DOIS PESOS E QUANTAS MEDIDAS?
A Unidade Local de Saúde do Nordeste vai deixar de contratar mais de 100 colaboradores com o aumento da carga horária de 35 para 40 horas na Função Pública. O presidente do conselho de administração da ULS do
Nordeste diz que a maioria das contratações previstas eram de enfermeiros, que
deixaram de ser necessários. “Tínhamos detectado no final do ano passado
uma necessidade para o corrente ano de cerca de 111 funcionários a ser
admitidos, a maioria era para substituição de reforma e outros para serviços
onde se verificava alguma escassez, que estava a conduzir a horários
extraordinários, nomeadamente na área de enfermagem. A passagem de 35 para 40
horas sobre um total de mais de mil funcionários substituiu integralmente todas
as necessidades que nós tínhamos de contratação”, realça António Marçoa. O
presidente da ULS garante que também houve profissionais que tinham contratos a
termo e que vão passar a efectivos. Ainda assim espera poupar cerca de um
milhão e oitocentos mil euros. “Tem um impacto fortíssimo ao nível
de custos desta Unidade Local de Saúde e melhora muito positivamente os nossos
resultados. Se fizermos as contas as 11 funcionários com todos os custos que
daí advêm seja de remuneração base, seja de encargos da entidade patronal, isso
representa seguramente um milhão e oitocentos mil euros”, contabiliza António
Marçoa. São menos postos de trabalho que se criam na região,
mas o presidente da ULS do Nordeste assegura que também está a tomar medidas
que poderão aumentar a empregabilidade no sector privado. “Tem
impacto para a região que tem alguma escassez de postos de trabalho, mas também
tomámos algumas medidas que indirectamente vão favorecer essa empregabilidade,
pelo menos ao nível da actividade privada. Concretamente a não autorização de
acumulação de funções a funcionários da ULS, com actividades que possam ser
incompatíveis, e que estão a ser exercidas a nível privado”, salienta o
presidente da ULS do Nordeste. A anulação da
contratação prevista de enfermeiros não é bem vista pelo Sindicato. A
dirigente regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Elisabete
Barreira, alega que ainda é notória a falta destes profissionais de saúde nos
serviços. “É lamentável. Continuamos sem conseguir cumprir com as
dotações seguras nos serviços, que é um documento que foi assinado pelo
Ministério da Saúde e pela Ordem dos Enfermeiros em que se consegue calcular o
número de enfermeiros para cada serviço, efectivamente essas dotações em alguns
serviços não estão ainda asseguradas. Existem ainda falhas para colmatar,
nomeadamente férias, atestados, se houver ausências, e nós não conseguimos dar
resposta. Por isso, o número parece-nos insuficiente tendo em conta a realidade
vivida nos serviços”, afirma Elisabete Barreira.
O Sindicato dos Enfermeiros
Portugueses a insurgir-se contra a não contratação de mais profissionais para a
ULS do Nordeste.A Unidade Local de Saúde do Nordeste vai deixar de contratar mais de 100 colaboradores com o aumento da carga horária de 35 para 40 horas na Função Pública.
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