Bom dia
na reunião com a CGTP houve uma preocupação grande em mostrar que o
nosso problema ( reconhecido como importante) é apenas mais um dos muitos
semelhantes que têm recebido, com compromisso assumidos com grupos
profissionais, que levam as pessoas a tomar decisões em termos de carreira /
reforma, e depois tirarem o tapete de baixo dos pés, alterando completamente o
compromisso, por vezes com redução do rendimento superior a 60%.
Também nos foi dito que esta decisão neste momento não é por acaso,
procurando uma ocasião de menor mobilização ( mas não nos conheciam...) por
causa do período de festas, e que isto é só o inicio do que deve estar a ser
preparado.
Relativamente ao relatório, e aos suplementos ou prémios, devemos
lembrar e dar a conhecer em comunicado á imprensa ou como a USF AN entender
melhor, que estes suplementos remuneratorios, além de estarem contratualizados,
têm poupanças para o Estado que não dependem apenas de aumentos de
acessibilidade e eficiência.
O cálculo dos suplementos do relatório exclui horas extraoordinárias
que, embora limitadas, continuam a ser pagas. Lembram-se ainda do que se
gastava em horas extraordinárias antes das USF, com SAP, AC, e quejandos?
Nas USF, além dos direitos há deveres e assumir este modelo
remuneratorio implicou abandonar um ordenado base confortável de 42
horas, passando a fazer desde então as horas necessárias a cumprir os
objectivos contratualizados, o que na maioria das unidades representa as
actuais 40 horas há muito tempo ( para todos os profissionais). Mas representa
também garantir resposta no dia a todas as situações de doença aguda acabando
com a necessidade de SAP e AC para resolver este problema. Qual a poupança do
encerramento destes serviços?
Numa simples conta de merceeiro digo que hoje a ARS paga por mês à USF
Marginal para estar aberta ao sábado 4 horas ( reduziram o horário) cerca de
1400 euros, o que significa consultas programadas e do dia prestadas por 6
profissionais ( 2 de cada grupo profissional) de forma rotativa, e isto é 1/4
do que me pagavam em 2008 , por ser chefe de serviço, para fazer 6 horas de AC
em Cascais a um sábado. Pagavam-me por 6 horas, não por m~es, e pagavam a outro
médico e mais dois enfermeiros e um secretário clinico. Eaém de pagarem 12
horas de sábado, pagavam 6 horas à semana para dar resposta às situações de
doença aguda que não obtinham resposta.
Hoje recebo 84 euros por mês para garantir a minha parte na escala de
sábados.
Nem todos têm alargamento de cobertura, mas todos garantem IS , porque
legalmente os profissionais das USF, independentemente do modelo, durante os
1ªs 15 dias têm que garantir a resposta às situações de ausência de outros
profissionais, e por isso nas USF se alguém adoece, o trabalho continua a ser
feito sem pagamento de horas extraordinárias. Na Marginal os secretários estão
a substituir uma colega ausente por doença há cerca de um ano, e ninguém se
recusou a fazer sábados pela colega, embora o pagamento seja o mesmo.
Vão deixar de pagar a remuneração de acordo com o modelo legislado, e
passar a pagar horas extraordinárias em todas estas situações, ou vão pura e
simplesmente permitir que a qualidade assistencial atingida volte ao nível
anterior? Porque não se trata de dizermos que como bom profissional vou
continuar a trabalhar bem, eu antes da USF individualmente trabalhava de forma
semelhante à actual, a diferença é o modelo organizativo que hoje temos, e esse
passa por um contrato e não pela minha boa vontade.
O único prémio de desempenho que as USF recebem, quando recebem e quando
lhes pagam, são os incentivos institucionais. Desses não ouvimos falar , mas
também ninguém sabe muito bem onde pára parte desse dinheiro em muitos dos
casos.
Ana
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