Ninguém se lembrou ainda, de perguntar se as consultas múltiplas são mesmo consultas ou um conjunto de actos reais ou imaginados, para justificarem estatisticamente, uma razão de ser das USF tipo B.
Sendo uma amálgama de actos, onde não faltam os de Enfermeiro, nunca é possível determinar com rigor estatístico os minutos que demorou, demora ou vai demorar uma consulta.
O saneamento do SNS passa por utilizar os Médicos como os outros profissionais naquilo para que foram formados.
E, ainda, reduzir a "consulta médica" a uma dimensão real, que passará por uma redefinição urgente do que é uma consulta médica, quando se justifica, quem a aconselha...
É uma necessidade política definir a aferir a eficácia do SNS, pelos milhões de consultas médicas. Parece que não há mais nada a avaliar no SNS...
Por exemplo: olhar para o Médico, que passa, será uma consulta médica?
Pegar na receita da mão do Assistente administrativo, duma medicação repetida duma doença crónica, é uma consulta médica ou administrativa?
Receber uma chamada telefónica, substituto moderno duma visita domiciliária, ´será uma consulta rapidinha?
O diabo do barómetro deve estar avariado ou o observador deve estar a sofrer do erro de paralaxe.
Além disso as consultas em exagero, têm um efeito perverso que é o de transformar a comunidade num conjunto insuportável de hipocondríacos saudáveis, isso sim, perigosíssimo para o cidadão e para o SNS.
Tanta coisa bem vista que o relatório evidencia, logo havia de se fixar o tempo de consulta sem se ter o cuidado de analisar o que é registado como consulta, quanto à sua qualidade e oportunidade.
Se esta consulta deixasse de ser o padrão da actividade médica, não tinham de inventar tantas e tantas coisas, à volta da mesma, para justificar o injustificável.
E até seria possível erradicar um fenómeno idêntico, nos Centros de Saúde, ao que se observa, nas igrejas e que os padres gostam de ouvir classificar de "ratas de sacristia".
Quando forem aproveitadas as potencialidades dos Enfermeiros, para se transformarem em actos úteis, para a saúde em particular e no seu conjunto, então estamos seguir o caminha da viabilização racional do SNS.
Com amizade,
José Azevedo
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