Camilo Lourenço, ai Camilo, no que o meteram!
E pronto, já consegui fechar a boca.
Vou abordar esta questão no sentido pedagógico, e na primeira pessoa, pois orgulho-me de ter sido aprovado no exame da 4ª classe do ensino primário, na escola de Sabrosa, meu Concelho de nascimento.
Podia abordá-lo numa perspectiva filosófica, pois licenciei-me em Filosofia na Faculdade de Letras da UP; podia abordá-lo numa perspectiva Ética, área em que sou Mestre pela Universidade Católica; podia abordá-lo como licenciado em Enfermagem, pois tenho, além do curso de Enfermagem Geral, as duas secções do curso complementar de Enfermagem: a de ensino e a de administração.
Mas surgiu-me um problema de consciência, que a minha humildade franciscana (fui educado com Franciscanos, em Montariol - Braga) não permite, porque seria o gigante a esmagar o anão, o que para a caridade cristã, no sentido mais amplo e universal do termo, não é salutar, nem humano.
Por isso resolvi vir habilitado de 4ª classe, pois para o pedaço de prosa, que produziu, o nível científico e técnico da dita formação escolar, chega e sobra, penso eu.
Não percebeu, ó Camilo Lourenço que o argumento de exigir mais Enfermeiros para o SNS, não é para lhes garantir emprego; é para reduzir a excessiva medicalização do sistema, pois a ordem natural das coisas, não é medicalizar, ainda mais, o sistema, se não houver os correspondentes cuidados de Enfermeiro, não para empregar Enfermeiros, mas para aliviar, os que já não têm nem espaço, nem tempo, para gozarem as folgas e feriados a que têm direito, como os outros cidadãos.
Só num grupo de 30 Enfermeiros, no serviço de Medicina do Hospital de São José, há 310 feriados por gozar. E isto não é um argumento idiota, não é pedinchice; é o atropelo dos mais elementares direitos de cidadania, de um grupo profissional, o Enfermeiro: Nem sequer estamos a confundir a emigração com o Estado e erário público da nação. Tem a ver com a rotura dos serviços, que Lourenço não vê, nem tem que ver, porque o entendimento que tem das capacidades dos Enfermeiros e respectivas habilidades, para resolverem problemas de saúde e de doença, muitos destes Lourenços, de que este não é caso único, infelizmente, só as reconhecem, quando estão com a forca na garganta; é nessa recta final, que reparam no mérito dos Enfermeiros.
Nem sequer vê que o alarido, à volta dos tempos de espera, nos serviços de atendimento dos possíveis doentes, é uma farsa antiga, mas hoje controlada e alardeada, pelos meios de comunicação social, a soldo de quem vende produtos, que os Médicos prescrevem. Ora quantas mais canetas a prescrever... E só morre quem tem de morrer, visto ou não, pelo médico de família ou da falta dela.
Felizmente, quando os Médicos forem todos colocados, o país respira de alívio, porque já tem garantido o médico de família, e, ainda família, para os desamparados e, sem abrigo, para ter Médico da dita, o que garante mais uns milhares de potenciais votos, embora a possibilidade mais exequível, seja, através dos Enfermeiros, que dão mais saúde ao SNS, como já faz o mundo, onde não há os jornalistas, à Lourenço, que nós infelizmente, temos. Diz o escriba: - «Levando à letra as palavras de Azevedo, isso implicaria que o Estado ( os contribuintes), os contratasse, só para não ficarem desempregados». ( sempre os eternos contribuintes a serem usados, até para justificar erros crassos, como este, que os lixa).
Ao lapísgrafo deve exigir-se um pouquinho mais de hermenêutica, no que lê, para não tirar ilações estúpidas, mais do que é humana e naturalmente permitido, ao lapisgrafá-las!
Devia ter percebido que o Azevedo, ao afirmar que as prescrições médicas de 1 só Médico, ocupam 5 Enfermeiros, com elas e com as práticas correctas de Enfermeiro e que o Enfermeiro, não ocupa 5 Médicos,reciprocamente; que, em Portugal havia, até há dias, 26.544, e somente, 38.937 Enfermeiros, não chegando sequer ao dobro, o que é caótico e trágico, não para garantir emprego aos Enfermeiros, mas para assegurar a coerência interna do sistema, pois aumentar o número de Médicos, sem satisfazer, com Enfermeiros, as necessidades, que Médicos e Enfermeiros criam e estes detetam e que só os Enfermeiros resolvem, na prática, é o mesmo que engaiolar um "cagalhão" e esperar que ele cante, estratégia com que alguns, costumam exemplificar, definindo o cúmulo da paciência e dos tempos de espera. E ainda não apareceu nenhum idiota, mais ou menos útil, que se apercebesse que, por não haver os Enfermeiros suficientes, nas urgências, em quantidade e qualidade (aqui e com tantos Enfermeiros inexistentes o cubanismo livre, ou mercenarismo médicos, não funcionam, porque os Enfermeiros têm de saber mesmo, para evitar os erros próprios e impedir os alheios; dá para entender, Lourenço Camilo?), é que os doentes esperam sozinhos, pela morte, nas macas, mal acomodadas, nos corredores. Não é por um Médico olhar, escrever pastilhas e xaropes e banhos de água tépida, que os urgentes esperam: é por Enfermeiros treinados, e pagos, não à hora, para enganar o povo, com paliativos, que deem, nas vistas dos míopes, mas que saibam do que fazem, eles e os outros.
Vá até lá, Sr. Camilo, para nos entender, mais bem.
Não sei quem lhe pagou, nem me interessa, para se expor tanto, numa área, que demonstrou ignorar, quase por completo. Mas há mais qualquer coisa, do que a simples ignorância, para escrever as asnices, que conseguiu extrair do que eu, José, não disse, porque não podia dizer, com o conhecimento de causa, que detenho, pois só a chefiar, como Enfermeiro Chefe concursado e habilitado, as urgências do Hospital de São João, gastei 10 anos bem medidos, da minha mocidade. E a afluência média, já era de 800 almas/dia e todos à molhada: crianças, jovens, velhos, sinistrados e maníacos consumidores de pastilhas, para alimentarem o seu hipocondrismo saudável, que nessa época, se combatia racionalmente, e não se promovia tão aberta e descaradamente, como hoje, porque, então, havia Médicos, que não precisavam de inventar doenças e outros pretextos e sabiam do que faziam e despachavam o serviço, sem segundas intenções, mais ou menos convenientes. Por isso, não falo por encomenda, mas com o que tenho obrigação de saber e que ponho, gratuitamente, ao serviço do Estado (que somos todos, com tudo, como diria La Palice ou Palisse, se não tivesse morrido depois de, antes, estar vivo).
Não obstante, não fique triste, porque eu, se falasse ou escrevesse sobre jornalismo económico, sou capaz de garantir, cumprindo, fazer pior figura do que fez Camilo, ao tentar escrever acerca dos Enfermeiros. Nem mesmo o aspecto económico, em que parece ser perito, abordou corretamente. Bastava pensar que, muitas vezes: "a ganhar se perde e a perder se ganha", ou seja; contratar mais Enfermeiros é embaratecer o SNS.
Não sabia, pois não?
Então, quando me contaram, para dar o exemplo de economia real, o que a nota de cem euros, que o turista deixou em cima do balcão da recepção do hotel, como sinal, enquanto foi ver a qualidade do quarto; as coisas que essa nota pagou, até voltar ao balcão da recepção, de onde o dono, voltou a apoderar-se dela, porque era sua, fiquei a saber um pouco da economia real, como ramo do saber científico (?).
Daí que, a minha honrosa 4ª Classe deve ser suficiente para lhe provar que, se o seu artigo foi pago, ainda que pelas forças do mal, segundo a classificação de Matthias Rath, deve restituir, com todo o pudor, que lhe seja possível, o dinheiro, a quem lhe pagou, para prestar um tão mau serviço, à coerência interna, que o SNS devia, deve ter, e não tem, por causa da incoerência, que comporta, como seja a de alimentá-lo com mais doença da que já tem, em excesso.
Embora, como Enfermeiro, esteja mais virado para o "ócio" do que para o "negócio", cumpre-me, como sindicalista, fazer com que os meus colegas, que represento o mais bem que posso e me deixam, vejam a "cor do dinheiro" de que o Camilo fala, mas que já não vêem, há muito tempo.
A nossa PROFISSÃO não é de pedinchões, Camilo Lourenço; é constituída por pessoas tão generosas, que até, trabalham o dobro para ganharem metade do que deviam e merecem ganhar. Note; até o Ministro da Saúde, já viu isso, com a nossa ajuda, obviamente. Deve estar a confundir-nos com alguém que o informou mal ao dar-lhe uns tópicos de mau gosto, e sem fundamento, para borrar a escrita, que fez.
Devia castigá-lo, por justo desagravo aos insultos, que fez, à Classe Enfermeira, a ler, o meu blogue - o sindicalista, sacrifício que iria funcionar como uma espécie de pedido de desculpa aos Enfermeiros, que não a mim, porque eu sou voluntário gratuito, no sindicalismo, desde tempos, em que o Camilo & Lourenço, ainda não era nascido. E nunca usei, sequer, uma única das dispensas que a lei concede aos sindicalistas, porque também não saí do meu local de trabalho, porque, nos lugares de direcção e ou chefia, que ocupei, entre 1966 e 2005, geria o meu tempo, até que ministros, como o tal Correia de Campos, que cita, à laia de exemplo, como o de quem sabe de saúde e respectiva exploração, entendeu que ser sindicalista e Director Enfermeiro do Hospital de São João, era um prejuízo, para o negócio e demitiu-me, não por saber de menos, mas por saber de mais, até acerca dele e das suas capacidades. Até me deu como exemplo, num dos seus livros de condolências, " post mortem" para justificar as burricadas, que foi fazendo, impunemente, perante jornalistas balofos.
Nós, no SE, não temos nada a ver com governos de direita nem de esquerda, nem com o Correia de Campos Ministro, que conhecemos, desde que era escriturário, na Secretaria do INSA de Ricardo Jorge e a forma como se autorizou bolsas de estudo, para tirar formação, lá fora, para fingir, cá dentro, que sabia da coisa... perante ignaros, obviamente.
Não estamos a pedir, nem, muito menos, a pedinchar; estamos a exigir aquilo a que temos direito, como licenciados, que somos, com propinas pagas, por nós e com o mérito, que detemos e que, só os cegos, do tipo dos que não querem ver, por falta de programa, no computador, fingem não ver. Mesmo o Sr. Azevedo, simplesmente, tem a 4ª classe, duas licenciatura e um mestrado, para ser o sr. Azevedo; para os amigos, o Zé.
Não ouviu dizer, e não foi por nós, que os Enfermeiros são os licenciados, mais mal pagos, em Portugal?
(Leia o sindicalista e saberá quem foi que disse isso).
Vou aproveitar para informar o Sr. Lourenço Camilo, que os Enfermeiros são a estrutura de qualquer sistema de saúde coerente, (ler sobre a coerência interna de um sistema), público ou privado, pois são eles que dão concreção, com métodos e saberes próprios, tão científicos, como os de outros, às ideias dos Médicos, em actos que estes não dominam. Fazem lembrar Aristóteles, em relação às ideias de Platão, que sem a concreção dada por Aristóteles, de nada serviriam e continuariam a pairar, no céu etéreo, à espera de quem as apanhasse. (desculpe a derivação científica, para as origens do conceito de ciência, que não sei se percebeu, dado o défice, que demonstra, em coisas bem mais simples).
Quem lhe pagou o artigo, repito, que nem poeira chega a ser, o que desiludiu francamente, por ser tão pobre, na abordagem, duma área, que conheço bem o que, extrapolando, posso atribuir igual sem valor a outras cores de outros dinheiros, incluindo os não merecidos.
Erro meu!
Foi pena ter perdido a oportunidade de abordar o que eu disse, de forma séria, autêntica, e não vir com insultos ao sindicalismo, que não conhece e amalgamou, nas suas ideias impressionistas, sabe-se lá, de quem e para quê(?), acerca do sindicalismo.
Se me tivesse perguntado o que é o SE - Sindicato dos Enfermeiros (que já perdeu o Norte e se fez ao mundo), ter-lhe-ia dito, que é centenário, desde 2013 e que foi um dos 2 Sindicatos, ambos de Enfermeiros, a quem o PCP e a sua CGTP/in não assaltou, no pós 25 de Abril.
A poeira, que lhe encomendaram e, que saiu falsificada, pois não esconde que 85%, da massa salarial total do Ministério da Saúde, são para pagar aos Médicos e 15%, são para todos os outros, onde estão os Enfermeiros (ver no blogue - o sindicalista - o ficheiro "há médicos a mais no serviço público e Enfermeiros a menos") e (veja também o site da ACSS, de passagem, para avaliar o mérito e demérito do que escreveu).
Também não percebeu que este falatório; de andarem jornalistas a alarmar que os doentes têm falta de Médicos, é gente que, como você, Lourenço Camilo, não é capaz de ver que isso é uma farsa montada, para arranjar colocação, para os médicos, não só das nossas universidades, como dos que vêm das estrangeiras, os chamados filhos maus das boas famílias. Quer exemplos concretos?
Mas, neste caso, já não é tentativa de empregar quem não faz falta, nem pedinchar, ao contrário da falta que fazem os Enfermeiros; é gato escondido, mas com rabo de fora, para saber, onde está o bicho, o cerne da coisa.
Dizem que há médicos a emigrar, mas escondem os que estão a imigrar.(ver, mais uma vez, o sindicalista, como aluno atento, onde não lhe falta que aprender, antes de asneirar com uns chavões, que produziram o mesmo efeito, que as violas, num enterro, onde os instrumentos de sopro, são mais eficazes, para a posição do falecido. E mais dignos, porque para o falecido, o fado acabou.
É um crime, contra a saúde do Povo, os Enfermeiros estarem a ser tratados, como estão, só porque não têm as multinacionais do medicamento e do diagnóstico e da patente registada, a gastar rios de dinheiro de opinião, com jornalistas, que, nem sequer estudam a lição e, ainda vêem os Enfermeiros, na época medieval, na qual a Medicina lutava para deixar de ser mito e arte divinatória e passar a ser ciência, contrariando a tendência dos "universais".
Finalmente, os meus editores, já me estão a fazer sinal, que não devo escrever mais e que devo guardar as pérolas, para outros fins, porque estamos, em crise, e os mergulhadores e pescadores de ostras estão a sair dos nossos viveiros. E a importação é proibitiva.
De qualquer maneira, se quiser fazer um artigo sério, sobre a problemática da Enfermagem, venha ter comigo e vai ver que não faz uma figura tão ridícula, nem tão triste, qual Dom Quixote; isto sem ofensa. Mas gratuitamente, porque, apesar de pedinchão, a minha colecta rende pouco.
Com amizade e muita tolerância compreensiva, pelo que são necessidades,
José Azevedo
O
artigo de hoje: A Ordem dos Enfermeiros diz que continua a haver
profissionais a abandonar o país. Correia Azevedo, do Sindicato dos
Enfermeiros do Norte, aproveitou a deixa e veio logo dizer que a culpa é
do governo, que não aposta nos serviços de saúde. E o facto de estarmos
a formar profissionais em excesso para as necessidades do país, não tem
nada a ver com o assunto?
O senhor Azevedo é igual a outros tantos profissionais do sindicalismo em Portugal: criticam tudo o que aparece à frente. É só ver o que disseram nos últimos 15 anos da política seguida, por governos de Esquerda e Direita: querem dar cabo dos serviços públicos; estão a destruir o SNS; é preciso gastar mais dinheiro...
Então o propósito de destruir o Estado Social é comum à Esquerda e Direita? Os sindicatos transformaram-se em profissionais da pedinchice: reivindicam qualquer aumento de despesa, desde que seja para alimentar os grupos de interesse que defendem. Uma vergonha!
O senhor Azevedo é igual a outros tantos profissionais do sindicalismo em Portugal: criticam tudo o que aparece à frente. É só ver o que disseram nos últimos 15 anos da política seguida, por governos de Esquerda e Direita: querem dar cabo dos serviços públicos; estão a destruir o SNS; é preciso gastar mais dinheiro...
Então o propósito de destruir o Estado Social é comum à Esquerda e Direita? Os sindicatos transformaram-se em profissionais da pedinchice: reivindicam qualquer aumento de despesa, desde que seja para alimentar os grupos de interesse que defendem. Uma vergonha!
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