sábado, 19 de dezembro de 2015

NÃO HÁ 2 SEM 3, NEM SÁBADO SEM SOL, NEM DOMINGO SEM MISSA, NEM 2ª SEM PREGUIÇA...


PERFIL DO MINISTRO DA SAÚDE

NB: IMAGINEM QUE NOS SAIU NA RIFA UM DESTES MINISTERIÁVEIS ADALBERTOS!
E SAIU MESMO.
Numa determinada perspectiva vai ser um grande amigo deste Sindicato, pois as patifarias para com os Enfermeiros, que o seu perfil faz antever, como podem constatar, abaixo, fazem com que este Sindicato cresce, em utilidade e sindicalização.
Ele(s) pode mostrar o que é e nós mostrarmos o que valemos.
Vejam, revejam; pensem e repensem. Não se percam em desvios inúteis.
Com amizade,
José Azevedo

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Estava a falar de sanguessugas do SNS e eis que me vem à memória o 10%, que já vai em 30%, porque dinheiro gera dinheiro e 2 milhões do BPN, luvas de uns favorzitos, retirados em tempo útil, mais o disfarce da família Santos, para instalar a saúde, nas barracas das farturas e bifanas e grandes superfícies, enquanto promete relatórios de reformas dos hospitais e não só. Fantochada...
Mas a sua influência, no SNS vem-lhe da fauna que governa a saúde, porque foi escolhido (democraticamente) pelo atual Ministro da Saúde que o elegeu supervisor da fauna dos selecionados ou selecionáveis, para cargos de altos comandos de hospitais e ou ARSs. Não há administrador que leve o selo do Ministro, que não tenha sido carimbado pelo 10%, com aquele carimbo de idoneidade. E esta hein!
Infelizmente, parece brincadeira de garotos, mas não é o que parece: é qualquer coisa de sinistro, que devia merecer uma ligeira reflexão do Governo, a começar pelo PM, a quem não me esqueço de ter lembrado e como, o 10%, que tinha sido escolhido para vice-ministro sombra da saúde.
Como costumo disfarçar, sublinhando as coisas muito graves, com uma pitada de humor fuliginoso e um sorriso do tipo sardónico, estes distraídos governantes não me levam a sério, até ao momento de descobrirem a areia, na vaselina. (José Azevedo)

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Estes 2 cromos (Adalberto & José e Cª iLdª) despertaram a nossa curiosidade pelo interesse que manifestaram pelos Enfermeiros como Administradores.
O 1º abandalha a escola de Administradores Hospitalares que Coriolano Ferreira criou, que funciona no INSA, em Telheiras, teleguiada por outra ave de arribação, mais conhecida por Correia de Campos.
O 2º celebrizou-se com êxito no 10% que já vão em 30%, segundo as últimas notícias que se podem divisar nos textos, aqui publicados.

Pergunta:  se Coriolano Ferreira, insigne teórico de Administração, enquanto ciência ao serviço das instituições de saúde, dizia aos seus alunos "se querem ter êxito na vossa administração mantenham as Enfermeiras chefes e Superintendentes por perto e do vosso lado;
Por que razão estes 2 cromos os querem ver afastados da administração?

Resposta: não é no interesse duma administração correcta e isenta, que estes cromos se movimentam.

A situação merece toda a nossa atenção, porque o Adalberto vê mal, como demonstrou, na sua participação como Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria, no auge da anunciada corrupção, que coincidiu com o seu mandato de 2005-2009. Não viu nada, nem parece que esteve lá.
A formar administradores com a sua mentalidade besta, na Escola, onde é professor, é um perigo público, em potência, que desafia a nossa imaginação, para criar o método de o desviar de área tão sensível, vítima da besteira, que demonstra.

O 2º anda entretenido a montar postos de socorros nas barracas das farturas, para dar assistências aos notívagos borrachos. E com estas habilidades, já fez subir a sua percentagem de 10 para 30%.

Isto não passaria de uma nota de humor, se as baboseiras destes cromos (que desafio para discutirem comigo administração hospitalar, a sério e com provas, em qualquer palco) não tivessem por finalidade reduzir os vencimentos dos Enfermeiros, para os empurrarem para o duplo emprego, nas empresas onde andam por perto e nas quais nem contratos de trabalho há, escravizando a nossa Profissão. Vamos estar de olho neles e, logo que tenha o cromo do 2º, publicá-lo-ei.
Para nós, segundo o saber que temos da administração hospitalar séria, não valem nada, como já demonstraram: nem o 1º nem o 2º. Mas, há sempre uma família Soares dos Santos ou dos Demónios a usá-los.
Acima de tudo isto demonstra os crimes que são cometidos com as escolhas dos I.U. para os Conselhos de Administração para depois virem esmagar as formigas, as únicas indispensáveis.
Lembram-se de o famigerado Correia de Campos ter acabado com as escolhas democráticas de Enfermeiros Directores e Directores Clínicos?
É que esta legitimidade democrática perturbava com a sua autoridade e independência, o negócio.
Certo ou errado?!
Não se pense que isto acontece por acaso. Há um demiurgo que liga estas pontas, aparentemente soltas. 
(Com amizade, José Azevedo)

Each monkey on its branch

«Surpreendente ou talvez não, Adalberto Campos Fernandes e José Mendes Ribeiro concordam que diretores clínicos e diretores de enfermagem não devem fazer parte dos Conselhos de Administração (CA) dos hospitais. Em obediência ao inquestionável principio de cada macaco no seu ganho. Assim, libertos da malta hospitalargenuínos gestores de profissão, sempre poderão cortar a direito mais à vontade.
Segundo Adalberto Campos Fernandes, «os hospitais devem ter uma direção técnica independente, com gente muito qualificada, que sobre algumas matérias tem obrigatoriamente de ser ouvida pelo órgão executivo (ciclo de debates «ÁGORA – Ciência e Sociedade).
Varridos dos CA, restará aos médicos, técnicos e enfermeiros a participação galharda nos órgãos de direção técnica. Com consulta obrigatória em matérias escrupulosamente selecionadas.  (E esta hein!?)
Nota: Todos sabemos o que se entende por gente muito qualificada. Nestes últimos anos os portugueses mudaram. Os políticos de pacotilha permanecem os mesmos.»


Visão minimalista da realidade não permitiu resolver problemas estruturais

quinta, 26 março 2015 14:54Adalberto Campos Fernandes
Visão minimalista da realidade não permitiu resolver problemas estruturais
Adalberto Campos FernandesTem-se verificado na área da Saúde uma persistente dissonância entre o discurso oficial e a realidade. Não faltam exemplos que atestem a afirmação. Desde logo, a restrição orçamental sustentada no controlo da despesa pública com medicamentos e na redução de salários, que não foi acompanhada de alterações estruturais… E os critérios nacionais de acesso à inovação terapêutica que tardam em ser definidos de forma clara.
Lacunas de uma governação que desistiu das reformas anunciadas, agravando o panorama nos cuidados de saúde primários e nos hospitais, e que desinvestiu nos recursos humanos fazendo diminuir a qualidade global das equipas e a respectiva estabilidade em termos de projectos profissionais. Ao mesmo tempo que agravou os pagamentos directos, por parte dos cidadãos, fazendo aumentar as desigualdades no acesso. A análise é de Adalberto Campos Fernandes. Em entrevista ao nosso jornal, o médico e gestor afirma que em certa medida tem prevalecido uma visão minimalista do SNS que, paradoxalmente, não ajudou a resolver praticamente nenhum dos seus problemas estruturais.
JORNAL MÉDICO |Referiu há dias que “o Governo tinha legitimidade eleitoral para aplicar um programa, por exemplo, de privatização, da substituição do sistema público pelo sistema privado, mas ficou a meio da ponte”… Qual a metade que cumpriu e a que ficou por ultrapassar?
ADALBERTO CAMPOS FERNANDES| A política de saúde foi subordinada, quase por inteiro, a uma leitura orçamental. É um facto que as obrigações internacionais, assumidas no memorando de entendimento de 2011, impunham metas difíceis no controlo da despesa pública em saúde. No entanto, o que verificámos foi a aplicação de cortes transversais, para além do fixado no memorando, e um reduzido empenho na concretização de reformas sectoriais com impacto estrutural no sector. A estagnação da reforma dos cuidados de saúde primários (CSP) e a ausência de uma eficaz reforma hospitalar são disso um claro exemplo. Em grande medida perdeu-se uma oportunidade de reformar o modelo de financiamento e de organização do sistema de saúde num contexto em que a generalidade dos intervenientes, no sector da saúde, manifestou um elevado espírito de cooperação. No balanço destes últimos quatro anos o que sobressai como mais evidente é a ausência de uma ideia política clara sobre o sistema de saúde e o papel do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no seu contexto.
JM | Que modelo de sistema se adequaria melhor à realidade nacional?
ACF | Nos últimos trinta e cinco anos o modelo constitucionalmente definido provou ser capaz de responder às necessidades dos cidadãos. Quando analisamos a evolução do sistema de saúde português, neste período e, em particular o SNS, constatamos uma impressionante capacidade de adaptação aos diferentes contextos económicos, sociais e políticos que se traduziu, em grande parte, na melhoria global dos indicadores de saúde. Não vejo, por essa razão, nenhuma justificação do ponto de vista político, social e económico para substituir o actual modelo. Outra coisa será a necessidade de introduzir as adaptações necessárias à transição social, económica e epidemiológica que o país vive através da concretização das medidas de reforma que melhor adequem as respostas às necessidades em saúde dos cidadãos.
JM | E de financiamento…
ACF | O modelo de financiamento deverá manter a sua base de contribuição fiscal na medida em que desta forma se garante uma maior equidade contributiva e um melhor equilíbrio nos princípios da cobertura geral e da universalidade. Num país onde persistem importantes desigualdades no rendimento cumpre ao Estado assegurar a mutualização do risco e salvaguardar a equidade no acesso a cuidados de saúde de qualidade. Tal não invalida a necessidade de tornar mais eficiente a relação entre financiamento e implementação das políticas de saúde, nomeadamente, através de um maior grau de eficácia na definição de prioridades bem como nos modelos de contratualização utilizados nos diferentes níveis e com as entidades prestadoras de cuidados. O financiamento terá de ser entendido como um instrumento de indução de eficiência e da equidade incorporando, cada vez mais, uma componente orientada para resultados que possa favorecer uma trajectória de sustentabilidade a longo prazo da despesa pública em saúde.
JM | Apontando os resultados do Relatório sobre o Envelhecimento de 2012, a Comissão Europeia (CE) afirma que o sistema de saúde português enfrenta um desafio de sustentabilidade fiscal, com as projecções da evolução da despesa a crescerem muito acima do valor médio esperado para a União Europeia (UE). É comportável?
ACF | Portugal confronta-se com um problema demográfico muito sério. A redução da natalidade conjugada com o fenómeno recente da emigração de população muito jovem veio agravar ainda mais a tendência de envelhecimento da população que já se vinha a desenhar há muito tempo. Não parece fácil a inversão desta tendência. Acresce o facto de o envelhecimento em Portugal fazer coincidir nos últimos anos de vida uma morbilidade mais complexa e mais impactante na qualidade de vida. Este facto é particularmente relevante quando nos comparamos com outros países com longevidade semelhante no que diz respeito à esperança média de vida. Este contexto social e demográfico faz antever sérios riscos orçamentais para os próximos anos tendo em vista a estabilidade do conjunto das políticas sociais. As opções são limitadas dependendo, sobretudo, da qualidade das escolhas sociais e políticas, em termos de prioridades, bem como da capacidade do país em criar valor através do crescimento da economia e do emprego.
JM | É viável suprir as necessidades de financiamento futuras através do aumento da comparticipação privada na despesa com saúde?
ACF | Não me parece que seja suportável num país com as nossas características sociais e demográficas sem que a tal corresponda um sério agravamento das desigualdades no acesso aos cuidados de saúde. Além disso uma repartição tão desequilibrada nas componentes da despesa induz uma desagregação do sistema de saúde e uma consequente dificuldade na implementação de políticas integradas de saúde.
A restrição imposta ao SNS, nos últimos anos, empurrou muitas pessoas para fora do seu perímetro de utilização não porque o desejassem mas porque as condições de acesso se foram tornando cada vez mais difíceis. Este facto contribuiu igualmente para a desnatação de profissionais do SNS e para um esforço financeiro acrescido por parte dos cidadãos e das famílias.
JM | Uma das medidas, mais vezes apontada como “certeira” nos relatórios internacionais de avaliação das reformas estruturais do sistema de saúde, é a da reorganização hospitalar… Que avança devagarinho, o mais das vezes à “socapa”…
ACF | É verdade que em múltiplos relatórios nacionais e internacionais a reforma hospitalar aparece quase sempre referida como o “alfa e o ómega” da sustentabilidade do sistema de saúde. Também não deixa de ser curiosa a dificuldade repetida, nos diferentes ciclos políticos, em a levar à prática. Creio que nesta dificuldade se misturam diferentes factores. Por um lado a questão do tempo e da oportunidade. Uma reforma dos hospitais é necessariamente matéria a tratar no início de uma legislatura. Tal pressupõe que o “trabalho de casa” deverá estar feito antes. Neste último ciclo político verificámos que a recomendação constante no memorando de entendimento de 2011 não teve aplicação atempada por aparente falta de preparação do processo. Daí a sucessão de estudos e de grupos de trabalho que atrasaram uma qualquer decisão acabando por determinar o seu congelamento. Em qualquer caso trata-se de uma reforma complexa e demorada que deve, obrigatoriamente, compatibilizar rigor técnico com adequação social e territorial.
JM | Como justifica a existência da portaria n.º 82/2014 de 10 de Abril? Foi uma tentativa de passar “entre as gotas da chuva”, ou teve outro objectivo?
ACF | Confesso alguma dificuldade em perceber o objectivo. Aparentemente tratou-se de uma medida legislativa pontual para enquadrar algumas situações decorrentes de falta de recursos e menos de um instrumento estratégico de governação.
JM | No actual panorama político português é possível cumprir uma mudança tão radical?
ACF | A concretização deste tipo de mudanças requer diálogo com os diferentes actores políticos, sociais e profissionais. No entanto, o aspecto mais importante reside na qualidade técnica das propostas e das alternativas apresentadas. Os representantes locais e as populações reagem muitas vezes pelo receio de perder algo garantido em troca de alguma incerteza. Nessa medida é preciso garantir a cooperação de todos os intervenientes através da demonstração do valor das transformações bem como das medidas de recomposição da oferta de cuidados. Intervir no perfil assistencial de um hospital, por si só, não fará nenhum sentido se em cima da mesa não estiverem bem evidenciadas as regras de referenciação, o reforço dos cuidados de saúde primários e continuados, a rede de transportes entre muitos outros aspectos que configuram o mosaico global da oferta de cuidados.
JM | Quando referiu “tiveram medo de atacar o SNS, bateram com a mão no peito a defendê-lo, mas foram, por omissão, provocando danos que são irreparáveis”, a que danos se referia exactamente?
ACF | Parece ter existido uma persistente dissonância entre o discurso oficial e a realidade. São múltiplos os exemplos. A restrição orçamental sustentada no controlo da despesa pública com medicamentos e na redução de salários não foi acompanhada de alterações estruturais. Os critérios nacionais de acesso à inovação terapêutica tardam em ser definidos de forma clara. O desinvestimento nos recursos humanos fez diminuir a qualidade global das equipas e a respectiva estabilidade em termos de projectos profissionais. O agravamento dos pagamentos directos, por parte dos cidadãos, fez aumentar as desigualdades no acesso. A desistência das reformas agravou o panorama nos cuidados de saúde primários e nos hospitais. Em certa medida prevaleceu uma visão minimalista do SNS que, paradoxalmente, não ajudou a resolver praticamente nenhum dos seus problemas estruturais.
JM | “O SNS não morreu, nem vai morrer”, ouve-se insistentemente. Acredita?
ACF | O SNS representa um dos pilares de sustentação da democracia fundado num poderoso quadro de valores políticos e sociais. Os portugueses convergem num sentimento de grande unanimidade sobre a importância do SNS perdurar como um eixo estruturante da protecção na saúde e do desenvolvimento humano. Nessa medida, acredito que o SNS resistirá a este ciclo de grandes dificuldades conservando o seu potencial endógeno de recuperação e de desenvolvimento.
JM | Qual o rumo que deve ser seguido?
ACF | Será possível reencontrar um caminho para o desenvolvimento do SNS num contexto global de eficiência e de equidade no acesso a cuidados de saúde de qualidade. É fundamental gerar consensos em torno de uma estratégia que encontre na qualidade dos cuidados e na transparência dos processos os ingredientes fundamentais para a sustentabilidade duradoura a médio e longo prazo. Para tal será importante reconhecer nos profissionais um importante papel enquanto aliados e não como adversários deste caminho. No fundo, procurar uma vasta aliança estratégica para o desenvolvimento do SNS e para a melhoria global da saúde com todos os que são parte interessada no seu sucesso.
JM | Nos últimos dias o caos nas urgências e as demissões que o acompanham têm sido um dos principais “ganha-pão” dos jornalistas. Como avalia a situação?
ACF | Trata-se de um sinal muito negativo da fragilidade das instituições que integram o SNS. Por vezes parece transformar-se na única forma de forçar cedências perante necessidades críticas. Revela igualmente uma diminuição da capacidade de gestão dos órgãos de administração e de problemas ao nível da monitorização do funcionamento do sistema por parte das administrações regionais e central da saúde.
JM | No último balanço social do SNS, de 2013, constata-se que 78% dos recursos humanos estão nos hospitais contra apenas 22% nos CSP. Faz sentido?
ACF | Este é verdadeiramente o “calcanhar de Aquiles” do sistema de saúde português. Uma excessiva concentração de recursos nos hospitais agravada pela deficiente articulação interinstitucional e incipiente partilha de recursos. A reorientação do sistema de saúde português passa pelo reforço dos cuidados de proximidade e pelo investimento em estruturas e recursos humanos que possam transferir a centralidade do sistema para fora do hospital. Neste sentido é fundamental resolver as “hesitações” políticas quanto aos modelos de organização dos CSP tornando estes fortemente atractivos do ponto de vista profissional e reforçando a qualidade da percepção dos cidadãos face à respectiva importância no contexto do sistema de saúde.
JM | É possível e desejável alterar – em tempo útil – este cenário?
ACF | Parece possível que assim seja. Aliás não haverá trajectória credível de sustentabilidade para o SNS que não passe pelo reforço deste pilar de cuidados e pela simultânea requalificação e racionalização da rede hospitalar através de um processo de reordenamento e de concentração de competências.
JM | Há défice de cuidados hospitalares porque há falta de recursos e profissionais ou por má organização? Ou por tudo junto?
ACF | Tem sido recorrente o argumento da falta de profissionais, nomeadamente, médicos. Creio que estamos perante uma apreciação deturpada da realidade do sistema de saúde. Em abstracto, na comparação internacional, Portugal tem um ratio de médicos por 100.000 habitantes que se encontra acima da média dos países da OCDE. Tal não significa que nalgumas especialidades, por razões específicas de demografia médica, não possam ser identificadas algumas dificuldades. Outra coisa é ignorar o impacto da desorganização dos cuidados e dos modelos de gestão de recursos no desempenho global do sistema. Nessa matéria temos muitas deficiências que acabam por gerar ineficiência na resposta dando a percepção pública errada da falta de recursos. A falta de clareza na abordagem das dificuldades gera confusão e não é útil no desenho das soluções. Tal como como não se deve confundir ineficiência e desperdício com subfinanciamento, também me parece errado confundir falta de recursos com desorganização e ausência de planeamento estratégico.
JM | A sigla EBITDA entrou no vocabulário indígena. Tendo em conta o modelo de financiamento (com todas as suas vicissitudes, desde logo a do subfinanciamento crónico)… É “sigla que se tenha” no SNS que temos?
ACF | Ninguém põe em dúvida a necessidade de equilíbrio orçamental e do consequente rigor na gestão. Num país com recursos escassos os deveres de transparência e de qualidade na gestão tornam-se ainda mais pertinentes. Outra coisa bem diferente é aplicar metodologias de controlo de gestão e de avaliação de desempenho, de natureza empresarial, a instituições a quem foram retiradas a grande maioria dos instrumentos de gestão e de autonomia. Trata-se de mais um dos paradoxos de difícil compreensão.
JM | A meio da ponte também ficou a reforma dos CSP. Temos metade do país em USF e a outra em unidades sem um modelo homogéneo, genericamente designadas de UCSP. Das candidaturas entradas em 2014 só uma avançou… Como “lê” esta realidade?
ACF | Parece um sinal claro da falta de vontade em considerar os CSP um instrumento estratégico de transformação do sistema de saúde. A estagnação verificada aliada à vontade de desconstruir o modelo ensaiado na reforma iniciada em 2007 explicam a realidade actual a nível nacional. Sem vontade política não será possível avançar para um quadro de homogeneização estrutural e funcional capaz de assegurar em todo o território uma equivalente garantia nas condições de acesso aos CSP.

JM | Que funções e em que contexto se podem "descentralizar" serviços de saúde… Entregando-os às autarquias locais?
ACF | Não está claro se estamos perante uma transferência ou uma delegação de competências. Aparentemente não terá havido consenso bastante entre a administração central e a administração local. Tenho muitas reservas quanto à transferência de competências em matéria de política de saúde global. Tal não diminui, contudo, a utilidade de se estabelecerem parcerias locais em áreas tão distintas como a promoção e a educação para a saúde, os cuidados de proximidade e o apoio directo às populações, a mobilidade dos doentes, a continuidade de cuidados e ainda a síntese entre as intervenções específicas em saúde e a acção social e comunitária.

Médico, gestor… Ministeriável
Na última década tem surgido invariavelmente na lista de ministeriáveis, sempre que na Av. João Crisóstomo há mudança de inquilino. Independentemente da cor dominante no novo ciclo político… Médico especialista em Saúde Pública, gestor hospitalar e docente universitário, Adalberto Campos Fernandes preside actualmente à Comissão Executiva do SAMS Prestação Integrada de Cuidados de Saúde. Foi presidente do Conselho de Administração da HPP Parcerias Saúde, SA, Hospital de Cascais; cargo que também desempenhou no Hospital de Santa Maria e no Hospital Pulido Valente, unidades que integram o Centro Hospitalar Lisboa Norte. Professor Auxiliar Convidado da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa nas áreas de Administração Hospitalar, Gestão em Saúde e Políticas de Saúde, é membro da Direcção do Colégio da Competência de Gestão dos Serviços de Saúde da Ordem dos Médicos. Integra ainda a direcção do INODES - Associação de Inovação e Desenvolvimento em Saúde. (sublinhado e colorido da nossa lavra) {José Azevedo}

 Eis um manjerico com uma visão sui generis
NB:
Já que estamos em matéria de recordações, cá vai mais uma: 
quem não se lembrará do famigerado 10% e dos problemas que criou no MS? 
Que interesses esconde esta proposta de discussão de Mendes Ribeiro?
Que sabe ele de administração hospitalar para além dos 10%?
Mas 10% de quê e para quê?
Já agora; para quem?
Sabemos que as direções de Enfermagem, quando são competentes, incomodam os administradores de carreira.
Este(s) sábio(s) deviam ler a experiência do criador do Administrador de Carreira que, às vezes degenera nos 10%, que foi Coriolano Ferreira, que deixou obra e renome internacional, o que ele pensava dos Enfermeiros, nas Administrações.
Claro está que a perspectiva de Coriolano era a da poupança, por isso recomendava aos futuros administradores: o vosso êxito depende da proximidade a que estiverdes dos Enfermeiros, com funções de Administração:
Obviamente que, numa perspectiva de "gamanço", os Enfermeiros diretores incomodam.
Sabe quem fala assim?
É um sujeito que não é gago e que é capaz de lhe demonstrar a bacoquice da sua teoria, pois percebe de hospitais e de Enfermagem a 100%, sem falsa modéstia, para lhe poder ensinar muita coisa, que desconhece, ou finge desconhecer. Mas desconhece mesmo, pois a ignorância, como a sabedoria, não se disfarçam; evidenciam-se, quando são reais.
Estude as teorias clássicas de administração, até às contingenciais e vai ver que o inchaço lhe passa.
Não preciso de perguntar a ninguém as suas verdadeiras encomendas, pois a maneira como quer afastar os Enfermeiros é um dos sintomas, que em diagnósticos, se classificam de patognomónicos, pois servem para diferenciar as maleitas de que cada um sofre.
O outro até dizia de si para consigo: "Eu bem te entendo minha mula! 
Com amizade,
José Azevedo
COMPAREM ISTO QUE OUVIMOS/DISSEMOS EM 23 DE MARÇO 2015 DE OPINADORES DE WC QUE TÊM O VÍCIO DE ESCREVER NAS PORTAS E FALAR NAS COSTAS:

Os Enfermeiros vão ter de estar muito atentos a estas manobras, pois nem vos conto tudo aquilo que ouvi a dois médicos acerca do que estão a preparar para os Enfermeiros, quando almoçávamos num restaurante perto de Aveiro.
Diziam que o próximo assalto será tirar o Enfermeiro Director dos Conselhos de Administração, como fizeram já nos CSP, para que os Enfermeiros fiquem a saber quem manda e quem obedece.
O lugar dos Enfermeiros é obedecerem aos médicos diziam os entusiasmados leitos, camas ou clínicos, que pelos vistos, são dos que se dedicam a polir esquinas e a chocar ovos em cadeiras de gabinete. Tinham todo o ar de médicos frustrados, pois os sãos e escorreitos não se metem com os Enfermeiros; respeitam-nos, valorizam-nos.
Estas são as frases que ainda posso traduzir para aqui, sem ferir a sensibilidade de pessoas Enfermeiras que não resistiriam, sem estragos emocionais, se ouvissem o que os dois alarves iam dizendo.
Claro que me aumentaram mais um problema a solucionar, pois vieram por-se à frente da mira do meu telefone e não tive outro remédio senão fotografá-los para os mostrar aos Colegas, até encontrar alguém que os conheça, para os por em evidência, como a certos números.
O restaurante é na zona de Aveiro e tem bom bacalhau. 
Depois de ter mais dados e saber as cadeiras, onde se sentam, chocam ovos e quem lhes dá tamanhas garantias, entrego-vo-los para  os fins tidos por oportunos.
Aqueles que me criticam por eu atacar adequadamente este tipo de médicos casca grossa, não sabem a minha experiência profissional, com essa Classe e os amigos sinceros que alberga, felizmente.
Mas também lidei com muito cretino, como estes a que me estou a referir e que nem deram pela minha presença.
E ainda bem...
Com amizade e mais uma constatação,
José Azevedo


E cá está a 3ª; a confirmar a regra que serve de título "não há 2 sem 3 ...."
 Então não é que o 10%, que embirra com Enfermeiros directores a fazerem parte dos Conselhos de Administração já subiu para os 30%!
A culpa não é dele, mas é dos anjinhos que lhe dão ouvidos e credibilidade, usando o erário público.
Vê-se com clareza a seriedade da sua propostas de dos seus conceitos dos hospitais/empresa e na recente reforma hospitalar (invisível).
Se os Enfermeiros nos ajudarem a conseguir-lhes ACT decentes de acordo com o valor do seu trabalho, que faz aumentar as percentagens deste peritos de algibeira de usar e deitar fora, a cantiga deste melro vai para um sítio que não cheira bem se não for aguado.
Vejam o que esconde a sua cantilena: o 10% já vai em 30%


Colegas, vamos preparar contratos que minimizem os lucros destes exploradores através da destruição da credibilidade e rentabilidade do SNS.
São os mesmos que aparecem a falar na sustentabilidade do SNS.
Este é o reformador dos hospitais para o seu negócio, onde já subiu dos 10 para os 30%, pois não tenho argumentos para contrariar a notícia, progredir, com a conivência dos ingénuos que acreditam nas suas tretas.
Claro está que a reforma que propôs é altamente suspeita, dados os objectivos que pretende atingir: vender saúde nos supermercados, nas barracas das farturas e nas esquinas de ruas movimentadas, no sistema "low cost"!
Convém que não foi no curto reinado de Durão Barroso que ele foi mais demolidor. A sua obra atingiu o zénite no reinado de José Sócrates com Ana Jorge e Manuel. Assisti ao seu "parlapatar" no espaço para reuniões do Infarmed.
Lá diz o povo: o diabo tem duas mantas: uma que cobre e outra que descobre!
Colegas, estejam atentos a estas manopbras e não se deixem enganar por estes parlapatões alcandorados a peritos altamente qualificados da saúde!
Quando vos passarem por perto dêem-lhes caça e coça.
São eles que reduziram os vossos salários à migalha, para poderem ter-vos em "doble-time", a preço de dez reis de mel coado e outro, que vê pouco e mal, dizer que andais cansados por causa das acumulações, onde ides buscar a outra metade do salário a que tendes direito num só posto de trabalho.
Mas se obedecerdes à disciplina sindical, a nossa, podemos corrigir isto com relativa facilidade.
Vá lá; ajudem!
Com amizade,
José Azevedo

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