segunda-feira, 31 de agosto de 2015
DR. OCTÁVIO CRUZ OLIVEIRA
Foi Secretário de Estado da Saúde, no ano de 1974 e terminou, em 25 de Novembro de 1975.
A este Homem ficaram os Enfermeiros a dever coisas estruturais da Profissão, como o DL 440/74 de 11 de Setembro, que lançou as linhas gerais da promoção dos então Auxiliares de Enfermagem;
Criou o curso de Promoção Profissional, através da portaria 107/75 de 17 de Fevereiro e nos mesmos moldes, reviu o programa do Curso Geral de Enfermagem, que se encontra no LV assim chamado o opúsculo, que tinha a capa verde, que lhe deu o nome.
Escolheu para seu colaborador directo Narana Coissoró, homem duma eficácia incomensurável. Por exemplo; em hora e meia deu forma de publicação à tal portaria que criou o curso de promoção dos 8 meses, experiência única no mundo.
Já nessa altura a CGTP/in se metia com este Dr. Narana, porque, na fábrica, de onde vinha, tinha queixas de algumas obreiras, que, como nas colmeias, são as que dão o mel. Fez depois um percurso público no CDS/PP.
Duas atitudes de mestre do Dr Octávio:
1ª - Perguntou no Conselho de Ministros se seria possível uma Enfermeira com a 4ª Classe do ensino primário poderia ser o expoente máximo da Enfermagem, em Portugal. Foram vários os Ministros a garantirem que não.
O Secretário de Estado da Saúde fez então passar pela mão de cada Ministro a ficha das habilitações literárias de Fernanda Resende, precisamente, onde constava a 4ª classe da instrução primária, como habilitações literárias.
Porque, já na altura as habilitações literárias eram condicionantes, ficaram quase todos embasbacados. E calados.
Do valor profissional e político da Enfermeira Fernanda Resende, ninguém tinha dúvidas. E do que ela fez, de bom, pela Enfermagem Portuguesa, também não.
O Dr. Álvaro Cunhal (por alcunha, o cavalo branco) e Ministro, sem pasta, por razões, que não conheço, (mas que não devem andar longe da pouca confiança que transpirava) cargo que acumulava com o de Secretário Geral do PCP, votou contra o Decreto-lei 440/74, o tal da promoção.
Argumentou que; lá, na União Soviética, onde viveu, alimentado e com mordomias, para facilitar a entrada dos Russos nas nossas colónias, como é sabido, que ia até à casa de praia, que perdeu, em 25 de Novembro, porque os do KGB informaram, que não era ele o mandante, em Portugal e o Kremlin cortou-lhe as mordomias), lá, repito, os auxiliares se quisessem ser enfermeiros, teriam de ir frequentar o curso, como acontecia cá, aliás.
2ª Informou o nosso grupo destas dificuldades e comentou: a pessoa que menos esperava foi a única que votou contra, exactamente o Dr. Álvaro Cunhal, por alcunha o cavalo branco.
Os Enfermeiros têm uma dívida de gratidão para com este Médico, pois foi ele, que iniciou o impulso, que os Enfermeiros sofreram, para cima, depois de 1974.
Quanto ao desprezo que o PCP votou, sempre, aos Enfermeiros, que por azar destes, têm-lhe estado debaixo do comando, há muitos anos, Cunhal não foi o único.
Gonçalves Ferreira, autor da "Moderna Saúde Pública", e que chegou a ser expulso da Função Pública, por engano, pois não sabiam que era uma das eminências pardas e secretas do próprio PCP e, lá foi readmitido (um bronca das grandes), pois este comunista, era na ocasião, uma das 5 pontas da estrela, de comando do PCP (é uma estrela com 5 vértices, onde estão 5 personagens, um em cada vértice, que não se conhecem, entre si, nem o secretário geral do PCP os conhece, nem faz parte desse comando) dizia Gonçalves Ferreira, que Portugal não tina: nem nível, nem capacidade, para ter mais do que auxiliares de Enfermagem.
Foi com estas ideias, que se fundou uma escola de Enfermagem em cada distrito para formar auxiliares e que nós transformamos, em cursos gerais, mais uma vez, com a ajuda do Dr. Cruz Oliveira.
Se alguém nos puder informar do seu paradeiro ficamos gratos.
Com amizade,
José Azevedo
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