quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

ENFERMEIROS PARA EXPORTAÇÃO



ENFERMEIROS PARA EXPORTAÇÃO <clique aqui> [1]

12.500 ENFERMEIROS EXPORTADOS EM 7 ANOS [2] <clique aqui>


Se clicaram no título [1], acima expresso, viram uma parte da questão.

Vamos fazer um pequeno exercício sobre produtos para consumo interno e para exportação.
Quando a produção excede a procura o excedente ou se armazena, ou se perde ou se exporta. É assim com todos os bens de 1ª, 2ª, 3ª... necessidade.
Ora os Enfermeiros são bens de primeira necessidade produzidos em excesso, em Portugal.
Depois, ou se exportam ou se degradam, ou se consomem.
Imaginem, agora, uma cadeia de interesses, bem montada e paga, que vai, desde a produção, à exportação e ainda; à  limitação do consumo interno, para não prejudicar o negócio da exportação???!!!
Mas nós não nos distraímos com estes fenómenos, que têm alimentadores próprios, se não já se tinham extinto.
O nosso negócio é com os que ficaram e trabalham no país, com os quais temos compromissos de lhes criarmos melhores condições de vida e de trabalho.
Temos é de atacar quem faz demorar a contratação, porque é aí que começa a corrução de não empregar cá, apesar das carências, para empregar na exportação.
Se conhecerem algum dos elementos da rede informem-nos, pois facilitam-nos a luta e a eficácia da mesma.
Com amizade,
José Azevedo

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Mas se clicarem em [2] verificam que; além de o fabrico de Enfermeiros ser um produto de exportação, altamente lucrativo, para a firma responsável pelas encomendas, por muito que custe a engolir aos líricos e líricas, que por cá andam, à espera de serem convidados, para acabarem os "Lusíadas de Luís de Camões", mas que não são seleccionados, por serem ainda muito líricos e os Lusíadas serem um canto épico do "Nobre Povo, Nação Valente e Imortal". E, até, se zangam comigo, por fazer estas leituras puras e duras, que lhes abanam, sem estragar, o negócio, de momento, pelo menos...

Se a contratação de Médicos não cessa de aumentar, significa:
1 - Que muito ao contrário do que diz o Sr. De Pombal, José Manel Silva, quem está a fazer de Enfermeiro são os Médicos que, cada vez mais, vão assumindo os cuidados prestados pelos Enfermeiros, enquanto estes se miram nos ercrãs dos computadores;
2- Porque os Enfermeiros vão perdendo a capacidade de defenderem as suas tarefas, porque os convenceram de que Médico é que manda e que Enfermeiro é que obedece. basta a assinatura de Médico, para que os seus medos e inseguranças (dos Efermeiros, claro está), estejam isentos de responsabilidade. Puro engano; oxalá não tenham o azar de ministrarem um medicamento pela via errada, mesmo que prescrito na receita e verão e para quem vai o castigo.
Por exemplo:
Há uns anos, um Médico daqueles, que substituem os que, de noite, dormem sossegadamente, nos dormitórios obrigatórios, para os Médicos de serviço às urgências e que, de dia, reclamam 24 horas consecutivas(?) de serviço exaustivo, nas urgências dos Hospitais, de tão inexperiente, que era, prescreveu 1 milhão de Unidades de Penicilina Procaínica, no soro, por via endovenosa lenta...
O Enfermeiro de serviço, veio ter com o chefe, na circunstância, eu próprio, local Serviço de Urgência do HSJ, que decidi dar um baile pedagógico ao dito Médico.
Comecei por me apresentar (ato que, só por si, o irritou e muito) como chefe do Serviço e de Ronda ao Hospital, prática, que a estupidez de algumas chefias aboliu, sem saberem quão caro estão a pagar o seu comodismo, sem a muleta, que as inibe, como a qualquer barata tonta, que não sabe que fazer, quando lhe acendem a luz e determinei: o Enfermeiro não vai ministrar este medicamento, porque eu não o autorizo.
E quem é você para estar a duvidar duma prescrição médica, diz-me o distraído e pouco sabedor Médico?
Na circunstância, sou o Enfermeiro escalado para rondar o Hospital; fora desta tarefa, sou o Enf.º Chefe do Serviço, informei-o, mais uma vez.
O diálogo que se seguiu foi azedando, apesar de ser todo teórico e baseado nos pressupostos e nas consequências, salientando as competências do Enfermeiro, para evitar não só os seus erros como, ainda e também, os erros dos Médicos. Tudo isto; porque quem mais ordena, nestes casos, é o Doente, note-se, ainda que esteja calado e passivo. Nós, Enfermeiros, é que falamos por ele, porque também somos advogados seus.
Finalmente, depois de palavras e palavrões recíprocos e, mais ou menos azedos e impróprios, para passarem nas televisões, antes da meia-noite, aconselhei o referido Médico a ler o que escreveu, acrescentando; se não lhe tinham ensinado que há doentes alérgicos à procaína, mesmo por via intramuscular, quanto mais por via endovenosa?...
Concluiu que o que pretendia era escrever penicilina cristalizada.
Só que não foi o que escreveu.
O Enfermeiro chama-se Morreira Dias (por alcunha o "água morna"), mas bem quente, na atenção ao que faz, ainda que a horas nocturnas.
Pensem nisto, mesmo que não gostem do tom sincero e cru da conversa escrita, mas muitas das causas da desvalorização da Enfermagem, radicam, no medo e insegurança dos Enfermeiros, que vão transferindo por comodismo e inércia, a sua responsabilidade própria e competências deslizarem para outros estatutariamente menos preparados.
Isto tem um sabor amargo, mas é sincero e faz-me chorar.
Com amizade,
José Azevedo

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