quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

MORTES NAS URGÊNCIAS, quem as explora além dos cangalheiros!?

Quem estará a aproveitar-se destas situações?

Por que preço vão ser pagas estas notícias, que desacreditam os serviços e as pessoas, que neles trabalham?
Onde irão morrer, agora, os crentes, na sua eficácia?
Será que descobriram a imortalidade fora das urgências deficitárias, negligentes?
Será que querem convencer as pessoas (e ou as suas famílias), vítimas de acidente e ou doença fatal, que os falíveis humanos, que as assistem são negligentes e não usam as suas capacidades todas para salvar as pessoas da morte?!
A negligência  será convicção de quem seria capaz de fazer melhor?
Será uma maneira injusta de começar o luto?
Ou será que querem demonstrar que as urgências dos Hospitais Públicos estão cheias de incompetentes, ou negligentes?
Sim, porque a alternativa de ir às privadas, (onde tudo é perfeito) vai bailando, na mente dos que vão precisando de socorro urgente; naturalmente.
Quanto a negligência... não há.
Quanto a morrer aí, não é possível, porque há sempre a possibilidade de ir morrer a casa, ou pelo caminho de... para não estragar as estatísticas desses serviços.
E ai do noticioso que se atreva a desvendar esta prática!

Quem estará a aproveitar-se destas situações críticas?
Quem?
Será a entidade mental e mentalizadora que convence os ingénuos da infalibilidade  médica dos serviços de urgências públicas, que não descobrem "propositadamente" as doenças mais ou menos fatais!?
Seja quem for, não está a prever as consequências do efeito bumerangue.

A propósito; "choraram baba e ranho de todo o tamanho" com a carta aberta da visão da noiva do DD, sobre o desfecho da doença fatal do seu noivo: o aneurisma rebentado.
Por acaso já pensaram quantas cartas dessas, ou mais lúgubres, ainda, podiam escrever os profissionais que prestam socorro aos que dele precisam, num dia de trabalho?
José Azevedo

NB: Quem conseguir descobrir notícia do atendimento privado de situações de urgência, onde se diga quantos morrem e/ou esperam, nas macas para serem atendidos, ou, quando as coisas se complicam os vão despejar nas urgências públicas, tem direito a pronunciar-se neste mui lido meio de divulgação; o SINDICALISTA.

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Mais duas pessoas morreram na Urgência à espera de diagnóstico

Uma das mortes será investigada, segundo o Centro Hospitalar de Setúbal.

DR
PAÍS SETÚBALHÁ 15 HORAS
Maria Rosário Macedo, de 47 anos, e Manuel Gomes Fernando, de 56 anos, morreram em circunstâncias anormais, segundo as famílias.
Os dois casos aconteceram na Urgência do Hospital de São Bernardo, em Setúbal. O Centro Hospitalar de Setúbal vai agora abrir um inquérito à primeira morte, mas não à segunda, avança o Jornal de Notícias.
A primeira doente deu entrada, pela segunda vez, a 29 de Dezembro depois de se ter queixado de fortes dores de cabeça. Da primeira vez, receitaram-lhe comprimidos para os ouvidos. Mas as dores não passaram e Maria Rosário voltou. Fez análises e os resultados foram enviados para o Hospital Garcia de Orta, em Almada. Esse mesmo hospital deu indicações para não enviarem para lá a paciente e a mulher acabou por morrer.
Já Manuel Gomes Fernando perdeu a vida a 30 de Dezembro, depois de se ter queixado com dores fortes na perna esquerda.
Foi levado para a Urgência do Hospital de Setúbal e recebeu pulseira laranja. A mulher da vítima garante que ele não foi medicado, os médicos asseguram que sim.
Entretanto, a dor passou para a coluna e depois para o peito, causando-lhe uma paragem cardíaca e por conseguinte, a morte.
A mulher, Maria Rodrigues Soares assegura que o médico que atendeu o seu marido “não queria saber dele”. “Chegou a dizer-lhe, e tenho testemunhas, que uma dor na perna não mata”, conta.
Estes dois casos relembram a história do paciente que foi às urgências de Faro, teve um AVC enquanto aguardava atendimento, acabou por ser transportado para o hospital de Coimbra, uma vez que o hospital de São José tinha recusado a transferência. Também o caso de David Duarte, o jovem que faleceu por aguardar uma operação por falta de uma equipa especializada, depois de ter sido diagnosticado com um aneurisma, gerou uma enorme polémica.

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Doentes assustados evitam urgências do hospital de São José


ÂNGELO LUCAS / GLOBAL IMAGENS

Médicos e outros profissionais admitem que haja doentes com receio após o registo de mortes e falhas na resposta a aneurismas

Um doente chegou ao Hospital de São José com um ferimento no braço. Nada de grave, mas ficou internado numa sexta-feira para ser operado na segunda. "O doente entrou em pânico. Achou que não havia médicos para o operar e começou a chamar pelos enfermeiros com receio de lá ficar", conta um médico do hospital ao DN. O caso não será o único. E os profissionais de saúde acreditam que há menor procura na urgência, onde ontem se esperava duas horas, em parte porque os doentes ficaram assustados com as notícias sobre problemas de resposta e mortes na área dos aneurismas."Acho que os doentes estão a vir menos e a evitar ir à urgência ", diz o mesmo clínico.

Tal como o DN noticiou ontem, vários hospitais atingiram o limite na resposta, chegando a ter mais de 12 horas de espera nos casos menos urgentes ou não urgentes. No entanto, segundo vários profissionais da unidade, a urgência de São José esteve relativamente calma. Fonte do Ministério da Saúde confirma que não têm sido relatados problemas com este hospital, até porque existem relatórios periódicos sobre a procura. Apesar da tentativa, o Centro Hospitalar de Lisboa Central não respondeu às perguntas enviadas nos últimos dias."

Um administrativo disse ao DN que "a urgência não tem estado complicada, nem nestes dias e muito menos quando comparada com o ano passado". Na altura em que o DN visitou a unidade, a espera era de duas horas mas já havia poucas pessoas a inscrever-se. Sobre as notícias relacionadas com a falta de resposta nos aneurismas cerebrais, disse apenas que "não há dúvidas de que terá tido algum impacto na procura. As pessoas estão mais sensíveis e evitam vir", refere.

Um outro profissional confirma a redução da procura. "Não há dúvida que este ano a resposta tem estado muito abaixo do ano anterior. E que não se têm registado os problemas que aconteceram noutras unidades, ainda longe do que se espera do pico da gripe. Não aconteceu nada como em Santa Maria ou como o Amadora-Sintra". Mas refere que os internamentos têm sido complicados, porque os doentes graves continuam a chegar. No ano passado, houve dias em que a espera ultrapassou seis horas. Foi num desses que ocorreu uma morte de um doente com AVC. Este ano, até julho, registou 145.128 urgências, menos 3500 do que em 2014.

Se na segunda-feira o Hospital de Évora chegou a quase 15 horas de espera, Santa Maria teve dez e várias outras ultrapassaram as quatro. Em São José, uma fonte disse mesmo que a urgência estava "às moscas", em relação ao habitual. E admitiu que as pessoas possam estar com mais receio de ir lá.

O impacto das notícias não surpreende os profissionais que trabalham nesta e noutras unidades. Aliás, segundo o DN apurou, quando se registaram os casos de cegueira em Santa Maria, os doentes evitaram ir à oftalmologia da unidade durante algum tempo.

Um outro clínico refere que a unidade tem tido picos de procura durante o dia, sendo menor de manhã. E se nos últimos dias tem estado mais calma, também admitem que no dia 2 houve problemas com o internamento de doentes e uma procura maior. "Tiveram de chamar profissionais dos pisos superiores e foram abertas mais camas de medicina. É possível que isso também tenha contribuído para fazer desanuviar as urgências."

A mesma fonte confirma ainda o eventual o efeito negativo das notícias, que deram conta da morte de um rapaz de 29 anos e de eventualmente outros quatro doentes por não haver pessoal de prevenção para responder a aneurismas rotos. "Talvez tenha havido alguma desmobilização. Foi um motivo de stress aumentado para os doentes".

Dia mais calmo em Lisboa

Um dos médicos que falou com o DN refere que o stress foi igualmente alto nas equipas. "É desmoralizante. Sentimos todos o impacto porque São José é uma grande escola de trauma, era o mais rápido a responder. As pessoas esforçam-se muito e ficaram desmoralizadas".

O dia de ontem esteve mais calmo de forma geral nos hospitais, mas a procura continuou a ser elevada nos hospitais. No São José, por exemplo, um doente verde (pouco urgente) esperava cerca de duas horas para ser atendido, disse um administrativo ao DN.

Perto das 17.00, a sala tinha bastantes pessoas, mas estava longe de estar cheia. Havia muitos acompanhantes à espera de familiares que estavam a ser atendidos. "Estou à espera da minha mãe, que tem 91 anos. Está com problemas respiratórios, dores de garganta", diz Fernando Figueiredo, que está desde manhã na urgência, porque a mãe está a fazer exames. "Foi atendida ao fim de duas horas e tal, mas é uma doente verde. Há três meses vim cá e ela esperou 12 horas.

Com pulseira verde estava outro doente que vive em Lisboa mas é de Leiria. "Disseram que ia esperar duas horas e quarenta minutos mais ou menos. Não me parece que esteja mal. Isto é o normal em Leiria, não numa urgência de uma cidade como Lisboa".

Administrativos e voluntários, que estavam nos corredores admitiram que a urgência estava de facto calma. "Fizemos as visitas aos serviços de observação e também estava tudo controlado", referiram, mas não deixaram de falar no desânimo das equipas com as notícias de que foram alvo.

Ontem, várias unidades estavam com tempos de resposta mais baixos. No Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN) , retomavam-se os cerca de 400 casos diários, tal como no Amadora-Sintra, que "já não estava a precisar de enviar doentes para o CHLN (Santa Maria)". Já o Garcia de Orta dizia que não chegou a ser enviado nenhum doente, apesar de haver essa indicação por parte de tutela em caso de necessidade. Vários hospitais reforçaram a sua capacidade de internamento, como o CHLN, com 80 camas adicionas no Pulido Valente, e o Curry Cabral, que veio desanuviar São José.

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Ministro da Saúde vai ser ouvido sobre morte no São José


O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes

PEDRO NUNES/LUSA

Requerimento para ouvir o ministro foi aprovado na Comissão Parlamentar de Saúde

O PS e o PCP aprovaram hoje um requerimento para ouvir o ministro da Saúde e os dirigentes da saúde demissionários na sequência da morte de um jovem com um aneurisma roto no Hospital de São José, em Lisboa.

O requerimento do PCP foi aprovado na Comissão Parlamentar de Saúde, com as abstenções do PSD e do CDS, disse fonte do grupo parlamentar comunista, acrescentando que o Bloco de Esquerda não estava presente.

O requerimento solicitava a audição urgente do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e dos demissionários presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa, Cunha Ribeiro, e presidentes dos conselhos de administração dos centros hospitalares de Lisboa Norte (CHLC), Carlos Martins, e de Lisboa Central (CHLC), que inclui o Hospital de São José, Teresa Sustelo.

Em causa está a morte de David Duarte, de 29 anos, que deu entrada no hospital de São José numa sexta-feira a necessitar de "uma intervenção da área da neurocirugia", tendo acabado por não ser "intervencionado porque a equipa especializada neste tipo de intervenção, ao invés de estar ao serviço no hospital, como as boas práticas clínicas assim o exigiram, encontrava-se em situação de prevenção".

O PCP lamenta que "apesar desta situação ser conhecida das várias entidades" só depois da morte do rapaz e da notoriedade adquirida pelo acontecimento é que os responsáveis "apresentaram a demissão", tendo também posto o cargo à disposição o "Presidente do Conselho de Administração do centro Hospitalar de Lisboa Norte, que inclui o hospital de Santa Maria, por ter os mesmo problemas e as mesmas limitações".

Para os comunistas, "esta situação não se desliga do desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde", da "retração da sua capacidade de resposta", da "desvalorização dos profissionais de saúde e das suas carreiras".

O requerimento do grupo parlamentar do PCP foi assim justificado com a "gravidade da situação, que contraria plenamente todo o discurso propagandístico do anterior executivo quanto à capacidade de resposta do SNS," e com a necessidade de debater as "consequências da política e das opções do anterior executivo".

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