Por estas bandas do Oeste a coisa anda mesmo feia e a privada cresce, não é?
VMER do Centro Hospitalar do Oeste - Unidade de Torres Vedras
INOPERACIONAL, enquanto os doentes emergentes podem estar a morrer
- Quando a VMER de Torres Vedras (TV) estava a funcionar a 100%, o CA do CHO decide lançar um novo concurso para fornecimento de mão de obra ao mais baixo preço. Ninguém informou a Coordenação da VMER que estaria a decorrer um concurso para a prestação de serviços na VMER do CHO.
- A empresa Randstad, que viria a ganhar o concurso baixando os preços em 20%, não apresentou quaisquer médicos para os turnos da VMER!!! Ganharam este concurso oferecendo aos médicos 20 €/hora ilíquidos, o que, descontadas as despesas e os impostos, daria bem menos de 10 euros/hora. Ninguém aceitou.
- A empresa Ranstad não terá feito qualquer esforço para contratar médicos, sendo o Director do Serviço de Urgência, Dr Luís Mascarenhas, que, regressado de férias, terá tentado angariar médicos para a VMER.
- A Randstad, até àquele dia, tinha colocado ZERO médicos na VMER de TV (que esteve quase 100% do tempo INOP até dia 14/8)
- Entretanto, melhorando as propostas, o Hospital tentou convencer alguns dos seus médicos a fazerem turnos na VMER. Dentro do CHO há disparidades de pagamento entre a VMER das Caldas e a VMER de Torres Vedras.
- A Coordenação Médica (Coordenador Dr Alexandre Quaresma e Vice-Coordenadora Dra Gilda Ferreira), demissionária desde dia 26 de julho e que manteve funções correntes até às 0h de dia 1/8, estava em funções há meia dúzia de meses (desde meados de março de 2013), tendo “agarrado” a VMER de TV numa altura em que esta andava um pouco à deriva, com alguns períodos INOP (inoperacional) e outros motivos de muita instabilidade. Desde que esta coordenação iniciou funções que a equipa estava mais coesa e organizada, tendo-se atingido, por exemplo, uma operacionalidade de praticamente 100% desde Maio (entre Abril e Junho)
- Neste momento, segundo se sabe, a Randstad tem 2 médicas externas a fazerem turnos pontualmente, com horários tipo “ao sábado das 16 h às 0h, ao domingo das 15h as 20h” etc. Ou seja, conforme dá jeito. Por cada pseudo-turno médico é necessário alguém andar a contactar enfermeiros, um por um, para se arranjar alguém que faça “companhia” ao médico. Acresce que há alguns turnos feitos pelos internos do hospital. Mas durante a semana e praticamente todas as manhãs não há ninguém para assegurar a VMER...e até dia 14 não houve nenhum turno feito.
- Os médicos externos ao CHO tiveram de comprar o seu fardamento, com um custo total de cerca de 400 euros, uma vez que não pertenciam ao hospital.
CONCLUSÕES:
- Com os concursos ao mais baixo preço, destruiu-se uma VMER que estava a funcionar, com (quase) 100% de operacionalidade de profissionais, cujo último mês que receberam foi o de Março e com enorme esforço e sacrifício da Coordenação, que lutou até à exaustão pela igualdade entre os profissionais de ambas as VMER do CHO.
- A VMER de Torres Vedras está INOP e não assiste os doentes graves e emergentes da região.
- Certamente já morreram doentes sem assistência, mas todas estas situações são abafadas.
- Como é que é possível que as empresas fornecedoras de mão-de-obra não tenham qualquer penalização quando concorrem e ganham concursos mas não apresentam médicos ou outros profissionais para trabalhar!
- Infelizmente o CA do CHO e o Ministro da Saúde não se preocupam com esta situação, porque estão a “poupar” dinheiro!
- Como sempre, são os doentes que sofrem.
- Porque é que nada acontece?
NB: Nestes casos os minutos contam e o profissional que está em condiçoes de os aproveitar é o Enfermeiro.
Nestes casos não são necessários cabides para dependurar estetoscópios, alguns deles importados das florestas da América do Sul.
Se os Enfermeiros se impuserem e os administradores da República pesarem o custo/benefício das operações, só têm a ganhar entregando esta função aos Enfermeiros, como já fazem nos países produtores de petróleo.
Entreguem esta função aos Enfermeiros e têm o problema mais bem resolvido e entregue.
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