sexta-feira, 22 de novembro de 2013

DOIS PESOS E QUANTAS MEDIDAS?

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A Unidade Local de Saúde do Nordeste vai deixar de contratar mais de 100 colaboradores com o aumento da carga horária de 35 para 40 horas na Função Pública.O presidente do conselho de administração da ULS do Nordeste diz que a maioria das contratações previstas eram de enfermeiros, que deixaram de ser necessários.  “Tínhamos detectado no final do ano passado uma necessidade para o corrente ano de cerca de 111 funcionários a ser admitidos, a maioria era para substituição de reforma e outros para serviços onde se verificava alguma escassez, que estava a conduzir a horários extraordinários, nomeadamente na área de enfermagem. A passagem de 35 para 40 horas sobre um total de mais de mil funcionários substituiu integralmente todas as necessidades que nós tínhamos de contratação”, realça António Marçoa.O presidente da ULS garante que também houve profissionais que tinham contratos a termo e que vão passar a efectivos. Ainda assim espera poupar cerca de um milhão e oitocentos mil euros.“Tem um impacto fortíssimo ao nível de custos desta Unidade Local de Saúde e melhora muito positivamente os nossos resultados. Se fizermos as contas as 11 funcionários com todos os custos que daí advêm seja de remuneração base, seja de encargos da entidade patronal, isso representa seguramente um milhão e oitocentos mil euros”, contabiliza António Marçoa. São menos postos de trabalho que se criam na região, mas o presidente da ULS do Nordeste assegura que também está a tomar medidas que poderão aumentar a empregabilidade no sector privado.  “Tem impacto para a região que tem alguma escassez de postos de trabalho, mas também tomámos algumas medidas que indirectamente vão favorecer essa empregabilidade, pelo menos ao nível da actividade privada. Concretamente a não autorização de acumulação de funções a funcionários da ULS, com actividades que possam ser incompatíveis, e que estão a ser exercidas a nível privado”, salienta o presidente da ULS do Nordeste.  A anulação da contratação prevista de enfermeiros não é bem vista pelo Sindicato.A dirigente regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Elisabete Barreira, alega que ainda é notória a falta destes profissionais de saúde nos serviços.“É lamentável. Continuamos sem conseguir cumprir com as dotações seguras nos serviços, que é um documento que foi assinado pelo Ministério da Saúde e pela Ordem dos Enfermeiros em que se consegue calcular o número de enfermeiros para cada serviço, efectivamente essas dotações em alguns serviços não estão ainda asseguradas. Existem ainda falhas para colmatar, nomeadamente férias, atestados, se houver ausências, e nós não conseguimos dar resposta. Por isso, o número parece-nos insuficiente tendo em conta a realidade vivida nos serviços”, afirma Elisabete Barreira. 
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses a insurgir-se contra a não contratação de mais profissionais para a ULS do Nordeste.

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