/Suão para apoiarem a ideia infeliz de que vogal de Conselho
Clínico era igual a Diretor Enfermeiro, voltando tudo ao mesmo, com o fim do
conselho ou reunião do conjunto, pois o Clínico (o Acamado), faz o resto, junto
do executivo, que integra, como
vogal, na companhia do vogal bombeiro ou autarca. (O que o Pisco pisca para o
disfarce…). Mas, lá dizia a outra: “vale mais
ser rainha numa hora do que…”. Só que “mais”,
em saúde, não quer dizer melhor, dizem os Américos, do lado de lá do
Atlântico.
É em Coimbra que é anunciada a
morte das silenciosas pantufadas do Couto.
Como diria uma carpideira banal:
“tadinho, era tão novo e foi-se, ai, uai, ai”.
O Supino, feito bacante, gaba-se, nas reuniões bacanais, com os
comparsas, que é o único que nos afronta. Ena, que valente!
Parafraseando Zaratustra, ao
dizer: “o bom do velho ermita de tão
entretido que andava a adorar a Deus, nem deu conta que Ele morrera na
Sexta-feira Santa”, diremos: o bom do Supino,
esse tropo convencido, nem consegue ver que não são os elefantes que destroem
as colheitas, mas os pequenos moscos.
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