quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

ESTA É A DITOSA PÁTRIA MINHA AMADA





Assim dizia Luís de Camões:

"Esta é a ditosa pátria minha amada, à qual se o Céu me dá que eu sem perigo
torne, com esta empresa já acabada,
acabe-se esta luz ali comigo".

Na verdade, a Enfermagem cresceu muito e tem algumas bolsas próprias do crescimento rápido, onde a maturação não foi suficientemente atingida. Tal como em certas feridas, cicatrizaram em falso.
Os sinais são evidentes para quem tem tempo e alcance para os ver.
Outras estruturas sindicais, como qualquer remendeiro, apressam-se a colar, nos buracos que fizeram e fazem, uns remenditos que não aguentam a nossa caminhada profissional.
Receiam os efeitos do nosso ACT e a sua aprovação, por isso se antecipam com afirmações de duvidosa credibilidade, inventando reuniões e remendos igualmente duvidosas.
Ao que nós chegamos!
E para aqui chegar, andamos pouco e mal!
Se a resposta, ao nosso projeto ACT, não vier rápida, nós sabemos o que fazer.
E os Enfermeiros que gostam da sua profissão e pensam viver dela, vão ter o dever ético de apoiar as nossas lutas, enquanto é tempo.
Andámos uma década, bem medida, a chorar sobre o leite derramado, porque os jovens correram, atrás do canto fantástico das sereias (ou Tágides que, no rio Tejo, encantaram Ulisses, o Grego).
O resultado está à vista de todos.
Não sabemos se a história se repete;
Mas sabemos que, já em 1976, fizemos uma greve, por causa da carreira e respetiva tabela remuneratória.
No Primeiro Ministro estava o Camarada Vasco Gonçalves.
O Sindicato do Sul e Ilhas (dos Açores), vulgo SEP, tinha uma tabela proposta que começava em 2500$ e terminava em 5000$. Isto era para não criar complicações ao governo chefiado pelo general comunista, Vasco Gonçalves, como é sabido.
Os restantes Sindicatos apoiaram a proposta de a tabela começar em 5000$ e acabar em 1000$. Mais coisa menos coisa, foi esta a que venceu, depois da gloriosa e eficaz greve de 1976. Foi uma grande lição para todos e sobretudo, para os Enfermeiros.
E hoje, como é?
Basta lerem os documentos que emergem de um e outro lado.
Se querem fazer da Enfermagem aquilo que é e merece ser, mesmo que não gostem da nossa cara, vão ter de nos apoiar, mesmo que tenham que engolir sapos, como dois dos três lados do triângulo governativo (mais conhecido por geringonça vermelha) estão a engolir. 
A diferença é que o Primeiro Ministro é António Costa, mas a cantiga é semelhante e o coro também. 
Será que história se repete mesmo?
Este é o espírito profissional que reina na FENSE, que pratica um sindicalismo não partidário, pois as opções partidárias, quem as tem, deixa-as em casa, quando se dirige a estes Sindicatos. Parafraseando Camões: esta é a obra que nos comprometemos acabar e, depois de acabada, pode acabar-se a luz, connosco.
Colegas, estai atentos ao trabalho sindical da FENSE e não queirais repetir experiências falidas, que tanto prejudicaram a Classe Enfermeira.

« A política deve gerir o futuro e responsabilizar-se por ele. Para isso, são necessários modos de pensar que se abram ao longo prazo e que o façam racionalmente, para lá de simples projeções ou de cenários inverosímeis». (Max Weber).

a FENSE 

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