segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

SITUAÇÃO DA GREVE DOS ENFERMEIROS

ACONTECEU NO HOSPITAL DE AVEIRO ONTEM, DIA 19 DE AGOSTO

Num determinado serviço os responsáveis pelos serviços mínimos do turno da manhã zarparam para o olho da rua e foram ver as montras ao abrigo da ignorante norma do SEP «os grevistas não substituem os não grevistas».

O cenário era e foi:
a chefe deixou sair a Enfermeira que jornou de noite (artº 11º, nº 2-b) do DL 104/98) e os figurões preparavam-se para ver a chefe a cobrir as falhas do SEP.
Só que esta é mais inteligente do que eles e lê o que nós escrevemos sobre esta matéria.

(nb: li num desses opinantes de ocasião que os não grevistas estão sob a alçada da administração; mas não sabe, nem terá que saber para dar as opiniões que dá, que os grevistas escalados para serviços mínimos não dependem do piquete de greve mas da Enfermeira chefe, diz a lei).

Pois foi o que a Direcção de Enfermagem fez: ordenou ao piquete que cumprisse a lei que manda entregar a lista dos prestadores de serviços mínimos com, pelo menos, 24 horas de antecedência, relativamente à eclosão da greve.

Como a Enfermeira que trabalhou de noite cumpriu a sua jorna; (art.º11º,nº2-b) DL 104/98)

Como a lei proíbe substituir os grevistas, em qualquer circunstância;

Como quem estava de greve e não era o que foi ver as montras, pois, se estivesse a levar a greve a sério, ficava no seu posto, a impedir que alguém fosse, além dos serviços mínimos...;

Como na ausência de lista de prestadores de serviços mínimos a administração tem carta branca para chamar o piquete e exigir-lhe que cumpra a lei,
(e esse alguém é administração do hospital ou quem as suas vezes fizer)
que devia e deve conhecer, o grevista ausente, lá teve que assegurar os serviços mínimos.
Isto acontece com quem conhece a lei e lê o que aqui se escreve.

Percebe-se qual a intenção subjacente (de considerar a militância partidária como uma religião com direito ao céu e ou ao inferno, se não obdecerem) da ala comunista da Enfermagem:
já que não aderes às greves que o comité Central da CGTP/in/PCP manda decretar, ficas a fazer tu, ó chefe, de Enfermeira de cabeceira e assim borras-te de medo e deixas passar carros e carretas, e aguentas. A confusão também dá jeito, neste contexto.

Simplesmente, a greve de cada um; é na função que cada qual exerce.
Ora como a chefe continua a chefiar os Enfermeiros, que são não grevistas e os que prestam serviços mínimos, porque não dependem do piquete, mas da chefia de Enfermagem, será nessa função e não como Enfermeira de cabeceira, que faz ou não faz greve.
Por que Deus os fez tão burros, para não saberem ler e interpretar estas coisas tão claras, na lei!?...
O mal da Enfermagem é ter caído nas garras do PCP, que não se preocupa em dar formação social e outra que tal, mormente sindical, aos seus militantes. Prometem-lhes ainda mais virgens, que os outros do EI, aos que têm opção sexual natural e os ingénuos, crentes nas auroras boreais, e nos amanhãs que cantam, não se cansam de fazer asneiras.

E os Enfermeiros pagam-nas.

Não precisam de perguntar a verdade triste do que se afirma; basta consultarem o calendário e verão onde tudo começa a descarrilar.
Claro que se a greve fosse para resolver problemas de carreira ou de tabela salarial, não seria lógico e correto que convidassem os outros Sindicatos, para aderirem , ou não, à greve, se fosse coisa séria e normal???
Ontem, como hoje;
Vem isto a propósito que o processo negocial com a FENSE (SE e SIPE) está a decorrer normalmente e estamos crentes que vai chegar a bom porto, mesmo sem a ajuda da frente negocial da CGTP/PCP.
Só faltava, como alguém dizia; ainda vão enganar os Enfermeiros, dizendo que foi graças à greve referida que o governo cedeu.
O Governo está simplesmente, através das negociações sérias com a FENSE, a corrigir os erros que o governo anterior, com a ajuda mal disfarçada do SEP, fez à nossa carreira.
Quando pensávamos que estávamos a lidar com gente séria, eis que o Secretário Adjunto da Ministra da Saúde veio gabar-se para uma reunião partidária no Porto, dizendo « aos enfermeiros já os comi».
Tudo isto se passou no governo anterior.
Tarde e más horas, o actual governo tenta corrigir as atrocidades que o anterior cometeu com a Enfermagem.
Finalmente, os Enfermeiros ainda não perceberam que o SEP apenas quer comandar as direções de Enfermagem, como o Principal deixa perceber?,
Vejam neste mesmo blogue "negociata" e lá encontram as provas comprometedoras, já neste governo, em 2013.
Vão lendo o que aqui se escreve, porque só diz respeito aos Enfermeiros e só interessa aos Enfermeiros, ainda que todos os outros estejam contra, nos chamem maldizentes e outras coisas que não somos.
Não somos contra as greves.
Tive a honra de presidir se não a maior, uma das maiores greves de 1976. E foi assim grande (até invertemos a tabela salarial; o vencimento do Superintendente, passou para o Enfermeiro, subindo 5 letras, portanto, por isso é que aqui não se aceitam lições de quem saiba mais mas de quem tenha feito melhor) porque a militância oficial do PCP não participou nela, embora muitos Enfermeiros Comunistas, violando a disciplina partidária, tenham dado um prestimoso contributo, como Enfermeiros, isto em abono da verdade.
Outros cumpriram com esmerado zelo a vigilância apertada do meu comportamento, enquanto presidente do comité central da greve.
Foi assim que a Enfermagem demonstrou o seu peso, que outros têm vindo a descarregar...
Com amizade e atenção,
José Azevedo

Sem comentários:

Enviar um comentário