Misericórdias
podem garantir atendimento permanente de saúde em locais encerrados
18/12/2013 - 09:29
A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) poderá assegurar serviços de saúde de atendimento permanente em locais onde têm vindo a encerrar, avançou na segunda-feira o presidente da instituição, citado pelo Jornal da Madeira.
No final de um encontro com o vice-primeiro-ministro e o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social sobre o guião para a reforma do Estado, Manuel Lemos afirmou que as Misericórdias podem garantir serviços que “o Estado não pode fazer com o mesmo dinheiro”.
Como exemplo, deu a criação de “respostas de atendimento permanente em
sítios onde o Estado tem fechado serviços”.
Manuel Lemos explicou que esta prática já é feita nos hospitais das
Misericórdias de acordo com uma verba que é contratualizada com o Estado.
“Todos os anos celebramos com o Estado um protocolo de cooperação nas áreas
das respostas sociais e fazia sentido que alargássemos esse protocolo à saúde e
à educação”, defendeu
Muitas vezes, as verbas já estão disponíveis: “O que está em cima da mesa é
gastarmos melhor o pouco dinheiro que todos temos”.
“Não se trata de pedir mais dinheiro”, nalguns casos até podem ser
reduzidas, “mas utilizá-las em função das necessidades efectivas das pessoas”.
Manuel Lemos lembrou o acordo, “ao fim de 30 anos”, entre o Estado e as
instituições particulares de solidariedade social na área da saúde.
“O que se trata agora é de operacionalizar essa lei”, sublinhou, lembrando
que o Estado ainda presta serviço em 30 hospitais que eram das Misericórdias,
alguns dos quais irão ser devolvidos.
Para o responsável, este é um “bom exemplo” de como as Misericórdias
conseguem assegurar serviços nesta área.
“Temos experiência, porque temos 12 hospitais a funcionar, e conseguimos
fazer isso com maior agilidade e facilidade”, porque o Estado é “mais pesado a
responder” devido às regras próprias que tem de cumprir.
Sobre o guião para a reforma do Estado, Manuel Lemos disse que, “na
generalidade, é um bom documento”.
“É um documento que exige trabalho e dissemos [no encontro] que o pior que
podia acontecer era no fim não haver um documento final que fosse implementado”.
Saudou o facto de o Governo querer saber a posição das instituições do
sector solidário sobre “questões tão complexas”, como a desertificação do
interior, as instituições de proximidade e a saúde”.
Também o presidente da União das Mutualidade Portuguesas, Luís Silva, que
foi recebido pelos ministros Paulo Portas e Mota Soares, considerou “positivo”
o Governo ouvir os parceiros sociais e não “impor uma reforma”.
“A União das Mutualidades Portuguesas pode ter uma boa resposta nas áreas
da saúde, segurança social, educação, finanças e agricultura”, sublinhou.
Luís Silva adiantou que, se o Estado contratualizar com o sector social,
terá “uma redução substancial na despesa”.
Na economia social solidária, “os custos são, se calhar, três vezes
menores, do que aqueles que o Estado está neste momento a ter”, disse.
Para o responsável, seria importante que o Guião estivesse aprovado em
Junho, quando a “troika” sai do país, para que, “a partir daí, as práticas
sejam diferentes e para que o país não corra o risco de, daqui a alguns anos,
voltar a ter o mesmo problema que está a acontecer agora”.
NB: Nós estamos a preparar um Acordo Colectivo de Trabalho com UMP para impedir a mão-de-obra-Enfermeira baratíssima, assim como o curandeirismo: misericórdia é uma coisa, charlatanismo; é outra.
O ilustre presidente da UMP não deixará de pensar também nesta possibilidade, estamos certos.
Convém não esquecer que o trabalho monaquista acabou.
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