domingo, 2 de agosto de 2015

IMAGINAÇÃO CRIADORA NA ULSNE



Ortopedia é um serviço em que os doentes, se assim se podem chamar, têm características próprias, subordinadas a compassos de espera que o osso cresça.
E isso dá cabo da paciência a uma santo, quanto mais a um humano mortal a quem o osso se partiu.

Ora, como a paciência, por muita que seja, também se esgota (neste ponto Doentes e Enfermeiros empatam), há inúmeras queixas contra os Enfermeiros que são poucos para as tarefas a executar.
Estas queixas atingiram de forma certeira o conhecimento imperfeito da Administração.
Mas se o conhecimento da situação era precário, já o mesmo não acontecia com a imaginação, que era incomensurável.
Reunida em conclave miniatura, não para elegerem papas ou papalvos, a Administração tentava encontrar as causas destas coisas, que estão a acontecer na Ortopedia, por falta de pessoal Enfermeiro, que pelos vistos, a Administração desconhece, ou quase.
Então, após longas e laboriosas horas de congeminação, saiu uma decisão que, de tão imaginosa, faz inveja à capacidade de imaginar:
Foi nomeada uma auditoria de peritos dos que  dão garantias absolutas de não levantarem uma palha, para observarem, observarem, observarem e fazerem relatório dessa observação, para a Administração deliberar; se há-de castigar e quem e porquê, partindo das queixas supostas e pressupostas, confirmadas ou não por sábio relatório observatório.
Diz-nos uma das vítimas que pediu ajuda a um auditor para mobilizar um "partido" pesado, pois sozinha não conseguia. O auditor para não trair a fama que o trouxe até àquele observatório-auditório, limitou-se a sentenciar: - desenrasca-te, porque eu não vim para aqui para trabalhar, mas sim para ver como e quando e quanto se trabalha - .
Mas...
-Não há mas nem meio mas, se não podes com o gajo, esperas pelo colega que vai entrar de serviço, pois assim já são dois...-.

Há nesta coisa singular duas coisas que não consigo entender:
1 - Se toda a gente sabe que para as características do serviço os Enfermeiros são insuficientes, por que não confiar na informação da chefia do dito serviço?
2 - Se os auditores, em vez de irem fazer gargarejos, de água salubre, para a frente de quem trabalha, no duro, por exiguidade de recursos adequados, por que não juntar estes dois auditores aos poucos que lá existem, como toda a gente vê e ouve sem precisar de auditorias?
De qualquer modo, antes que alguém se aleije, com os pesos pesados para as espinhas dorsais expostas ao perigo, vamos colher mais informações junto dos autores para podermos informar capazmente os interessados implicados na coisa.

Com amizade,
José Azevedo

02-08-20015

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