domingo, 30 de setembro de 2018

A NÃO LEGITIMIDADE DOS FISCAIS HOSPITALARES


MÉDICOS FISCALIZAM HOSPITAIS PRIVADOS


[Inspeções vão começar em breve e serão especialmente focadas nos atendimentos nas urgências.
O aviso será feito de véspera, por cortesia. Os hospitais privados vão ser palco de visitas dos responsáveis da Ordem dos Médicos, desde logo, do próprio Bastonário.
As inspeções serão realizadas nos moldes das ações levadas a cabo no SNS e, também, como na rede pública, pretendem fazer um levantamento, sobre as condições da prestação de cuidados.
Sem adiantar por onde vai começar, o Bastonário, Miguel Guimarães afirma, apenas, que as urgências são um dos focos principais. No caso, as condições concretas em que os doentes são tratados, por exemplo, se há ou não especialistas, em presença física e de que áreas médicas. (colorido é nosso).
Miguel Guimarães revela que a Ordem dos Médicos não tem problemas referenciados nas unidades privadas, contudo “há questões relativas ao Serviço de Urgências”. Segundo o Bastonário, muitos hospitais, incluindo alguns dos maiores, publicitam o atendimento a doentes urgentes, mas com médicos de chamada, isto é; sem estarem no hospital.
Para o Bastonário, este expediente não é benéfico para a qualidade da assistência e é necessário saber, onde existe, alertar e informar a população.] (fonte – Semanário Expresso de 29/09/2018 – última página).
COMENTÁRIO NOSSO:
A minha querida Tia Dúvida da Conceição, Enfermeira dos pés à cabeça, mandou-me ler este texto e dizer o que pensava, com receio do contágio, à nossa Ordem dos Enfermeiros, cuja função é igual: assim como duas gotas de água. (que me perdoem os “idolatromédicos”).
A primeira reação foi: sendo o Dr. Miguel Guimarães um homem bom e sábio, quem seria a b… que lhe pôs este texto para ele assinar, sem ler?

Depois, veio-se-me à cabeça a cena do DR Sarmento em Amesterdão da Holanda, que, numa das ações de formação patrocinada por um laboratório fornecedor de sabão líquido, ao mudar de página, no computador da exposição, por sinal, de fabrico holandês, partiu uma clavícula.
Chamado o 112, lá do sítio, menos amarelo que o nosso, foi levado ao Serviço de Urgências, onde não esperou para ser atendido por um Enfermeiro, que, de acordo com as boas práticas, como soe dizer-se, o radiografou, reduziu o S clavicular à posição normal e enfaixou.
Quando o Enfermeiro ia assinar a alta é que foram elas…
O DR. Sarmento exclamou, perante o silêncio reinante: «Daqui não saio, daqui ninguém me tira SEM SER VISTO E "ALTADO" POR UM MÉDICO».
Pacientemente, o Enfermeiro e, para satisfazer a vítima, informou-se de onde vinha e lá falou com o comité organizador do evento, para que mandassem um Médico de lei e das clavículas partidas a mudar folhas, no computador, em eventos formativos.
Lá veio um Médico, que passou uma pç… ao DR. Sarmento e lembrou, perguntando:

- Foi mal atendido? (Não)

- Sabia que, está na Holanda, e não, em Portugal? (Sim)

Perante as respostas ”não”, na 1ª pergunta e “sim”, na 2ª, do DR. Sarmento, o Enfermeiro de serviço manteve o (OR) (Olho da Rua), na ficha de alta e o DR. Sarmento, lá veio de braço atado, ao ombro,  para Portugal, escandalizado, por no país das tulipas, que, habitualmente, ocupa o 1º ou 2º lugares na classificação (ou ranking) internacional da assistência; ser atendido por um Enfermeiro, nas Urgências, mas pior ainda, por a alta ser dado pelo Enfermeiro, que fez o serviço, por sinal, bem feito.

Quando me apresentava este episódio como um troféu vergonhoso da sua vida, respondi-lhe:
E teve sorte, porque se fosse na Austrália, era bem capaz de nem ter de esperar pelo Médico, que está de chamada, visto que NÃO HÁ MÉDICOS EM PRESENÇA FÍSICA NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA; só há Enfermeiros, que determinam a presença do Médico, somente, quando a urgência ultrapassa os limites enfermeiros!

Se têm dúvidas, perguntem ao DR. Costa Maia, o que viu e como, na Austrália, nos Serviços de Urgências, da capital do país e fora dela…, quando foi, em missão, à procura de elementos para o batismo do “EMERGENSISTA”, que fazia a sua aparição , em Portugal original. «Só vi Enfermeiros, nas urgências por onde passei, em Sidney e Melbourne, disse ele»!

Finalmente, sendo o papel da Ordem vigiar os comportamentos fora das “leges artis
dos seus Membros, não parece correto a OM atuar nas instituições, públicas ou privadas, que não têm infrações ao “leges artis”, porque não há ação, ou seja; não há artista, no local.
Quando os Enfermeiros, em Portugal, imitarem os da Holanda e ou, da Austrália e exigirem o reconhecimento do primeiro embate com as situações de urgência, vamos mesmo cair nos especialistas, e não só, de chamada. 

No poupar é que está o ganho!

Quem pôs este papel infeliz para o Sr. Bastonário OM assinar, deve ter sido um sindicalista(?), que quer aumentar os locais de emprego para os Médicos Especialistas (são todos), e ele, o Sr. Bastonário, assinou um disparate destes, só atenuado pelo chavão do AVISO À POPULAÇÃO, (o politicamente correto), já que não temos delatores ou câmaras de vigilância das más práticas.

Não é verdade que a 1ª hora dos atendimentos de urgências é feita pelos Enfermeiros?
Então por que esperam, ó senhores reformadores do SNS, no alargamento, até à supressão de espaços mortos, com presenças desnecessárias, se não mesmo inúteis e perturbadoras?!

Porque não pertencemos ao grupo dos I.U. da COMPLEMENTARIDADE, advogamos esta prática corret...íssima dos hospitais privados, na esperança de serem copiados pelos públicos.

E vós, REFORMADORES DA COISA, em quem depositam infundadas esperanças; se não sois capazes de ver a essência destas diferenças substantivas, reformai-vos vós, para que o SNS se possa reformar, por inércia.
José Azevedo



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