Este é o azulejo que assinala a abertura do Hospital de São Sebastião.
E aquele é o pedido de demissão da Directora Clínica, ao que dizem, a libertar-se para a presidência do Conselho de Administração?
[ Exmo.
Senhor
Presidente
do Conselho de Administração do
Centro
Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, E.P.E.
Dr
Fernando Silva
Data: 14/04/2014
C/C:
Diretora Clínica do Centro Hospitalar
de Entre o Douro e Vouga, E.P.E.
Dra. Ana Cristina Silva
Vogal Executivo e Administradora Responsável pelo Centro de Custos da UCIP/UCI
Dra. Catarina Monteiro
Vogal Executivo – Dra. Margarida
Ornelas
Enfermeiro Diretor – Enfº. José David
Ferreira
Adjuntos da
Direção da Clínica:
Dr. António
Miranda
Dr. Fernando
Moreira
Dr. Paulo Figueiredo
Assunto: Pedido de Demissão da Direção
da Unidade de Cuidados Intermédios (UCI) e da Gestão do Doente Crítico no
Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV)
Como
é do conhecimento de vossa Exa o Modelo de Gestão do Doente Critico foi criado
com um racional que se mantém atualizado e cuja contextualização se encontra
nas Comunicações Normativas nº 07/2011 datada de 28 de Fevereiro de 2011 e
08/2011 datada de 22 Março de 2011 pelo que não vou tecer comentários sobre o
seu importante papel no Processo de abordagem do Doente Crítico no Centro
Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV) com as consequentes repercussões positivas
no outcome dos doentes a curto e
longo prazo, a que se associa também, uma gestão com eficácia e eficiência dos
dinheiros públicos, segundo o que é reportado pelas Publicações Cientificas Internacionais
sobre o assunto, com um grau de evidência elevado.
Este
modelo de gestão sempre pressupôs um nível adequado de recursos humanos, que
pressupunha uma contratação de pessoal adequado às necessidades e há vários
textos meus e mesmo audiências pedidas expressamente para discutir este grave
problema, uma vez que à data em que assumi a gestão deste modelo, o Quadro Médico
da Unidade de Cuidados Intermédios (UCI) contava apenas com a Dra Olívia Costa
em regime de 35 horas. Havia mais dois elementos que “contavam no quadro” mas,
como tive oportunidade de confirmar nos Recursos Humanos com a Dra Ana Ideias
eram na realidade “artificiais”, o que facilmente será demostrado se for pedido
tal registo aos recursos Humanos, a essa data. O panorama não mudou muito
porquanto mantém no quadro da UCI a Dra Olívia Costa em regime de 35 horas, com a
agravante de que agora não faz noites porque ultrapassou os cinquenta anos e
tem a Dra Elsa Sousa em regime de 40 horas, tendo eu sido ultrapassada enquanto
Diretora da UCI, porque
embora esteja no contrato da Dra Elsa Sousa que faz todo o seu horário na UCI
foi feito um acordo verbal entre a Dra Catarina Monteiro e a Diretora atual do
Serviço de Emergência (SE) obrigando a Dra Elsa Sousa a efetuar 12 horas no SE dentro
das 40 horas.
É
conhecido que, de acordo com as boas práticas, os médicos para trabalharem nas
Unidades de Cuidados Intermédios têm que ter competências próprias e a Dra
Carolina Guedes durante o ano em que como “Assistente eventual” de Medicina
Interna trabalhou na UCI fez progressos muito importantes pelo que eu própria e
o Dr Paulo Marçal propusemos à Direção Clinica e ao Presidente do Conselho de
Administração para no concurso que está a decorrer colocar a Dra Carolina na
UCI e o outro médico que irá entrar neste concurso para o SE. Em resposta a Dra
Carolina obteve por parte do Conselho de Administração que deveria trabalhar 30
horas no SE, pelo que ela tendo oportunidade de escolha não colocou o CHEDV na
sua primeira opção, uma vez que no Hospital alternativo lhe disseram que iria
cumprir a totalidade do seu horário na Unidade de Cuidados Intermédios.
Esta situação de escassez de recursos médicos
na UCIP/UCI agravou-se desde o inicio deste mês com a saída do Dr. Paulo
Campos, que assegurava duas rotações semanais, para Presidente do Instituto
Nacional de Emergência Médica (INEM), cuja função o obriga a trabalhar em
regime de exclusividade.
Não pretendendo fazer história sobre o
tema da UCI, devo acrescentar que à data da minha nomeação para o Modelo de Gestão
do Doente Critico parte do trabalho da UCI era assegurado pelos chefes de
equipa do SE, que progressivamente diminui até chegar a zero. Entre outras razões
alegavam também, a grande sobrecarga de trabalho, sobretudo no período noturno,
“nos turnos na UCI”, mas na realidade em parte é compreensível porquanto o
Quadro Médico da Emergência se foi delapidando. Este facto, veio perturbar em
muito, o normal funcionamento da Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente
(UCIP) e veio sobrecarregar de forma desumana, o já insuficiente quadro médico da
UCIP, conforme foi repetidas vezes discutido em reuniões com a Dra Catarina
Monteiro, enquanto Administradora Responsável pelo Centro de Custos da UCIP/UCI, não
esquecendo que é ao mesmo tempo Vogal do Conselho de Administração do CHEDV
sendo por isso de esperar, que os problemas a ela colocados com tanta premência
e para os quais não podia dar resposta fossem discutidos na agenda do Conselho
de Administração. Por falta de resposta adequada da parte da Dra Catarina
Monteiro avançamos para o patamar seguinte, e nesse sentido tivemos múltiplas
reuniões com a Direção Clínica sobre o mesmo
assunto.
Depois de várias reuniões infrutíferas sobre a
falta de recursos humanos na UCI/UCIP/Transporte do doente critico no CHEDV,
repercussões na idoneidade formativa da UCIP, implicações no currículo dos
médicos que se encontram em preparação para fazer exame da subespecialidade de
Medicina Intensiva foi solicitada por mim mais uma reunião urgente à Direção Clínica,
desta vez formal e por “oficio” entregue à Exma. Senhora Diretora Clínica, com
conhecimento e carta entregue via o Secretariado da Administração a cada um dos
adjuntos da Direção Clínica bem como à Dra Catarina Monteiro, onde pedia
permissão para ser acompanhada pelo Dr Paulo Marçal e o Dr Paulo Reis. Dado que
não obtive resposta, mais um email foi enviado em 31 de Janeiro à Exma.
Diretora Clinica, solicitando nova reunião urgente ao qual obtive resposta, por
email, parte da qual transcrevo: - “É
claro que em relação à desmotivação dos recursos humanos, muito tem a ver com
conjunturas externas ao CHEDV que condicionam uma diminuição das remunerações e
por vezes um aumento da carga de trabalho.
Compete às Direções de Serviço manter
as suas equipas motivadas, principalmente em tempos difíceis como estes em que
nos encontramos. Lembro que nós existimos como médicos porque existem doentes.
Reafirmo que compete à Direção de
Serviço: Planear e Organizar o trabalho dentro do seu Serviço e Gerir os
Recursos de forma a prosseguir com os objetivos que são a sua missão que é
tratar os doentes.
Não
compete à Direção Clínica o planeamento dos horários de cada serviço”.
Devo reconhecer que fiquei perplexa com a
resposta porque o referido email contém muitas imprecisões que eu própria e o
Dr Paulo Marçal tivemos oportunidade de esclarecer tanto à Direção Clínica como
a Vossa Exa. Este email contudo remeteu para mim a obrigatoriedade de assegurar
ambos os Serviços pelo que tenho vindo a fazer convocatórias compulsivas aos
meus Colegas da UCIP para assegurarem também a UCI sobretudo nos períodos
noturnos, pois como o Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Administração sabe
a UCI funciona sobretudo com médicos prestadores de serviços, “por turnos”
fazendo apenas aqueles que podem e em alguns casos, só aqueles que lhes convêm.
Desde que fui obrigada a fazer estas convocatórias compulsivas, que sujeita os
médicos a um processo disciplinar, caso faltem à convocatória, sempre avisei
por escrito e oralmente que esta situação seria transitória e que caso não
fosse encontrada rapidamente uma solução daria conhecimento à Ordem dos Médicos
e aos Sindicatos. A carência de recursos na UCI e a acumulação de tarefas que
os médicos da UCIP e UCI concentram sobretudo nos períodos noturnos torna sobre-humano
o esforço dos mesmos, colocando também em risco a segurança dos doentes
internados em ambos os Serviços e de todos os doentes críticos do CHEDV. Por
esta razão, logo que terminou a equipa de transportes do doente crítico, cujo
modelo de trabalho não se adequava às necessidades do modelo de gestão do
doente crítico propus um terceiro elemento para os períodos noturnos 7 dias por
semana. Este elemento deveria ser capaz e ter expertise para ir em primeira
intenção à Sala de Emergência e responder às chamadas da Reanimação intra-hospitalar,
assegurando também o transporte dos doentes críticos do CHEDV que necessitassem
de transporte com ventilação mecânica invasiva. Caso nenhuma destas circunstâncias
ocorresse este médico ajudaria prestando trabalho assistencial na UCI ou UCIP
conforme as necessidades de ambos os Serviços, sendo que esta alocação ficaria
a cargo do Gestor Diário do Doente Crítico.
Embora possa parecer paradoxal esta proposta
dada a escassez de recursos humanos, facilitaria encontrar uma solução dentro
dos médicos do CHEDV, na medida em que, médicos menos qualificados para o
trabalho na UCI seriam sempre auxiliados pelo Intensivista ou com funções
delegadas colocado em primeira linha na Sala de Emergência/Reanimação intra-hospitalar
como tive oportunidade de explicitar múltiplas vezes à Dra Catarina Monteiro na
sua qualidade de Administradora Responsável pelo Centro de Custos da UCIP/UCI, à Direção Clínica e ao Conselho de Administração
do CHEDV.
Tendo em consideração todos os pressupostos
anteriormente referidos, considero que não existem as mínimas condições para
continuar como Gestora do Modelo do Doente Crítico e da Direção da UCI pelo que
apresento a V. Exa. a minha demissão desse cargo com efeitos a partir do dia 30
de Abril de 2014.
A partir desta data ficarei apenas alocada à UCIP cuja Equipa Médica assegurará também a Equipa de Reanimação Intra-hospitalar desde que seja permitido pelo Conselho de Administração a marcação de um número de Médicos Seniores adequado com reforço no período da manhã e dois nos períodos da tarde e noite durante todos os dias da semana e que a Equipa de Reanimação Intrahospitalar seja ativada segundo as normas.
De salientar que a Reanimação Intra-hospitalar tem critérios próprios de ativação, pode e deve ser ativada por Médicos, Enfermeiros ou Assistentes Operacionais, mas carece de formação. Devo ainda salientar que a UCIP se propôs fazer formação a todos os trabalhadores do Hospital sobre o que é, para que serve e quando deve ser ativada a Equipa de Reanimação Intra-hospitalar, conhecida internamente por “linha vida”, mas infelizmente o Departamento de Formação tem desmarcado todas as formações por falta do número mínimo de pessoas que justifique a Formação. Este facto não é inédito para esta Formação, porquanto isso acontece noutras, uma vez que os Chefes dos respetivos profissionais, os não dispensam dada a escassez de Recursos Humanos em todo o Hospital durante o seu período normal de trabalho.
A partir desta data ficarei apenas alocada à UCIP cuja Equipa Médica assegurará também a Equipa de Reanimação Intra-hospitalar desde que seja permitido pelo Conselho de Administração a marcação de um número de Médicos Seniores adequado com reforço no período da manhã e dois nos períodos da tarde e noite durante todos os dias da semana e que a Equipa de Reanimação Intrahospitalar seja ativada segundo as normas.
De salientar que a Reanimação Intra-hospitalar tem critérios próprios de ativação, pode e deve ser ativada por Médicos, Enfermeiros ou Assistentes Operacionais, mas carece de formação. Devo ainda salientar que a UCIP se propôs fazer formação a todos os trabalhadores do Hospital sobre o que é, para que serve e quando deve ser ativada a Equipa de Reanimação Intra-hospitalar, conhecida internamente por “linha vida”, mas infelizmente o Departamento de Formação tem desmarcado todas as formações por falta do número mínimo de pessoas que justifique a Formação. Este facto não é inédito para esta Formação, porquanto isso acontece noutras, uma vez que os Chefes dos respetivos profissionais, os não dispensam dada a escassez de Recursos Humanos em todo o Hospital durante o seu período normal de trabalho.
Permita-me ainda vossa Exa que relembre alguns
aspetos muito importantes:
1.
Nas presentes condições a situação da
idoneidade da UCIP fica em perigo podendo perder a idoneidade para assumir a Formação
dos Internos de Formação Especifica na Valência de Medicina Intensiva, bem como,
compromete de forma séria o currículo dos três médicos que se encontram à
espera de fazer a Subespecialidade de Medicina Intensiva. Sobre os Internos de
Formação Especifica devo lembrar V. Exa. de que algumas Especialidades têm que
fazer obrigatoriamente seis e oito meses nos Serviços de Medicina Intensiva
pelo que os Internos dessas Especialidades necessitarão de ausentar-se do CHEDV
durante esse período, caso se confirme a perda de idoneidade da UCIP.
2.
Já temos compromissos assumidos com
outras Instituições para receber Internos de Formação Especifica e que o facto
de a Idoneidade da UCIP estar ameaçada pode colocar problemas a estes médicos e
honrar os nossos compromissos.
3.
Que o
atraso na deteção e tratamento adequado e atempado de um Doente Critico é um
fator independente para a morte e que a maioria dos Doentes Críticos num
Hospital estão fora das Unidades de Cuidados Intensivos, daí ter surgido a
ideia das “Unidades de Cuidados Intensivos sem paredes” e das diversas
recomendações Nacionais e Internacionais para que os Doentes Críticos sejam
abordados por equipas lideradas por Intensivistas.
4.
Desde 2005 que a UCIP tem no seu
contato programa o conceito do “Right
Care, Right Now” no que se refere aos doentes críticos adotando a filosofia
da “Society of Critical Care Medicine”
e já nessa data se propunha continuar a desenvolver esforços no sentido de “criar
uma Política e uma Cultura Institucional no que se refere aos doentes críticos”.
Este conceito “Right Care, Right
Now” incorpora a ideia de que o “Cuidado
adequado aplicado no momento exato” é conseguido de forma apropriada
através de uma equipa integrada de experts
dedicados e dirigida por um médico credenciado no exercício da Medicina
Intensiva, entendendo-se por Equipa Integrada todos os profissionais que
trabalham com os doentes críticos, que no seu local de trabalho interagem e
trabalham como um grupo coeso, de forma a obter os melhores resultados para os
seus doentes. A excelência dos cuidados depende da partilha de conhecimentos e
experiência, comunicação aberta e completa cooperação nos cuidados a prestar. O
núcleo desta equipa é constituído por Intensivistas, Enfermeiros com preparação
em cuidados intensivos, Terapeutas Respiratórios e Farmacêuticos, assim como os
doentes e as suas famílias(1).
5.
A necessidade urgente de dotar a UCIP
e a UCI com médicos dos respetivos quadros em quantidade e perfil adequado, na
medida em que em ambos os serviços, mas sobretudo na UCI existem muitos “prestadores
de serviços” o que tem profundo impacto negativo no desempenho dos Serviços. Fazendo
uma análise custo-benefício o enriquecimento dos quadros médicos com mais
elementos irá traduzir-se por uma mais-valia importante, na medida em que o outcome para os doentes será melhor
acompanhado de diminuição dos custos para o Hospital. Está demonstrado que o verdadeiro custo de um Staff adequado é igual ao custo aumentado por mais salários menos
as complicações evitadas e a redução dos custos ligados à diminuição da demora
média de internamento(1) A demora média hospitalar diminui cerca de
30% quando os doentes críticos recebem tratamento prestado por equipas
integradas (1).
6.
Reproduzo
parte de email e ao mesmo tempo “oficio” que enviei em 3/3/2014 a todo o Conselho
de Administração e Adjuntos da Direção Clínica do CHEDV, a propósito de uma ocorrência,
das muitas que me têm sido relatadas e das quais sempre dei conhecimento superior,
por um colaborador escalado na UCI na noite de 28/02 para 01/03. Dizia assim: - “Como também já tive oportunidade de
esclarecer a Exma. Diretora
Clinica, não é verdade, como afirmou, que no tempo em que eu
estava na Direção Clínica com menos recursos que os atuais desempenhávamos as
mesmas tarefas. Caso persistam dúvidas temos os horários e a distribuição das
pessoas que participavam nestas atividades. O que é verdade é que os recursos
que foram saindo não foram substituídos. Para além disso, acresce que cada vez
mais, à semelhança do que acontece em outras Unidades do País e noutros Países
a tendência é para que o número de doentes que precisa de tratamento
diferenciado no âmbito do doente crítico está a aumentar. Está estudado e
sabe-se que num hospital de agudos o número de camas de Cuidados Intensivos/Intermédios vai aumentar enquanto outros doentes que tradicionalmente eram
internados vão ser tratados em regime de Hospital Dia ou Cirurgia de
Ambulatório. Em paralelo com estas necessidades o número de profissionais com
preparação adequada também tem que aumentar.
Assim
face às múltiplas situações já apresentadas anteriormente e a mais esta que
agora reporto, continuo a propor:
1- Um terceiro médico para o período noturno que distribuirá a sua
carga horária entre a UCI/UCIP/Sala de Emergência e Emergência
Intra-hospitalar.
2-
Oficializar o acordo verbal com a Dra
Catarina Monteiro de que aos fins-de-semana haveria dois elementos na UCIP até
às 14 horas que poderá prolongar o seu horário pelo período que for necessário
de acordo com as necessidades do Serviço, podendo ir até às 20 horas. Este
acordo verbal vigora desde a minha vinda para o HSS/CHEDV e só tem sido
utilizado quando justificado. Atualmente este requisito é fundamental pelo
número de vezes que somos chamados para atividades fora da UCIP e também porque
a capacidade máxima da Unidade está na prática implementada, ou seja 11 camas”.
7.
Neste momento reafirmo que é essencial
dotar o quadro médico da UCIP e da UCI com Médicos com a preparação e perfil
adequados, que a perda do Modelo de Gestão do Doente Crítico é um retrocesso
muito grande na qualidade assistencial e na relação custo/beneficio aos doentes
da área de influência do CHEDV no que respeita ao Doente Crítico.Por outro lado,
mantendo a taxa de ocupação que tivemos em 2013, se deverá abrir “oficialmente”
a 11ª cama que na prática está aberta à custa do grande sacrifício de todos os
profissionais da UCIP. Finalmente acrescentar que, se durante o fim-de-semana
se mantiver a carga de trabalho existente até agora na UCIP, o 3º médico que
desde há muito venho a propor para o período noturno, se deverá manter durante os fins-de-semana e feriados todo o
dia, trabalhando nos turnos noturnos tal como o proposto desde há longo tempo e
durante o dia mantendo o seu papel principal, sendo usado o mesmo critério de
alocação para a restante atividade assistencial pelo Gestor Diário do Doente Crítico.
8.
Relembrar a V. Exa. que a UCI no
período noturno e aos fins-de-semana tem na prática 15 camas uma vez que os
doentes da Unidade Coronária ficam a cargo do médico da UCI quando o Cardiologista
não está de serviço, ou seja todos os dias das 0h às 8 h e também durante a maior parte do dia de
Sábado, Domingo e Feriados. Além disso a pergunta formulada no email “oficio”
que referi e que reproduzo ainda não obteve resposta “Peço ainda à Direção Clínica e ao Conselho de Administração que
respondam à questão colocada no email
do Dr Marco Fernandes, no que se refere à Unidade Coronária, no período em que
não há Cardiologista no CHEDV”, ou seja, transcrevendo:
”Nos períodos em que não há Cardiologista
em presença física, caso ocorra algum evento inesperado, complicação ou morte
num doente internado na UCIC, de quem é a responsabilidade legal do ocorrido,
já que as decisões terapêuticas tomadas são na maior parte das vezes da
responsabilidade do Cardiologista?”
9. Terminar dizendo que a UCIP do CHEDV no
que se refere à atividade de Doação e Transplantação de Órgãos tem durante os
últimos anos sido classificada entre as que têm melhor desempenho no País,
depois de feito o ajuste para a tipologia de Hospital, ou seja sem
Transplantação de Órgãos e sem Neurocirurgia, apresentando neste caso um nº de
dadores por milhão de habitantes muito acima da média nacional, o que provavelmente
diminuirá a partir do momento que deixar de existir o Circuito do Doente
Crítico. Isto constituirá também, por todas as razões uma grande perda para
muitos doentes que podem vir a ter uma maior e melhor qualidade de vida após a dádiva
altruísta de um órgão, bem como diminui automaticamente um dos indicadores de
avaliação de qualidade e desempenho da UCIP.
Para os Enfermeiros tem um grande significado negativo.
Foi aqui, que administradores como o Sr. Lima, vindo de Vila Real, com guarda-costas e tudo, deram início à destruição da nossa Carreira.
Por esse facto começa, aí, a senda do medo, até de ser sindicalizado, no SE, obviamente.
Foi neste Hospital que começou a destruição da Carreira de Enfermagem, mais uma vez, com a 3ª inauguração feita por Maria de Belém.
Numa visita ao hospital, ninguém apresentou queixas, porque eram espanholas, as Enfermeiras, que trabalhavam 15 dias e noites, cá e estavam outrotanto tempo, em Espanha.
Fizemos alguns comunicados a denunciar as irregularidades, por manifesta falta de qualidade e segurança, da assistência, como foi o caso da criaça a quem o bisturi, na cesariana feita por ilustre aselha, fez um risco direitinho, ao meio, na cabecinha do cesarianado e a parteira, colaboradora, em vez de defender a sua honra, ao ser acusada, perante o pai do dito, de que tinha sido ela, ao esfregar-lhe a cabeça com um pano, onde estava o bisturi, lhe fez risco tão direitinho. E calou-se, deixando classificar o SE de mentiroso. Também o pai não quis falar, no tribunal, quando soube que a culpa foi do cirurgião. Se fosse para culpar a parteira que lhe coseu a cabecinha do filho muito bem, já estava disponível...
Também o amputado por repuxamento de artéria, enrolada no berbequim de aparafusar, que colapsou e acabou amputado, no HSA, no Porto, ficou sem o testemunho das pessoas, que esconderam a verdade pusilanimemente, e deixaram punir, por juiza esposa de Médico, o SE e o autor dos comunicados que defendiam a verdade e os Enfermeiros.
Que lucraram com defenderem quem não deviam ter defendido, ocultando a verdade?
Que pensam, hoje, das punhaladas que deram nas costas do Sindicalista que denunciou os péssimos contratos, abandalhadores da carreira, praticados pelo Sr. Lima, com a congratulação do Sr. Hugo?
Chegam-nos as piores notícias acerca do desespero daquele(s) que, até roubaram o subsídio de Chefia a um elemento da Direcção do SE.
Oxalá ganhe, em tribunal, a reparação da afronta injusta e lesiva de mais um direito de Enfermeira chefe.
Cá se fazem, cá se pagam.
Esperamos que esteja a fechar um ciclo, onde foram cometidos os maiores atropelos aos Enfermeiros, onde não faltou a concorrência espanhola, de quem do lado de lá, precisava de fazer currículo.
Que colham os frutos do seu trabalho são os nossos votos.
O nosso comportamento será o mesmo de sempre.
Com amizade,
José Azevedo
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