A Confusão dos Valores e a
Consciência Profissional
Arquimedes
disse, há 2000, em Siracusa: “SE CONSEGUIR UM PONTO FIXO NO UNIVERSO, COM UMA ALAVANCA LEVANTAREI A TERRA”.
Pois os VALORES ESPIRITUAIS E MATERIAIS (ÉTICOS) são outros tantos pontos fixos, na nossa
consciência, e do nosso carácter, sobre os quais apoiamos as alavancas do nosso agir quotidiano. São eles que ao constituirem uma segunda natureza, em cada um de nós, orientam os nossos actos, mais ou menos conscientes: ACTOS.
A Ética,
esse adjectivo substantivado, génese do carácter, tem origem em dois termos gregos: o éthos, que significa maneira exterior
de actuar e o êthos, que significa
morada dos actos que se vão transformando em hábitos, que determinam a nossa
maneira de ser, o carácter.
Ora, para que os movimentos, ou actos, tenham condições de transformar-se
em hábitos e a entrarem na morada ou consciência, para aí habitarem, moldando o
carácter, há uns pontos fixos, os valores, nos quais se apoiam,
orientam, norteiam os actos, que se plasmam, já como hábitos, na consciência, para moldarem o
carácter.
Como profissionais, o nosso agir é profissional e cria,
através de acções profissionais, norteadas pelos valores, uma consciência
profissional, que foi profundamente desqualificada, a partir da
desvalorização (extracção dos valores de apoio) do conceito
de Trabalho.
A satisfação do dever
profissional cumprido gerava um equilíbrio que, se necessário, podia reconciliar a pessoa consigo própria;
e havia um autêntico orgulho e brio profissionais, no trabalho. Contudo, estes
temas estão a cair em desuso e a considerarem-se ultrapassados, atávicos.
O trabalho passou
a ser considerado, geralmente, servidão,
à qual o trabalhador tenta furtar-se por todos os meios possíveis;
(atrasos, na entrada; baixas abusivas por doença fictícia, subprodutividade, mau humor, etc.); não
é descabido dizer-se: ao perder o respeito pelo seu trabalho, o profissional
perde também, por consequência, o respeito por si próprio; descaracteriza‑se,
porque os valores, que deram forma ao seu carácter, uma vez em confusão, não
valorizam o que devem valorizar, como o trabalho, por exemplo.
O profissional, seja qual for o seu ramo de actividade, tenta livrar-se, o mais rapidamente
possível, da sua tarefa, pela qual
não alimenta interesse suficiente, que o motive.
E os defeitos de fabrico, ou de negligência, nos serviços prestados, são
cada vez mais frequentemente, rotineiros, monótonos, pesados. Não atingem o limiar da qualidade.
O legislador foi
forçado a tomar medidas destinadas a proteger o cliente ou o consumidor, contra
estes abusos e falhas e negligências. Por outro lado, tornam-se um manjar
apetecível nas mesas dos advogados, que se especializam, em exacerbar danos culposos para
conseguirem culpar os profissionais, ou hipertrofiar os erros, que proporcionem
boas e lucrativas demandas. Vivem de e para isso
Como consequência natural e previsível, a degradação da consciência profissional deteriora-se, descaracterizando, em 1º lugar,
o próprio profissional: na medida em que o ser
se constrói, através do seu trabalho; (comerás
o pão com o suor do teu rosto, {princípio ôntico}) ele destrói-se, pelo abandono dos valores, em confusão.
Veja-se, neste contexto confusionista, gerado pela pós-modernidade, a ignorância, que evidenciam aqueles que procuram
realçar, as ausências ao trabalho, praticadas pelos trabalhadores, vítimas das
circunstâncias adversas, que lhes são transcendentes e de que esses gestores meia-tigela, não sendo os únicos, são,
no entanto, dos principais responsáveis, por manifesta incapacidade de criarem
as condições, que humanizem as tarefas de cada um; quer dos ausentes-ausentes,
quer e, sobretudo, dos improdutivos, grupos em franco crescimento, os ausentes-presentes; porque não conseguem
motivar os trabalhadores, tornando mais atractivas e menos desgastantes as condições , em que
trabalham. [Quem corre por gosto não se cansa]. Limitam-se a criticá-los e a fundamentarem a baixa produtividade,
com os absentismos, esquecendo as falsas presenças, porque esta casta de gestores fabricados, em série, não consegue
atingir o significado causal e real da confusão
dos valores, a base de todo este paradigma, através do qual, se perde a consciência profissional, que o
patronato ignaro não ajuda a recuperar; pelo contrário. É aí, que residem as causas
destas coisas.
Não é com castigos, nem ameaças, nem críticas, filhas diletas
de refinada ignorância, na administração das instituições, sejam de pequeno,
médio ou grande porte, que esta dádiva paradigmática da pós-modernidade deixará
de perseguir os trabalhadores, com a desvalorização profissional e os patrões com a cegueira, pois só focam os efeitos sem conseguirem ver-lhes as causas, próximas
e remotas, uma das quais é a sua falta de visão actual.
Tenhamos Esperança por
Dias mais Inteligentes e Inteligíveis, em que as coisas não sejam pessoas nem
as pessoas sejam coisas, porque são um composto de corpo, alma e mais o espírito.
Só os “vistas-curtas” que (des)governam as estruturas do SNS,
não conseguem intuir esta confusão valorativa de tão más consequências.
Porque classificam os profissionais não-médicos, como diz o Zé, em consumíveis de consumo corrente, sem deixarem rasto, nem têm uma rubrica específica dos contratos que lhes fazem.
O resultado está bem visível!
Por que será que só eles, os camposistas o não conseguem visionar?
Uma das causas é que os valores não confundem, por si; há quem os confunda!
Porque classificam os profissionais não-médicos, como diz o Zé, em consumíveis de consumo corrente, sem deixarem rasto, nem têm uma rubrica específica dos contratos que lhes fazem.
O resultado está bem visível!
Por que será que só eles, os camposistas o não conseguem visionar?
Uma das causas é que os valores não confundem, por si; há quem os confunda!
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