quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

HOSPITAL DOS COVÕES E A SUA AGONIA OU MORTE LENTA ASSITÊCIA DE CC NOS CI



HOSPITAL DOS COVÕES EM AGONIA OU A MORTE LENTA<CLICAR>

BARBOSA DU BOCAGE OFERECE O SEU EPITÁFIO A CORREIA DE CAMPOS,
ASSIM:

Soneto do Epitáfio
por Bocage

Lá quando em mim perder a humanidade
Mais um daqueles, que não fazem falta,
Verbi-gratia – o teólogo, o peralta,
Algum duque, ou marquês, ou conde, ou frade:

Não quero funeral comunidade,
que engrole sob-venites em voz alta;
Pingados gatarrões, gente de malta,
Eu também vos dispenso a caridade:

Mas quando ferrugenta enxada idosa
Sepulcro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitáfio mão piedosa:

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro:
Passou a vida folgada, e milagrosa:
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro."

Sem comentários:

Enviar um comentário