quarta-feira, 22 de novembro de 2017

COMO É BOM RECORDAR!

ESTE É O LIVRO QUE ESCREVI, PORQUE TIVE A HONRA DE SER ELEITO PELOS SINDICATOS DOS ENFERMEIROS, INCLUINDO O DO SUL E ILHAS, CHEFIADO, ENTÃO, POR ANTÓNIO PACHECO (MRPP).
DE FACTO, FOI ESTA GREVE DE 1976 [ 12 a 15 DE MARÇO 1976, QUE MUDOU A ENFERMAGEM].

COMO É BOM RECORDAR! <PRIMA>

NB: Começo por agradecer ao gabinete histórico do SEP, o valioso contributo que deu e promete dar para a veracidade dos factos e autenticidade das pessoas que os promoveram. É óbvio que são eles que detêm alguns documentos pois são únicos e na sua posse, pois foi no então Sindicato do Sul e Ilhas (Açores), que se centralizaram as operações que começam assim:
Estávamos no dia 15 de março de 1975, sábado.
No dia 11/03/1975, Spínola fugiu de helicóptero, para Espanha;
No dia 14 foi nacionalizada a banca e por arrasto, tudo que ela detinha.
A tabela proposta pelo Sindicato do Sul e Ilhas, começava nos 2.500$00 e terminava nos 10.000$00;
A tabela proposta pelo sindicato do Norte e o do Centro, começava nos 5.000$00 e terminava nos 10.000$00.
No teatro Maria Vitória - Parque Mayer - antes do incêndio, enchia-se a sala com mais de 1000 Enfermeiros.
Na mesa estavam os Sindicatos e uma delegação, ao lado, que representava os Serviços Médico Sociais (SMS - antes da nacionalização em 1982, portanto).
Barceló, Enfermeiro e amigo, mostrou-me o comunicado nº 5, que não me tinha sido distribuído (propositadamente) à entrada, onde classificavam os PCPs da Direção do Sindicato do Sul e Ilhas, organizador do evento, o Azevedo como habilidoso defensor do Sindicato Nacional dos Enfermeiros Diplomados (SNED), criado pela Ana Sara Brito e outras elitistas da ETE e não só, (Escola Técnica de Enfermeiras a funcionar no IPO), aprovado pelo Ministro Socialista Marcelo Curto e que era abertamente contestado pelos 4 Sindicatos onde havia Enfermeiros de todos os cursos, e, claramente, também diplomados.
Dizer isto do Azevedo, um dos principais atacantes da ideia da formação do SNED era com excluí-lo do grupo. Foi o que aconteceu.
Tirou o microfono ao Gamito mais novo (com uma história interessante) e avisou a sala que ia sair do meio daquela canalha sem carácter.
Para que não restassem dúvidas, caraterizou-os um a um, saltou do palco e saiu.
Com ele saiu meia sala, bem medida.
José Pacheco, grade homem e não menor Enfermeiro, então prof. da Escola do Alcoitão, que integrava a Direção do Sindicato do Sul, convocou uma Assembleia Geral do Sindicato, que se realizou no Hospital de D.ª Estefânia, onde pediu que Assembleia o demitisse, o que aconteceu, pois não queria pertencer a um grupo que tratou, tão mal o colega Azevedo, presidente do Sindicato do Norte.
Entretanto, outro Pacheco, António Nunes Pacheco, Enfermeiro Chefe no Hospital de Santa Marta, grande militante do MRPP pediu a palavra, na dita Assembleia e perguntou:
E se nós demitíssemos também os outros!?
A Assembleia aceitou a  sua proposta e  elegeu uma Comissão presidida pelo António Nunes Pacheco.
Aqui começa a escalada para a greve de 1976, curiosamente concretizada um ano depois, visto que começou no dia 12 de março, sexta-feira e terminou no dia 15 com a requisição civil dos Enfermeiros da Região Sul, com a promessa de alargamento às outras regiões se as coisas não acalmassem.
Com a Tendência Sindical, marxista-leninista no comando do Sindicato, ontem como hoje, não teria sido possível aquela greve.
Mas não podemos esquecer, o apoio caloroso, mas oficioso e por detrás da cortina, que muitos Enfermeiros filiados no PCP deram à greve.
Deste modo as coisas ficam mais esclarecidas e corretamente, para que os mais novos as copiem corretamente, pois quem não tem passado tem de construir e não é o caso, porque o nosso existe e é glorioso.
Com amizade,
José Azevedo

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