A Enfermeira X tem 49 anos de idade e muitos anos de vida dura, na Enfermagem, que exerce com dedicação e eficácia. Tem um horário com dez (10) turnos com entrada às 20 h e saída às 8 h. Os cuidados são intensivos. Os 10 turnos de noite somam 100 horas de um total de 160, enquanto não resolvermos o retorno às 140 horas mensais (4 semanas, mais precisamente). São aproximadamente dois terços de trabalho nocturno, que a Enfermeira X a 1 ano de poder requerer a dispensa de turnos nocturnos vai ter de suportar.
Porquê?
Aqui começa a inteligência de quem "chefia" e a inteligância correlata de quem entrega essa missão de administrar ao vilão, obedecendo à cientificidade do "princípio de Peter", rumo à suprema incompetência.
Se, ao menos, alguém lhes ensinasse que administrar é carregar com os problemas de um Serviço e não, sentar-se em cima deles, a olhar para os nabais floridos, como o burro olha a erva, talvez pudessem evoluir, no bom sentido da coisa.
Infelizmente, por uma fatalidade, pensam e demonstram-no, na prática, que chefiar é sobrecarregar os subordinados com problemas que compete a quem chefia resolver, como o de reduzir as noites a um terço, em cada Enfermeiro, pois que o dia tem 3 turnos: um matinal, um vespertino, um nocturno.
A Efermeira X é uma das muitos milhares que são vítimas de chefias bacocas, sem formação nem jeito para lidarem com pessoas, seres humanos, que trabalham e que têm problemas, que não se confinam nem começam no trabalho, próprio de cada uma. São seres humanos, com direitos e deveres inerentes à sua natureza humana, com direito a errar, de acordo com a sua humanidade, pois que ERRR É HUMANO.
Os furiosos dos números e dos lucros, inúteis por natureza, eles próprios verrugas cancerosas no SNS, incutem nessas/nesses I.U. conceitos da vergasta e da vergastada, que os/as transformam, nos exemplos mais aperfeiçoados do vilão de vergasta na mão, desumanizando-os, na sua essência.
Previmos de há muito, que os lugares de chefia são apetecíveis para pessoas que têm do trabalho conceitos muito pessoais e um deles é vergastar os colegas, descobrindo, por exemplo o que gostam mais, de fazer, para os ameaçarem, com as mudanças de serviço e de ocupação, se criarem problemas, à sua "chefia" serena e descomprometida; se não obederem cegamente e sem comentários.
Há uma coisa que esta gente simples e bacoca esquece: a corresponsabilidade nos erros cometidos pelos seus subordinados, quando a culpa é de quem os chefia desta maneira, que põe em risco o seu equilíbrio psicofísico.
Um erro humano, cometido por quem tem de fazer dois terços do mês em turnos nocturnos, está a potenciar o erro humano com origem no cansaço psicofísico.
Nada ou alguém justifica este comportamento ilegal e desumano.
A vítima pede-nos que mantenhamos o seu nome em segredo, o que respeitamos, pois até podemos, com o sigilo alargar o leque dos carrascos, pois há mais do que se pensa e a tendência é para aumentar, com a nova portaria da Direcção de Enfermagem, sabendo-se quem e por que a baptizou e apadrinhou.
Vamos ter que promover métodos correctos de comando e ensiná-los, pois até as obras de misericórdia mandam corrigir os que erram.
Tratar os Colegas como se fossem caloiros a serem praxados é não perceber que a praxe é uma brincadeira; chefiar um serviço com profissionais é coisa muito séria se for bem executada.
Estamos preparados para combater os inimigos de quem exerce a Enfermagem: os Enfermeiros!
Todavia, tê-los tão próximo, dificult-nos o seu combate. É uma tarefa melindrosa, problemática; porém, não estamos no Sindicato para deixar de fazer o que tem de ser feito, para evitar males maiores e piores!
Com amizade e solidariedade para com as vítimas da estupidez e da exploração,
José Azevedo
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